Lançamento Movimento Marcha Patriótica

(Português/Espanhol).

As organizações sociais, populares e políticas de camponeses, indígenas, estudantes, trabalhadores, de bairros, culturais e em geral, compostas por milhares de mulheres e homens explorados deste país, que, desde 20 de julho de 2010, nos articulamos e organizamos na Marcha Patriótica pela Segunda e Definitiva Independência

CONVOCAMOS:
   O conjunto do povo colombiano, suas organizações, todas aquelas pessoas que em nosso país e em todas as latitudes do mundo compartilham conosco este anseio por transformações, de verdadeira democracia, de paz com justiça social, em síntese, a todas aquelas e todos aqueles que compartilham os sonhos e propostas apresentados na proclamação pela segunda e definitiva independência, fruto da vontade popular e soberana de milhares de mulheres e homens de nosso país, ao Lançamento do Movimento Político Marcha Patriótica e Constituição de seu Conselho Patriótico Nacional, uma proposta de organização eminentemente política, social e democrática, profundamente comprometida na defesa da causa popular e das reivindicações dos setores menos favorecidos da sociedade ou afetados pelas políticas neoliberais do Estado; um movimento que dinamize a variedade de formas de organização e mobilizações existentes em qualquer região da Colômbia, que cresça e se fortaleça, até se converter em uma verdadeira alternativa de transformação democrática para todo o povo colombiano, a ser realizado nos dias 21, 22 e 23 de abril de 2012, na cidade de Bogotá.
A crise e a mobilização social e popular
   O Lançamento do Movimento Político Marcha Patriótica e a Constituição de seu Conselho Patriótico Nacional se dá em meio de um importante e vigoroso aumento da mobilização social e popular não somente em nosso país, mas também em diferentes latitudes do mundo, contra a crise do capitalismo e pela geração de alternativas verdadeiramente democráticas, que possibilitem a existência de sociedades justas e dignas.
   Mais uma vez, o capitalismo entrou em crise demonstrando sua incapacidade estrutural de resolver os problemas materiais mínimos das maiorias, além de sua comprovada essência depredadora, que põe cada vez mais em questão a existência de nosso planeta.
   Nesta ocasião, a crise tem seu centro na financeirização promovida pelo modelo neoliberal, o qual põe como eixo principal da economia e, porque não dizê-lo, de nossas sociedades, o sistema financeiro, caracterizado por ser fundamentalmente especulador e parasitário, afetando a produção real de riqueza e gerando acumulação para uma ínfima minoria sobre a base da negociação, por parte desses poucos, dos bens e do bem-estar do conjunto de nossos povos.
   Frente a essa crise, as classes possuidoras, que estão no governo da maioria dos países do mundo, saíram apressadamente para salvar os bancos e o conjunto do sistema financeiro, enquanto impõem às grandes maiorias os custos da crise, através de fortes cortes dos investimentos sociais por parte dos Estados, promovendo novas ondas de privatização da saúde, da educação, da ordem territorial e de maior precarização dos direitos dos trabalhadores, tudo isso, por suposição, acompanhado de fortes doses de repressão e de cinismo contra os reais afetados por essas medidas.
   Diante desse panorama, a digna mobilização não se fez esperar em todas latitudes do mundo, no Magreb, na beligerante resistência do povo grego, na greve que mostra um ressurgimento da histórica classe operária inglesa, no grito de “democracia real já” de milhares de indignados na Espanha, nos milhares de estudantes que contra o modelo neoliberal voltam a abarrotar as grandes avenidas de Allende no Chile, demonstrando na prática que “a história é nossa e a fazem os povos” e, logicamente, a luta singular que muitos estadunidenses vêm fazendo em Wall Street.
   Na Colômbia, corajosamente, apesar de tanta morte e humilhação por parte do regime, assistimos a uma importante reativação do movimento social e popular contra as manifestações da crise em nosso país, contra o aprofundamento do modelo neoliberal, com seu necessário componente de guerra (adiantado pelo presidente Juan Manuel Santos) e pela recuperação dos direitos mínimos de nosso povo.
