Maestro pernambucano Israel de França é espancado na Espanha

Do Diário de Pernambuco.

Conhecido pela história de superação e também por ter sido vítima de um ato racista que repercutiu internacionalmente na década de 1980, o maestro pernambucano Israel de França foi novamente vítima de uma agressão, na noite desse domingo (23), na Espanha. Maestro e violinista da Orquestra de Cámara Ciudad de Granada, no país europeu, ele foi espancado por policiais do Corpo Nacional de Polícia da Espanha, quando caminhava por uma das ruas do bairro de Zaidin, onde mora.

Segundo informações repassadas por amigos de Israel, ele estava caminhando com um amigo quando foi levado para dentro de um edifício e espancado. O caso foi relatado pelo próprio violinista, que está em casa, recuperando-se. De acordo com ele, não houve motivo para a ação. O homem que estava com Israel na rua pemaneceu do lado de fora do prédio, por ordem dos policiais.

Nascido em Pernambuco, Israel foi criado no bairro de Peixinhos, em Olinda, e mora há 23 anos na Espanha. Ele ficou famoso depois de protagonizar, ainda criança, um episódio de racismo que chocou o país. Ele foi detido quando corria nas proximidades do Parque 13 de Maio, com o violino na mão, para não se atrasar para uma apresentação, e só foi liberado depois de tocar o instrumento para provar que era realmente músico.

Segundo os amigos, Israel ainda está muito abalado e passou a maior parte do dia em casa, chorando. Ele esteve no estado em agosto, participando do Festival de Música Erudita do Recife.

Fonte: Sul 21

2 COMENTÁRIOS

  1. Somos todos uma família
    O QUE você pensa sobre pessoas que têm cor de pele diferente da sua ou que vêm de outro grupo étnico? Acha que são iguais a você? Infelizmente, muitas pessoas consideram determinadas raças como inferiores. “Racismo”, de acordo com certo dicionário, é “a crença de que a raça é o determinante primário de capacidades e características humanas e de que as diferenças raciais produzem uma superioridade inerente de uma determinada raça”.
    Essa crença tem causado muito dano. Sentimentos de superioridade racial “têm servido de justificativa para a opressão colonial e a escravidão de outros povos”, escreveu o professor universitário Wen-Shing Tseng no seu livro Handbook of Cultural Psychiatry (Manual de Psiquiatria Cultural). Disse também que a raça tem sido usada “para justificar desigualdades sociais, econômicas e políticas”. Até hoje, o racismo existe em muitas partes do mundo. Mas há alguma verdade nessa crença cruel? O que a ciência e a Bíblia têm a dizer?
    O que a ciência diz?
    Descobertas genéticas confirmaram o equívoco do racismo. Pesquisadores constataram que as diferenças no DNA entre duas pessoas escolhidas aleatoriamente de qualquer parte do mundo eram de cerca de 0,5%. Dessas diferenças, 86% a 90% ocorreram dentro de um mesmo grupo racial. Assim, apenas 14% ou menos dessa variação de 0,5% ocorreram entre grupos raciais diferentes.
    Visto que “os humanos são geneticamente homogêneos”, diz a revista Nature, “a genética pode e deve ser uma ferramenta importante para ajudar a esclarecer e amenizar a questão do racismo”.
    Esse tipo de pensamento não é novo. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura começou a publicar em 1950 uma série de declarações para combater o racismo. As declarações foram redigidas por antropólogos, geneticistas e sociólogos. Contudo, o racismo ainda existe. É claro que não basta só estar ciente disso. É preciso tocar também o coração, ou o íntimo, das pessoas. “Do coração vêm raciocínios iníquos”, disse Jesus Cristo. — Mateus 15:19, 20.
    O conceito da Bíblia
    A Bíblia foi escrita para tocar o coração. Por exemplo, além de declarar a verdade científica de que “[Deus] fez de um só homem toda nação dos homens, para morarem sobre a superfície inteira da terra”, a Bíblia também diz que “Deus não é parcial, mas, em cada nação, o homem que o teme e que faz a justiça lhe é aceitável”. (Atos 10:34, 35; 17:26) Em vista disso, não se sente motivado a amar a Deus? — Deuteronômio 32:4.
    Jeová Deus quer que mostremos que o amamos por nos tornarmos iguais a ele. “Tornai-vos imitadores de Deus, como filhos amados, e prossegui andando em amor”, diz Efésios 5:1, 2. ‘Andar em amor’ inclui amar as pessoas como Deus as ama, não importa a cor da pele ou etnia. — Marcos 12:31.
    Deus não aceitará como seus servos aqueles que têm um coração cheio de maldade, ódio e preconceito racial. (1 João 3:15) De fato, está muito próximo o tempo em que Deus eliminará todos os maus da face da Terra. Restarão apenas aqueles que imitam suas qualidades. Então, a humanidade realmente será uma só família, em sentido físico e espiritual. — Salmo 37:29, 34, 38

