Mal de Parkison e agrotóxicos

Por Roberto Naime

Segundo um estudo publicado no “American Journal of Epidemiology”, a exposição crônica combinada aos pesticidas “maneb” (fungicida) e “paraquat” (herbicida), aumentou em até 75% o risco de desenvolver Doença de Parkinson, em residentes da região agrícola do Central Valley, na Califórnia.

A exposição na infância aumentou de 4 a 6 vezes o risco de desenvolver a doença na vida adulta.

A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, que compromete a capacidade motora, linguagem e outras funções.

Na região, ocorre com maior frequência em agricultores e em populações rurais, contribuindo para a hipótese de que os pesticidas utilizados na agricultura possam ser parcialmente responsáveis.

Os pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), da Universidade de Berkely e Universidade do Sul da Califórnia (USC), avaliaram 368 moradores da região de Central Valley diagnosticados com Doença de Parkinson.

Os autores documentaram um risco 75% maior de apresentar doença de Parkinson em indivíduos que residiam nas proximidades de até 500 metros, de plantações tratadas com os agrotóxicos.

O risco foi ainda maior para aqueles que desenvolveram a doença antes dos 60 anos e foram expostos ao “maneb”, “paraquat” ou uma combinação de ambos, quando eram ainda crianças ou adolescentes.

Os estudos destacam que a pesquisa confirma as observações de estudos com animais, onde a exposição a mais de uma substância química aumenta os efeitos adversos, e de que a época da exposição também influencia os resultados.

Se conclui nos estudos, que o “maneb” e o “paraquat” agem sinergicamente, tornando-se neurotóxicos e aumentando significativamente o risco de desenvolver doença de Parkinson.
As interações entre possíveis susceptibilidades genéticas e gatilhos ambientais, como os pesticidas por, ainda necessitam de mais estudos. Entretanto, há várias evidências que sugerem precaução na exposição aos pesticidas de uma forma geral.

A Sociedade dos Médicos de Família do Canadá, regional Ontário (OCFP), publicou em 2004 um relatório recomendando a redução à exposição aos pesticidas “sempre que possível”, como medida preventiva em relação à doenças graves e de difícil tratamento.

Segundo o relato, há associações entre exposição a pesticidas e ocorrência de tumores, incluindo câncer de cérebro, dos rins, pâncreas e de próstata, entre outros e também há relação com leucemia e linfoma não Hodgkin.

Os estudos também demonstram efeitos consistentes em relação a dano no sistema nervoso central. Também exposições ocupacionais à substâncias agrícolas podem estar associada à malformações congênitas, morte fetal e retardo de crescimento intrauterino.

O relatório também alerta sobre o efeito dos pesticidas em criança, que são constantemente expostas a baixos níveis de pesticidas nos seus alimentos e meio ambiente.

São poucos os estudos de longo prazo sobre essas exposições. Mesmo assim, o relatório identificou associações entre exposição aos pesticidas e câncer na infância.

Um risco mais elevado de câncer dos rins foi associado ao contato com pais que foram expostos trabalhando na lavoura. Outros estudos encontraram relação com câncer no cérebro e tumores hematológicos (linfoma não Hodgkin e leucemia).

Algumas crianças apresentam risco maior de desenvolver leucemia aguda, se expostas durante a vida fetal ou infância precoce. Mesmo quando a exposição é relacionada aos inseticidas e herbicidas utilizados em gramados, jardins e árvores frutíferas, e também para o controle de insetos domésticos.

O consumo de produtos orgânicos incentiva a preservação am e também é uma atitude de preservação ambiental da saúde, dentro do princípio de que “a prevenção é a melhor cura”.

Fonte: Ecodebate

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