   É assim como em nosso país a herança de Ignacio Torres Giraldo, arquétipo da classe operária colombiana, está presente nas greves impulsionadas recentemente pelos trabalhadores do petróleo, especialmente em Campo Rubiales, no Meta. Sente-se também o clamor de mais de 30 mil pessoas que, nas ruas do histórico Barranco Avermelhado, em meados de 2011, fizeram retumbar a palavra de ordem da solução política, da paz e do direito à terra; a lição unitária do movimento estudantil colombiano que, através da mobilização, do debate e da organização – contando com o apoio de grandes setores da população colombiana – ganhou uma importante batalha contra o governo nacional, que tinha a intenção de privatizar a educação superior. Presenciamos também a importante confluência que significa o CONGRESSO DOS POVOS e o esforço unitário que representa a criação do COMOSOCOL.
   Parte ativa e muito importante dessa reativação do movimento social e popular é o nosso processo da Marcha Patriótica pela Segunda e Definitiva Independência, herdeira e continuadora da façanha independentista, democratizadora e soberana, empreendida por Bolívar, Nariño, José Antonio Galán, Benkos Biojó, Policarpa Salavarrieta, Manuela Beltrán e milhares de homens e mulheres que, ao longo desses mais de 200 anos, ofereceram suas vidas na conquista de tão altos propósitos. Nosso processo significa o encontro e a articulação de camponeses, estudantes, indígenas, trabalhadores, organizações de bairros, personalidades democráticas e expressões de todos os setores sociais, construindo uma proposta alternativa de país, invocando a soberania direta do povo através das assembleias abertas, retomando a mobilização e as ruas como elemento indispensável para a transformação, com vocação unitária e reafirmando, a cada dia, a importância da organização popular, tudo isso com o objetivo de conquistar para o povo sua participação decisória no governo da pátria, elemento que hoje se constitui no principal motivo da conformação de nosso Conselho Patriótico Nacional.
Presidente Juan Manuel Santos – neoliberalismo: aprofundamento do despojo e continuação da guerra contra o povo colombiano
   O governo de Juan Manuel Santos significa a aposta das classes dominantes na recomposição do regime político colombiano, o que é fundamental para a perpetuação de seus interesses, regime certamente enfraquecido em alguns elementos importantes depois dos oito anos do governo anterior. Logrou seu objetivo com relativo êxito através da chamada Unidade Nacional, verdadeiro pacto de elites, que, com o maior descaramento, repartiu os postos e os recursos do Estado como verdadeiro butim pirata, com o objetivo de comprar qualquer tipo de oposição, garantindo a unanimidade no interior do congresso e a maioria dos partidos políticos, assegurando a implementação do aprofundamento do modelo neoliberal, principal objetivo desse governo.
   Outro componente fundamental nessa intenção de maquiar o regime político colombiano tem sido uma decidida estratégia de cooptação de setores que outrora afirmavam defender os interesses populares, assim como uma política muito habilidosa de amoldamento e promoção de uma suposta nova esquerda, claramente dócil e funcional aos interesses das classes dominantes e à continuidade de seu projeto neoliberal.
   Essas ações lograram efetivamente cooptar algumas organizações sociais, tornar invisível, atacar e estigmatizar sistematicamente as posições de esquerda que questionam o modelo, promovendo sobre estas a etiqueta da ortodoxia e da imobilização. Especial atenção merecem as consequências que tiveram essa estratégia em nível internacional, com a aprovação do Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos, Canadá e a União Europeia e a confusão de muitos setores progressistas internacionais que veem com lástima a realidade de nosso país através da visão dos grandes monopólios da desinformação.
   Os elementos anteriormente mencionados facilitaram ao governo de Juan Manuel Santos adiantar uma reengenharia institucional neoliberal, através de um agressivo pacote legislativo, o qual começa com o Plano Nacional de Desenvolvimento e suas locomotivas do despojo, a reforma que consagra como princípio constitucional a sustentabilidade fiscal, a reforma do sistema nacional de royalties, a reforma do sistema de saúde, da justiça e do derrotado projeto de reforma da educação superior, só para mencionar alguns deles, visando aprofundar em nosso país a privatização de todos os elementos necessários da vida humana e da natureza, o despojo de nossos elementos naturais mais apreciados, a precarização absoluta das condições dos trabalhadores colombianos e o predomínio absoluto do setor financeiro que dessangra as finanças estatais e as riquezas dos colombianos, configurando-se dessa maneira em nosso país a terceira sociedade mais desigual do mundo.
