Marcas internacionais iniciam boicote ao couro brasileiro devido às queimadas na Amazônia

Em carta aberta enviada ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o Centro das Indústrias de Curtume no Brasil (CICB) diz que 18 marcas internacionais, como Kipling, Vans e Timberland, cancelaram a compra de couro do Brasil

(Brasília – DF, 27/08/2019) 19ª Reunião do Conselho de Governo. Foto: Marcos Corrêa/PR

Mais de 18 marcas internacionais, como Kipling, Vans e Timberland, cancelaram a compra de couro brasileiro por conta das notícias que relacionavam as queimadas na Amazônia ao agronegócio e à irresponsabilidade ambiental do governo de Jair Bolsonaro (PSL). Informações estão relatadas em carta aberta enviada ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pelo Centro das Indústrias de Curtume no Brasil (CICB) nesta terça-feira (27).

Entre as marcas que já solicitaram a suspensão de compra de couro estão Timberland, Dickies, Kipling, Vans, Kodiak, Terra, Walls, Workrite, Eagle Creek, Eastpack, JanSport, The North Face, Napapijri, Bulwark, Altra, Icebreaker, Smartwoll e Horace Small.

“Recentemente, recebemos com muita preocupação o comunicado de suspensão de compras de couros a partir do Brasil de alguns dos principais importadores mundiais. Este cancelamento foi justificado em função de notícias relacionando queimadas na região amazônica ao agronegócio do país”, disse o presidente da CICB, José Fernando Bello, no documento.

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José Fernando também destacou que o Brasil exporta mais de 80% de sua produção de couros, chegando a gerar US$ 2 bilhões em vendas ao mercado externo em um único ano. Para o presidente, o cancelamento de compra por parte dessas marcas internacionais “trata-se de uma informação devastadora”.

No entanto, José Fernando diz considerar que o panorama ambiental do país dispõe de uma “interpretação errônea do comércio e da política internacionais acerca do que realmente ocorre no Brasil”, mas reforça a necessidade de “contenção de danos à imagem do país no mercado externo sobre as questões amazônicas”.

Impasse

As falas agressivas de Jair Bolsonaro tem dificultado a busca por uma solução para a Amazônia. O presidente disse à imprensa nesta terça-feira (27) que só aceitaria a ajuda do G7 de US$ 20 milhões (cerca de R$ 82 milhões) para a floresta se o presidente francês retirasse os “insultos” contra ele. Como resposta, Macron declarou que há outros países a serem ajudados na região amazônica.

Ainda, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, declarou nesta segunda-feira (26) que não associa os incêndios a desmatamento, como tem sido apontado por institutos de pesquisa, como o Inpe, mas sim a “clima seco”.

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