  2. As raízes do preconceito e da discriminação
    “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.” — Artigo 1.° da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
    APESAR desse nobre ideal, o preconceito e a discriminação ainda afligem a humanidade. Essa triste realidade é um reflexo não só dos nossos tempos, mas também da imperfeição do ser humano. (Salmo 51:5) Mas a situação não está perdida. Uma coisa é certa: talvez não consigamos eliminar a discriminação ao nosso redor, mas podemos acabar com os preconceitos que nós mesmos talvez tenhamos.
    Um bom começo é admitir que nenhum de nós está imune a ter preconceitos. O livro Understanding Prejudice and Discrimination (Entendendo o Preconceito e a Discriminação) diz: “Ao pesquisar o preconceito, estas talvez sejam as conclusões mais importantes: (1) todos os dotados de raciocínio e fala podem nutrir preconceitos, (2) geralmente é preciso um esforço consciente para diminuir o preconceito e (3) é possível fazer isso, desde que haja motivação.”
    Alguns dizem que a educação é “a arma mais poderosa” contra o preconceito. Por exemplo, a educação certa pode expor as causas dele, fazer com que examinemos nossas próprias atitudes com mais objetividade e nos ajudar a reagir com sabedoria quando nós somos as vítimas.
    A raiz do problema
    O preconceito leva as pessoas a distorcer, entender errado e até desconsiderar fatos que contrariam suas opiniões preconcebidas. Ele se origina de valores familiares aparentemente inocentes, mas mal direcionados, ou de conceitos distorcidos que algumas pessoas deliberadamente espalham sobre outras raças e culturas. O preconceito pode ser fomentado pelo nacionalismo e por falsos ensinamentos religiosos. E pode ser resultado de orgulho exagerado. Ao considerar os pontos a seguir e os princípios bíblicos relacionados, que tal examinar suas próprias atitudes e ver se alguma mudança precisa ser feita?
    Amizades. O ser humano é sociável por natureza, e isso é bom. Não é por nada que a Bíblia diz que “quem se isola procurará o seu próprio desejo egoísta” e desconsiderará a “sabedoria prática”. (Provérbios 18:1) Mas devemos escolher bem as amizades, pois exercem forte influência em nós. Por isso, pais sábios se preocupam muito com as amizades dos filhos. Pesquisas mostram que as crianças podem desenvolver preconceito racial já aos 3 anos de idade por copiarem atitudes, palavras e gestos de outros. É claro que os próprios pais devem fazer tudo a seu alcance para dar um bom exemplo aos filhos, pois normalmente é isso que tem mais influência em moldar os valores da criança.
    ? O que a Bíblia diz? “Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele.” (Provérbios 22:6, Bíblia na Linguagem de Hoje) “Quem anda com os sábios será sábio, mas quem anda com os tolos acabará mal.” (Provérbios 13:20, BLH) Se você tem filhos, pergunte-se: ‘Estou dando a eles orientação para que andem no caminho que é verdadeiro e justo aos olhos de Deus? Será que me associo com pessoas que exercem boa influência em mim? Sou um bom exemplo para outros?’ — Provérbios 2:1-9.
    Nacionalismo. Um dicionário define nacionalismo como “um senso de consciência nacional que exalta uma nação acima de todas as outras e promove sobretudo sua cultura e seus interesses”. Ivo Duchacek, professor de ciência política, comentou em seu livro Conflict and Cooperation Among Nations (Conflito e Cooperação entre as Nações): “O nacionalismo divide a humanidade em grupos que não se toleram. Em resultado disso, as pessoas pensam em primeiro lugar como americanos, russos, chineses, egípcios ou peruanos, e em segundo lugar como seres humanos — se é que pensam assim.” Um ex-secretário-geral da ONU escreveu: “Muitos dos problemas que enfrentamos hoje resultam de atitudes erradas — algumas delas adotadas quase que inconscientemente. Entre essas está o conceito do nacionalismo cego — ‘meu país, certo ou errado’.”