   Esse modelo profundamente desigual, que se perpetua fundamentalmente através da guerra empreendida pelo regime contra o povo colombiano, tornou possível níveis absurdos de concentração das terras de nosso país através do deslocamento forçado de milhões de camponeses e do ataque sistemático às suas formas de organização. As “vantagens competitivas” para a economia colombiana, que significam salários de fome para nossos trabalhadores, foram conseguidas graças ao assassinato seletivo de milhares de sindicalistas, o saque descarado de nosso ouro, água, petróleo e demais elementos naturais, e se ergue sobre o extermínio consciente e deliberado de nossas comunidades indígenas e afro-colombianas. A continuidade no governo colombiano desses mercadores da morte se explica em grande medida devido ao genocídio de qualquer forma real de oposição política.
   É nessa realidade que encontra explicação a existência de nosso conflito social, político e armado, assim como a presença histórica das insurgências de nosso país; é por isso que se equivocam aqueles que afirmam que o atual governo conta com uma política de paz. Nesse ponto, a única política desse governo é a guerra total contra o povo colombiano: não se pode pensar que se avança até a paz quando as causas estruturais que originaram o conflito não só permanecem, mas também que se aguçam, quando se mata o opositor político e se fecha cada vez mais os espaços da já maltratada democracia. É por isso que, a partir da Marcha Patriótica e da Assembleia Aberta pela Independência, cremos que a luta pelas reivindicações mais sofridas de nosso povo e a luta pela solução política são elementos que necessariamente têm que se desenvolver de maneira conjunta: isso hoje é tarefa urgente e inadiável.
A cultura, a academia e a arte: elementos indispensáveis para nossa segunda e definitiva independência
   A desaforada depredação promovida pelo capital financeiro e pelo sistema bancário internacional, produto da concentração de riqueza do mundo em poucas mãos, não somente afeta a vida material dos países e das pessoas, como também afeta a identidade cultural dos povos, as tradições e as expressões culturais e artísticas.
   Por sua vez, as políticas neoliberais dos países imperialistas, agravadas pelos tratados profundamente desiguais do chamado “livre comércio”, promovem o saque das riquezas naturais, impondo para isso modos homogêneos de ser e de pensar.
   A isso contribuem os meios de comunicação, que formam parte do sistema, com a característica de que estes são os encarregados, desde o plano da cultura, de preparar o caminho mediante a desinformação massiva e a distorção da realidade, para que o imaginário coletivo social se mantenha seduzido pelo modelo, na passividade e no consumismo.
   A Cultura não é, como nos querem fazer crer, um luxo de uns tantos iniciados, ou umas atividades massivas de entretenimento. É uma necessidade vital do povo e das pessoas, um assunto fundamental da política, pois tem relação com nossa maneira de ser, de habitar o mundo, com nosso sentido de memória e de pertencimento, com nossa capacidade de prefigurar o futuro. E, portanto, com a vontade de atuar no “aqui e agora”!
   Amilcar Cabral, um poeta africano, dizia que a Cultura é feita da capacidade que têm os povos de responder às crises. Nós, ao mesmo tempo em que reconhecemos a crise, vemos, na busca de sua saída, uma grande oportunidade de mudança.
   A Cultura é a ponte entre a memória herdada das tradições e da decisão coletiva e pessoal, no presente, de lutar para que outro mundo seja possível.
   Essa Marcha Patriótica nos estimula a desenvolver a mobilização social pelos grandes ideais de Justiça que nos incentivem a encontrar, mais cedo que tarde, soluções criativas e coletivas ao conflito.
   Essa Marcha Patriótica não depende só da razão, que a temos de sobra. A sensibilidade e os sentimentos coletivos são, para todas e todos nós, assuntos fundamentais. Queremos fazer essa caminhada com canções, poemas e obras de teatro que desautorize o mito de que os poderosos são o modelo e de que são invencíveis. Não são! E o riso e a festa nos ajudarão a demonstrá-lo.
   As batalhas não devem se dar somente no terreno da Economia, mas também no terreno das ideias e no das imagens. Por isso, expressamos nossa valorização da arte e da cultura e a necessidade de contar com as e os artistas como sujeitos criadores.
   Por isso, convocamos imediatamente o povo colombiano a marchar conosco por um novo modelo de sociedade, chamamos os intelectuais democratas e as e os artistas, que contribuam com sua voz, seu pensamento e suas obras para vencer nesse empenho.
Façamos da Marcha Patriótica um grande acontecimento social, político e cultural.
