Lideranças do CIMI alertam sobre antropólogo mercenário

Por Claudia Weinman, para Desacato.info.

Antropólogo objetiva produzir subsídios para os parlamentares contrários aos indígenas e setores do agronegócio. Edward Luz, foi desligado da Associação Brasileira de Antropologia em 2013 e estaria buscando informações que contemplariam a CPI da Funai

Lideranças do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), de 11 regionais do país, estiveram reunidas na última semana, em Brasília, para tratar de várias questões referentes as lutas e atividades desenvolvidas. Além de discutir e fortalecer o posicionamento contrário a PEC 215, que fere os direitos dos povos indígenas e traz inúmeras problemáticas para os diferentes povos, o Coordenador da Regional Sul do CIMI, Jacson Santana, falou sobre a importância das comunidades ficarem em alerta com um antropólogo mercenário que tem ‘visitado’ com más intensões, as aldeias.

Foi divulgada pelo site: http://oindigenista.com/, a informação de que o quimérico antropólogo, Edward Luz, foi desligado da Associação Brasileira de Antropologia em 2013 e estaria buscando informações que contemplariam a CPI da Funai.

edwardluz
Na direita da foto, Edward Luz

Santana explica que o trabalho do Antropólogo consiste em efetivar Contra-laudos. “Quando uma terra é demarcada, é feito um relatório que comprova a tradicionalidade da área. Esse relatório é feito por técnicos, antropólogos e outros profissionais, e segue para aprovação da Funai, Ministério da Justiça e ainda, pode passar por um processo de contestação. Esse antropólogo tem feito contra-laudos. É contratado pelos sócios do agronegócio, muitos fazendeiros, para levantar esse material”, explica.

Santana detalha ainda que o antropólogo não é confiável. “Ele acaba visitando algumas regiões para conversar e incitar os poderes constituídos para que tomem posturas contra os índios, formando aliados”, destacou Santana, reforçando ainda que os indígenas precisam ficar atentos.

O Secretário Executivo do CIMI Nacional, Cleber Buzatto, falou que as comunidades possuem legitimidade em aceitar ou não a introdução desse antropólogo nas terras indígenas. “Não sabemos para onde ele pretende ir mas temos clareza de suas intenções, que é de produzir subsídios para os parlamentares contrários aos indígenas e setores do agronegócio do país”.

Buzatto explicou ainda que Edward Luz foi expulso da Associação Brasileira de Antropologia porque utilizava o espaço de forma mercenária. “Este cidadão vende esse título de antropólogo por interesses meramente economicistas e atendendo os interesses do agronegócio. O Porto de Itajaí por exemplo, contratou os serviços dele para elaboração de pareceres e agora, ele tem movimentado-se para atacar os direitos dos povos indígenas”, enfatizou.

Resistência

Buzzato detalha que os povos indígenas farão resistência a qualquer tipo de ataque, que apresentam-se de diferentes maneiras. “A grande força que apostamos é na força de resistência e luta dos povos originários. Seria preciso também, uma sensibilização nacional, pois esse ataque é um ataque à sociedade brasileira”.

O representante do CIMI Nacional diz ainda, que as mobilizações continuarão em todo o país para combater o processo de invasão de terras que os líderes de toda bancada evangélica e do agronegócio conduzem. “Mobilização, articulação e luta. ‘Eles’ querem inviabilizar as demarcações mas a resistência será maior. Continuamos dizendo não a PEC 215 e atentos a qualquer golpe que venha por meio de pessoas como esse antropólogo”, finalizou.

Foto de capa:  http://pib.socioambiental.org/

Foto da Matéria: Reprodução do site: http://oindigenista.com/

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