Mães de crianças com microcefalia protestam contra suspensão do BPC no Recife

No Brasil, cerca de três mil crianças foram diagnosticadas com a síndrome durante o surto de microcefalia em 2015 / EBC

Por Vanessa Gonzaga.

O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é concedido pelo INSS para pessoas com deficiência física ou mental de qualquer idade e idosos acima de 65, e equivale a um salário mínimo. Pernambuco foi um dos estados que mais sofreu com o surto de microcefalia em 2015, que em todo o país registrou cerca de três mil crianças que nasceram com a síndrome congênita causada pelo vírus da zika. De acordo com as regras do BPC, as crianças com microcefalia têm direito ao benefício e muitas já o recebem. Porém, no Recife (PE), dezenas de famílias estão com o benefício cortado desde junho sem nenhum motivo aparente.

Em reação aos cortes, a União de Mães de Anjos (UMA) organizou uma manifestação em frente à sede do INSS no Recife nesta quinta-feira (18), com cerca de 85 famílias que vêm sendo prejudicadas com a suspensão do benefício.

Germana Soares, presidente da UMA, explica as razões do protesto: “Nós viemos reivindicar nosso direito, porque mães estão em situação de desespero sem ter como custear aluguel, alimentação, remédios. Viemos para que a sociedade saiba o que está ocorrendo e o poder público tome providência”.

Inicialmente, as famílias atualizaram toda a documentação exigida pelo INSS na expectativa de receberem o benefício, mas o instituto afirmou que o problema seria “no banco”. Após irem às agências investigar o ocorrido, a resposta foi de que o problema era realmente na Previdência.

O INSS, que não sabe explicar o motivo das suspensões, pediu um prazo de até 85 dias para investigar o caso, mas as famílias argumentam que é impossível manter as crianças sem o valor do benefício por esse período e que seria urgente uma reunião com o Ministério da Cidadania para entender o que aconteceu e reaver os valores suspensos.

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