O Movimento Político Marcha Patriótica e seu Conselho Patriótico Nacional, rumo à construção de uma alternativa política para a segunda e definitiva independência.
   É precisamente nesse contexto que a Marcha Patriótica, na perspectiva de se converter na alternativa política para a segunda e definitiva independência, convoca para a constituição e para o lançamento de seu Conselho Patriótico Nacional, como espaço amplo, inclusivo, deliberativo e estratégico, que deverá dotar esse novo instrumento político de uma plataforma, que contemple as reivindicações centrais do nosso país, e das perspectivas de ação para conquistá-las, assim como sua necessária estrutura interna.
   A configuração da Marcha Patriótica como movimento político não significa a dissolução das organizações políticas, sociais e populares que a compõem, nem muito menos que estas se afastem de suas ações e reivindicações setoriais; ao contrário, significa a constituição de um movimento de movimentos, que potencialize muito mais a atual reativação da mobilização e que articule as lutas de cada setor e as projete na disputa estratégica por um modelo de país e de sociedade. Para essa tarefa, é indispensável e determinante disputar o poder político do governo e do Estado com as atuais classes dominantes, que levaram o país a ocupar o vergonhoso segundo lugar entre os países mais desiguais da América e o terceiro no mundo.
   Nosso movimento político deve encorajar a ação de todos os colombianos e colombianas que se encontram inconformados, indignados e entediados com a situação atual repleta de pobreza, humilhação e morte e que desejam construir uma Colômbia verdadeiramente democrática, com um modelo econômico e político no qual o direito à saúde, à educação, à cultura, à moradia, à recreação sejam uma realidade para o conjunto da população; um país no qual se impeça o roubo de nossos bosques, campos andinos e riquezas; uma Colômbia na qual a diferença política seja um elemento essencial para o debate democrático; uma nação soberana, um país em paz, com justiça social – em síntese, uma Colômbia que alcance a segunda e definitiva independência.
   Fazemos isso com a profunda convicção de que a transformação de nosso país necessita urgentemente de um movimento político composto, em todo o seu ser e razão, pelas lutas e organizações sociais, populares, intelectuais e setores democráticos, que tenha, como princípios paralelos, o trabalho de base, a mobilização, a organização e a unidade do povo colombiano e o profundo compromisso de defender os interesses populares e das maiorias nacionais, para que possa alcançar a sinergia emancipadora entre as lutas sociais, as reivindicações e a disputa do poder político para colocá-lo ao serviço de todos os colombianos e não de una elite oligárquica.
METODOLOGIA E AGENDA:
Sábado – 21 de abril de 2012
Ato de Instalação:
? Das 9 às 10 horas: leitura da convocação, explicação da metodologia e leitura das saudações
? Das 10 às 12:30 horas: Painel inaugural “A construção de alternativas políticas e a mobilização social e popular contra a crise”
? Das 12:30 às 14 horas: almoço
? Das 14 às 18 horas: Trabalho das mesas:
   – Caracterização do regime político colombiano
   – Caracterização interna da Marcha Patriótica e do Conselho Patriótico Nacional
   – Plataforma política da Marcha Patriótica
   – Plano de trabalho 2012-2014
   – Política organizativa da Marcha Patriótica
   – Política internacional da Marcha Patriótica
? 18 horas: Ato cultural
Domingo – 22 de abril de 2012
? Das 8 às 10 horas: Plenária por comissões
? Das 10 às 12:30 horas: Reunião por setor social:
   – Camponeses
   – Estudantes
   – Trabalhadores
   – Indígenas
   – Afro-colombianos
   – Mulheres
   – Organizações de bairros
   – Jovens
   – Artistas
   – Personalidades democráticas
   – Direitos Humanos
? Das 12:30 às 14 horas: almoço
? Das 14 às 18 horas: plenária geral e designações de pessoas para as diferentes instâncias colegiadas
? 18 horas: Ato cultural
Segunda-feira – 23 de abril de 2012
Ato de lançamento do Movimento Político Marcha Patriótica e Constituição de seu Conselho Patriótico Nacional.
   Nesse dia, as diferentes organizações e processos de todos os departamentos enviarão um bom número de delegações para participar no ato de mobilização cultural e política, no qual será lançado o Conselho Patriótico Nacional e se dará a conhecer publicamente suas principais definições e propostas face ao país.
? Das 8 às 10 horas: Recepção das delegações
? Das 10 às 13 horas: Mobilização pela segunda e definitiva independência
? Das 14 às 19 horas: Ato político e cultural

