Livro infantil sobre Karl Marx apresenta luta de classes para crianças

Por Rodrigo Casarin.

Frederico se espanta quando encontra no mercado um par de meias custando duas libras. Funcionário da fábrica que produz o produto, fica intrigado e quer saber o que leva aquela peça de roupa a custar tanto, já que ele ganha apenas 25 centavos para cada par que produz. Um amigo lhe explica que o valor final leva em conta, além do seu trabalho, o custo do carvão, da lã, das máquinas…

No entanto, Frederico continua estranhando a discrepância entre o que recebe e o que é pedido pelas meias. Pede, então, para que Rosa, uma colega bem instruída, faça as contas e lhe explique o que se passa.
Rosa passa um domingo inteiro, seu único dia de folga, fazendo e refazendo cálculos. Ao cabo, descobre que, do preço final, 1,35 libra corresponde ao “mais-valor” (ou mais-valia), o lucro do patrão. “Bom… Sabe o que eu acho? Que esse tal de ‘mais-valor’ deveria se chamar ‘trabalho não pago ao trabalhador’. É muito injusto!”, retruca Frederico. A solução para mudar aquela realidade? Greve geral para que os empregados da fábrica negociem uma jornada de trabalho menor e salários mais altos.
É essa a história que vovô Carlos conta para seus netinhos em “O Capital Para Crianças”, livro dos catalães Joan Riera e Liliana Fortuny . Recém-lançado pela Boitatá, selo infantil da Boitempo, a obra integra a série de publicações que a editora vem fazendo para celebrar o ano de bicentenário de nascimento do filósofo alemão Karl Marx – sim, o Carlos da narrativa é uma representação do barbudo autor de “O Capital” e “Manifesto Comunista”, cujas ideias serviram de base para diversos movimentos de esquerda.
Com uma linguagem bastante didática, a obra apresenta às crianças conceitos básicos sobre a luta de classes e, como mostrado acima, o debate sobre as jornadas de trabalho, as remunerações dos trabalhadores e os lucros dos empresários. “Antigamente, a pessoa que contratava chamava-se capataz, patrão ou amo. Hoje, costuma-se chamar empresário, chefe ou gerente. Já quem era contratado (isto é, o Frederico), antes era chamado de operário ou proletário. Hoje, costumamos chamar de trabalhador , funcionário ou empregado”, explica, por exemplo, o vovô narrador .
Veja algumas páginas da obra:

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