Mãe contesta versão da PM sobre baile em Paraisópolis: “Assassinaram meu filho”

Segundo parentes da vítima, o jovem não morreu pisoteado, conforme alega a polícia. O corpo não tinha sinais de pisões, nem a roupa marcas de sapatos

Denys Henrique Quirino da Silva, um dos jovens mortos no baile funk em Paraisópolis (Arquivo pessoal)

Os parentes do estudante Denys Henrique Quirino da Silva, que estava no baile funk de Paraisópolis, Zona Sul de São Paulo, neste domingo (1), contestam a versão da Polícia Militar de que o jovem tenha morrido pisoteado durante a operação na comunidade. Segundo eles, o corpo de Denys não tinha sinais de pisões, nem a roupa tinha marcas de sapatos.

“Depois de ter visto o corpo do meu filho, tenho certeza de que ele foi assassinado. Meu filho não foi pisoteado. O rosto dele está intacto. Foi a primeira vez que ele foi a esse baile. Foi a viagem para a morte”, disse Maria Cristina Silva, mãe do jovem de 16 anos, após reconhecer o corpo do filho no IML. Informações são do jornal Agora.

Denys morava com a família em Pirituba, Zona Oeste de São Paulo. Estudava e trabalhava com limpeza de estofados e sofás. “Meu irmão não era um criminoso. Ele trabalhava, estudava e também gostava de funk. Quem morreu ali foi inocente. Não tinham 5.000 criminosos ali”, disse Danylo Quirino, irmão de Denys.

Leia mais: Morte de 9 jovens em Paraisópolis ocorreu após um mês de ameaças da PM

Oito homens e uma mulher morreram após a ação mal sucedida da Polícia Militar no baile funk. Estima-se que cerca de cinco mil pessoas estivessem no local. A PM realizava a Operação Pancadão, que visa “garantir o direito de ir e vir do cidadão e impedir a perturbação do sossego, fiscalizando a emissão ruídos proveniente de veículos”, segundo a Secretaria de Segurança Pública.

Pessoas que estavam na festa afirmam que os policiais armaram uma emboscada. Uma adolescente de 17 anos ficou ferida durante a confusão e disse que a PM começou a agredir os frequentadores do baile. “Eu não sei o que aconteceu, só vi correria, e várias viaturas fecharam a gente. Minha amiga caiu, e eu abaixei pra ajudá-la. Quando me levantei, um policial me deu uma garrafada na cabeça. Os policiais falaram que era pra colocar a mão na cabeça”.

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