 Lanzamiento del Movimiento político Marcha Patriótica

Las organizaciones sociales, populares y políticas de campesinos, indígenas, estudiantes, trabajadores, barriales, culturales y en general, compuestas por miles de hombres y mujeres explotados de este país, que desde el 20 de julio del 2010 nos articulamos y organizamos en la Marcha Patriótica por la Segunda y Definitiva Independencia,

CONVOCAMOS:

Al conjunto del pueblo colombiano, a sus organizaciones, a todas aquellas personas que en nuestro país y en todas las latitudes del mundo comparten con nosotros este anhelo de transformación, de verdadera democracia, de paz con justicia social, en síntesis, a todos y todas aquellas que comparten los sueños y propuestas planteados en la proclama por la segunda y definitiva independencia, fruto de la voluntad popular y soberana de miles de mujeres y hombres de nuestro país, al Lanzamiento del Movimiento Político Marcha Patriótica y Constitución de su Consejo Patriótico Nacional, una propuesta de organización eminentemente política, social y democrática, profundamente comprometida en la defensa de la causa popular y de las reivindicaciones de los sectores menos favorecidos de la sociedad o afectados por las políticas neoliberales del Estado; un movimiento que dinamice la variedad de formas de organización y movilizaciones existentes en cualquier región de Colombia, que crezca y se fortalezca, hasta convertirse en una verdadera alternativa de cambio democrático para todo el pueblo colombiano, a realizarse los días 21, 22 y 23 de Abril de 2012 en la ciudad de Bogotá.

LA CRISIS Y LA MOVILIZACIÓN SOCIAL Y POPULAR

el Lanzamiento del Movimiento Político Marcha Patriótica y la Constitución de su Consejo Patriótico Nacional se da en medio de un importante y vigoroso aumento de la movilización social y popular no sólo en nuestro país sino también en diferentes latitudes del mundo, contra la crisis del capitalismo y por la generación de alternativas verdaderamente democráticas que posibiliten la existencia de sociedades justas y dignas.

