Marcha Mundial das Mulheres denuncia e repudia a violência misógina da Brigada Militar contra as professoras em Cachoeirinha/RS

Marcha Mundial das Mulheres denunciam ato misógino da Brigada Militar em Cachoeirinha-RS (Foto: Reprodução)
Marcha Mundial das Mulheres denunciam ato misógino da Brigada Militar em Cachoeirinha-RS (Foto: Reprodução)

A Marcha Mundial das Mulheres condena a violência e a tortura utilizada pela Brigada Militar, aparato repressivo e policial do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, no dia 30 de março de 2017, na frente da Câmara de Vereadores de Cachoeirinha-RS, durante votação fechada do chamado Pacote de Ajuste Fiscal do Prefeito Miki Breier (PSB). A BM chamada pelo presidente da Câmara e com apoio do Prefeito, em uma ação de extremada violência, utilizando bombas de gás, cassetetes, balas de borracha, armas de choque e até cadeiras, foi realizada contra as professoras, professores, servidores e servidoras do município de Cachoeirinha/RS partiu para retirar da frente e de dentro das dependências da “casa do povo” aqueles que se encontravam protestando e em luta por melhores condições de trabalho e vida. Esta atos de desmedida violência pode ser conferida em diversos vídeos que circulam na internet, inclusive pela grande imprensa.

Nós militantes feministas repudiamos o ataque ao direito mais do que legítimo de greve, único instrumento das trabalhadoras e dos trabalhadores no sistema capitalista para melhorar suas condições de trabalho. No último ano, com a desculpa da crise econômica e de um ajuste fiscal nas contas de todos os governos, nossos direitos trabalhistas, previdenciários e sociais estão sendo cortados como se fossem privilégios. Reafirmamos que salário digno e condições de trabalho decentes, aposentadoria, educação e saúde para todos e todas são direitos humanos e não vamos recuar de denunciar e lutar pela manutenção dos avanços conquistados.

Repudiamos veemente a prática de tortura, com requintes de misoginia, sofrido pela professora V* dentro da Câmara de Vereadores, enquanto seus colegas eram agredidos com bombas, cassetetes e cadeiras, ela foi falar com os policiais pedir que parassem com as bombas e recebeu como resposta uma arma taser em um dos seus mamilos, não contente em ver uma mulher se contorcendo de dor, ele repete o ato no outro mamilo deixando bem nítido o componente de humilhação, de ódio, de misoginia contra uma das mulheres que ali se atreviam a gritar contra a ação policial pedindo que parassem de bater nos colegas.

Às vésperas do dia em que lembramos o golpe civil militar sofrido no Brasil em 1964, os 21 anos de Ditadura (que nos recusamos a esquecer ou ignorar), que torturou e matou aqueles e aquelas que lutaram por voltar a viver num país com Democracia plena, não há como não indignar-se com tal ação de uma polícia que serve mais para reprimir manifestantes por liberdades e direitos do que para servir como um setor de serviços, gestão e promoção da necessária segurança pública em nosso estado.

Cada vez mais o Estado criminaliza as lutas sociais, as lutas por direito a terra, ao trabalho decente, ao transporte, a moradia, a saúde, a educação e a comunicação públicas impondo políticas neoliberais que transformam pessoas e seus direitos básicos em mercadorias com todo um aparato policialesco militar que só aumenta a violência no campo e na cidade.

Lutar não é crime!!
Pelo fim da Militarização da Polícia
Por uma Polícia Cidadã que defenda todas e todos!

Fora Temer
Fora Sartori
Fora Mike

Feminismo em marcha para mudar a vida das mulheres!
Feminismo em marcha para mudar o mundo

Solicitamos a todos os movimentos feministas e de mulheres, movimentos sociais e populares, entidades, sindicatos, partidos políticos e defensores dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras que concordam e lutam com o conteúdo desta nota pública, que enviem suas assinaturas para nossos contatos.

Marcha Mundial das Mulheres
http://mmm-rs.blogspot.com.br/2017/04/mmm-repudia-misoginia-da-bm-em.htm
https://www.facebook.com/MarchaMundialRS/posts/1618691868156002

Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!
www.mmm-rs.blogspot.com

*Professora V é um nome fictício utilizado para preservar a vítima.

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