    ? O que a Bíblia diz? “Deus amou tanto o mundo [toda a humanidade], que deu o seu Filho unigênito, a fim de que todo aquele que nele exercer fé não seja destruído, mas tenha vida eterna.” (João 3:16) “Deus não é parcial, mas, em cada nação, o homem que o teme e que faz a justiça lhe é aceitável.” (Atos 10:34, 35) Pergunte-se: ‘Se Deus ama pessoas de todas as nações de modo imparcial, incluindo a mim, não deveria eu me esforçar em imitá-lo, especialmente se afirmo que o adoro?’
    Racismo. Os racistas acreditam na “superioridade biológica, cultural e/ou moral de determinada raça, ou de determinada população, povo ou grupo social”, diz um dicionário. Contudo, a Enciclopédia Delta Universal declara que “não há nenhuma comprovação científica para apoiar as teses de superioridade [racial]”. As extremas injustiças promovidas pelo racismo, como sistematicamente negar direitos às pessoas, são uma evidência dolorosa de que ele se baseia em falsidades e mentiras.
    ? O que a Bíblia diz? “A verdade vos libertará.” (João 8:32) “[Deus] fez de um só homem toda nação dos homens.” (Atos 17:26) “Não como o homem vê é o modo de Deus ver, pois o mero homem vê o que aparece aos olhos, mas quanto a Jeová, ele vê o que o coração é.” (1 Samuel 16:7) Pergunte-se: ‘Procuro ver as pessoas como Deus as vê? Tento descobrir como elas realmente são — talvez aquelas de raça e cultura diferentes — por me aproximar delas?’ Quando chegamos a conhecer bem uma pessoa, conseguimos ver além de um falso estereótipo.
    Religião. O livro The Nature of Prejudice (A Natureza do Preconceito) diz: “Abusos inevitavelmente acontecem quando homens usam sua religião para justificar [empenhos egoístas] e preferências étnicas. É aí que religião e preconceito se misturam.” O que surpreende, observa o livro, é a facilidade com que as pessoas religiosas “trocam a devoção pelo preconceito”. Isso fica claro quando igrejas aceitam apenas pessoas de certas raças, e quando grupos religiosos promovem ódio, violência e terror.
    ? O que a Bíblia diz? “A sabedoria [de Deus] é . . . pacífica, razoável, . . . sem parcialidade.” (Tiago 3:17) “Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai com espírito e verdade [em sentido religioso].” (João 4:23) ‘Ame os seus inimigos e ore pelos que o perseguem.’ (Mateus 5:44) Pergunte-se: ‘Será que minha religião me incentiva a amar sinceramente todas as pessoas, até mesmo aquelas que talvez queiram me prejudicar? Aceita todo tipo de pessoas, sem se importar com nacionalidade, cor de pele, sexo, poder aquisitivo ou posição social?’
    Orgulho. Na forma de arrogância ou auto-estima excessiva, o orgulho pode deixar a pessoa mais inclinada ao preconceito. Por exemplo, pode deixar a pessoa propensa a sentimentos de superioridade ou de desprezo pelos pobres e pelos de pouca instrução. Pode também levá-la a crer na propaganda ideológica que exalta sua nacionalidade ou etnia. Propagandistas astutos, como foi o caso do ditador nazista Adolf Hitler, deliberadamente estimulam o orgulho nacional e racial para conseguir o apoio das massas e difamar aqueles considerados diferentes ou indesejados.
    ? O que a Bíblia diz? “Todo o soberbo de coração é algo detestável para Jeová.” (Provérbios 16:5) ‘Não faça nada por briga ou por egotismo, mas, com humildade mental, considere os outros superiores a você.’ (Filipenses 2:3) Pergunte-se: ‘Será que no fundo sinto prazer em ouvir elogios à minha raça ou etnia e comentários negativos sobre as demais? Tenho a tendência de sentir inveja daqueles que têm habilidades que eu não tenho, ou realmente fico contente por eles?’
    Assim, a Bíblia alerta: “Mais do que qualquer outra coisa a ser guardada, resguarda teu coração, pois dele procedem as fontes da vida.” (Provérbios 4:23) Então, lembre-se de que seu coração é muito precioso e não permita que nada o corrompa. Mas alimente-o com a sabedoria de Deus. Só depois disso ‘o raciocínio e o discernimento resguardarão você, para livrá-lo do mau caminho e do homem que fala perversidades’. — Provérbios 2:10-12.
    Mas e se a vítima do preconceito ou da discriminação for você? O próximo artigo analisará essa questão.
    [Destaque na página 6]
    Quando chegamos a conhecer bem uma pessoa, conseguimos ver além de um falso estereótipo

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