Unas vez más el capitalismo ha entrado en crisis demostrando su incapacidad estructural de resolver los problemas materiales mínimos de las mayorías, además de su ya probada esencia depredadora, que pone cada vez más en cuestión la existencia misma de nuestro planeta.

En esta ocasión la crisis tiene su centro en la financiarización promovida por el modelo neoliberal, la cual pone como eje principal de la economía y por qué no decirlo, de nuestras sociedades, al sistema financiero, caracterizado por ser fundamentalmente especulador y parasitario, afectando la producción real de riqueza y generando acumulación para una ínfima minoría sobre la base de la negociación por parte de estos pocos, de los bienes y el bienestar del conjunto de nuestros pueblos.

Frente a esta crisis las clases poseedoras en el gobierno de la mayoría de los países del mundo, han salido presurosos a salvar a los bancos y al conjunto del sistema financiero, mientras que le imponen a las grandes mayorías los costos de la crisis, a través de fuertes recortes a la inversión social por parte de los Estados, promoviendo nuevas olas de privatización de la salud, la educación, el ordenamiento territorial y de mayor precarización de los derechos de los trabajadores, todo esto por su puesto acompañado de fuertes dosis de represión y de cinismo contra los reales afectados por estas medidas.

Ante este panorama, la digna movilización no se ha hecho esperar en todas latitudes del mundo, en el Magreb, en la beligerante resistencia del pueblo griego, en el paro que muestra un resurgir de la histórica clase obrera inglesa, en el grito de “democracia real ya” de miles de Indignados en España, en los miles de estudiantes que contra el modelo neoliberal vuelven a colmar las grandes alamedas de Allende en Chile, demostrando en la práctica que “la historia es nuestra y la hacen los pueblos” y por supuesto, la lucha singular que muchos norteamericanos vienen dando en Wall Street.

En Colombia valerosamente a pesar de tanta muerte y oprobio por parte del régimen, asistimos a una importante reactivación del movimiento social y popular contra las manifestaciones de la crisis en nuestro país, la profundización del modelo neoliberal con su necesario componente de guerra, adelantado por Juan Manuel Santos y por la recuperación de los derechos más mínimos de nuestro pueblo.

Es así como en nuestro país la herencia de Ignacio Torres Giraldo, arquetipo de la clase obrera colombiana, está presente en las huelgas impulsadas recientemente por los trabajadores del petróleo especialmente en Campo Rubiales, en el Meta. Se siente también el clamor de más de 30 mil personas que en las calles de la histórica Barrancabermeja a mediados de dos mil once hicieron retumbar la consigna de la solución política, la paz y el derecho a la tierra; la lección unitaria del movimiento estudiantil colombiano que a través de la movilización, el debate y la organización -contando con el apoyo de grandes sectores de la población colombiana- ha ganado una importante batalla en contra del gobierno nacional en su intención de privatizar la educación superior. Presenciamos también la importante confluencia que significa el CONGRESO DE PUEBLOS y el esfuerzo unitario que representa la creación del COMOSOCOL.

Parte activa y muy importante de esta reactivación del movimiento social y popular, es nuestro proceso de Marcha Patriótica por la Segunda y Definitiva Independencia, heredero y continuador de la gesta independentista, democratizadora y soberana, emprendida por Bolívar, Nariño, José Antonio Galán, Benkos Biojó, Policarpa Salavarrieta, Manuela Beltrán y miles de hombres y mujeres que a lo largo de estos más de 200 años han ofrendado su vida en la consecución de tan altos propósitos. Nuestro proceso ha significado el encuentro y la articulación de campesinos, estudiantes, indígenas, trabajadores, organizaciones barriales, personalidades democráticas y expresiones de todos los sectores sociales, construyendo una propuesta alternativa de país, invocando la soberanía directa del pueblo a través de los cabildos abiertos, retomando la movilización y las calles como elemento indispensable para la transformación, con vocación unitaria y reafirmando día a día la importancia de la organización popular, todo esto con miras a conquistar para el pueblo su participación decisoria en el gobierno de la patria, elemento que hoy se constituye en el principal motivo de la conformación de nuestro Consejo Patriótico Nacional.

