Lançamento: “Travestis: carne, tinta e papel”

Lançamento, que aconteceu 23 de junho, teve performance da artista Rayanna Rayovack (Imagem: Divulgação)

Por Márcia Pinna Raspanti.

Em “Travestis: carne, tinta e papel”, o historiador Elias Ferreira Veras problematiza as condições históricas de emergência do sujeito travesti no Brasil (a partir da cidade de Fortaleza, no Ceará), na passagem da década de 1970 para 1980. Como mostra o historiador, no “tempo das perucas”, o termo travesti era utilizado no país para designar uma prática eventual, não designando uma posição de sujeito ou “identidade sexual”.

Ao longo dos anos de 1970 e, principalmente, a partir de 1980, a palavra travesti passou a designar um novo “tipo” de homossexual, que transformava e feminilizava o corpo através do uso de hormônios e da aplicação de silicone. Veras revela que esse processo de subjetivação, fundamental para compreendermos as atuais reivindicações das pessoas trans pelo reconhecimento de suas identidades de gênero, foi atravessado por discursos heteronormativos estigmatizantes, mas também por contra-discursos travestis, sendo efeito e indício de um novo momento histórico, que denomina de “tempo dos hormônios farmaco-pornográficos”.

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