 JUAN MANUEL SANTOS – NEOLIBERALISMO: PROFUNDIZACIÓN DEL DESPOJO Y LA CONTINUACIÓN DE LA GUERRA CONTRA EL PUEBLO COLOMBIANO.

El gobierno de Juan Manuel Santos ha significado la apuesta de las clases dominantes por la recomposición del régimen político colombiano fundamental para la perpetuación de sus intereses, régimen ciertamente maltrecho en algunos elementos importantes después de los ocho años del gobierno anterior. Dicho fin se ha logrado con relativo éxito a través de la llamada Unidad Nacional, verdadero pacto de élites, que con el mayor descaro ha repartido los puestos y los recursos del Estado como verdadero botín pirata, con el fin de comprar cualquier tipo de oposición garantizando el unanimismo al interior del congreso y la mayoría de los partidos políticos, asegurando la implementación de la profundización del modelo neoliberal, principal objetivo de este gobierno.

Otro componente fundamental en esta intención de maquillar el régimen político colombiano ha sido una decidida estrategia de cooptación de sectores que antaño afirmaban defender los intereses populares, así como una muy hábil política de amoldamiento y promoción de una supuesta nueva izquierda, claramente dócil y funcional a los intereses de las clases dominantes y a la continuad de su proyecto neoliberal.

Dichas acciones han logrado efectivamente cooptar a algunas organizaciones sociales, invisibilizar, atacar y estigmatizar sistemáticamente las posiciones de izquierda que hacen cuestionamientos sobre el modelo, promoviendo sobre estas, la etiqueta de la ortodoxia y anquilosamiento. Especial atención merecen las consecuencias que ha tenido esta estrategia a nivel internacional, logrando la aprobación del Tratado de Libre Comercio con los Estados Unidos, Canadá y la Unión Europea y la confusión de muchos sectores progresistas internacionales que ven la realidad de nuestro país lastimosamente a través de la visión de los grandes monopolios de la desinformación.

Los elementos anteriormente mencionados le han facilitado al gobierno de Juan Manuel Santos adelantar una reingeniería institucional neoliberal, a través de un agresivo paquete legislativo, el cual comienza con el Plan Nacional de Desarrollo y sus locomotoras del despojo, la reforma que consagra como principio constitucional la sostenibilidad fiscal, la reforma al sistema nacional de regalías, la reforma al sistema de salud, la justicia y el derrotado proyecto de reforma a la educación superior, solo por mencionar algunos de ellos, esto con miras a profundizar en nuestro país la privatización de todos los elementos necesarios de la vida huma y de la naturaleza, el despojo de nuestros elementos naturales más preciados, la precarización absoluta de las condiciones de los trabajadores colombianos y el predomino absoluto del sector financiero que desangra las finanzas estatales y las riquezas de los colombianos, configurándose de esta manera en nuestro país la tercera sociedad más desigual del mundo.

Este modelo profundamente desigual, que se perpetúa fundamentalmente a través de la guerra, emprendida por el régimen contra el pueblo colombiano, ha hecho posible lograr los niveles absurdos de concentración de la tierra existentes de nuestro país a través del desplazamiento forzado de millones de campesinos y del ataque sistemático a sus formas organizativas. Las “ventajas competitivas” para la economía colombiana que significan salarios de hambre para nuestros trabajadores, se han conseguido gracias al asesinato selectivo de miles de sindicalistas, el saqueo descarado de nuestro oro, agua, petróleo y demás elementos naturales, y se erige sobre el exterminio consiente y deliberado de nuestras comunidades indígenas y afrocolombianas. La continuidad en el gobierno colombiano de estos mercaderes de la muerte se explica en gran medida debido al genocidio de cualquier forma real de oposición política.

Es en esta realidad que encuentra explicación la existencia de nuestro conflicto social, político y armado, así como la presencia histórica de las insurgencias de nuestro país; es por esto que se equivocan quienes afirman que el actual gobierno cuenta con una política de paz. La única política de este gobierno en este punto es la guerra total contra el pueblo colombiano, no se puede pensar que se avanza hacia la paz cuando las causas estructurales que han originado el conflicto no solo permanecen, sino que se agudizan, cuando se mata al contradictor político y se cierran cada vez más los espacios de la ya maltrecha democracia. Es por eso que desde la Marcha Patriótica y Cabildo Abierto por la Independencia creemos que la lucha por las reivindicaciones más sentidas de nuestro pueblo y la brega por la solución política son elementos que necesariamente tienen que desarrollarse de manera conjunta, hecho que es hoy tarea urgente e impostergable.

LA CULTURA, LA ACADEMIA Y EL ARTE: ELEMENTOS INDISPENSABLES PARA NUESTRA SEGUNDA Y DEFINITIVA INDEPENDENCIA

La desaforada depredación del capital financiero y de la banca internacional, producto de la concentración de la riqueza del mundo en pocas manos, no solo afecta la vida material de los países y de las personas; también afecta la identidad cultural de los pueblos, las tradiciones, y las expresiones culturales y artísticas.

A la vez que las políticas neoliberales de los países imperialistas, agravadas por los tratados profundamente desiguales, del llamado ”libre comercio”, promueven el saqueo de las riquezas naturales, imponen para lograrlo, maneras homogéneas de ser y de pensar.

A ello contribuyen los medios de comunicación que forman parte del sistema, con la característica de que estos son los encargados, desde la cultura, de preparar el camino mediante la desinformación masiva y la distorsión de la realidad, para que el imaginario colectivo social se mantenga seducido por el modelo, en la pasividad y el consumo.

La Cultura no es como nos han querido hacer creer, un lujo de unos cuantos iniciados o, unas actividades masivas de entretenimiento. Es una necesidad vital del pueblo y de las personas, un asunto fundacional de la política por cuanto tiene que ver con nuestra manera de ser, y de habitar el mundo, con nuestro sentido de memoria y de pertenencia, con nuestra capacidad de prefigurar el porvenir. Y por lo tanto, con la voluntad de actuar en el ¡aquí y ahora!

Amilkar Cabral, un poeta africano, decía que la Cultura está hecha de la capacidad que tienen los pueblos de responder a las crisis. Nosotros, a la vez que reconocemos la crisis, vemos, en la búsqueda de su salida, una gran oportunidad de cambio.

La Cultura es el puente entre la memoria heredada de las tradiciones y la decisión colectiva y personal presente de luchar para que otro mundo sea posible.

Esta Marcha Patriótica nos plantea desarrollar la movilización social por los grandes ideales de Justicia que nos animen, para encontrar, más temprano que tarde, soluciones creadoras y colectivas al conflicto.

Esta Marcha Patriótica no depende sólo de la razón, que la tenemos de sobra. La sensibilidad y los sentimientos colectivos son para nosotros y nosotras, asuntos fundamentales. Este andar queremos hacerlo con canciones, poemas y obras de teatro que destituyan el mito de que los poderosos son el modelo y de que con invencibles. ¡No lo son! Y la risa y la fiesta nos ayudarán a demostrarlo.

Las batallas no sólo deben darse en el terreno de la Economía, también en el terreno de las ideas y en el de las imágenes. Por eso, expresamos nuestra valoración del arte y la cultura y la necesidad de contar con las y los artistas como sujetos creadores.

Por eso, a la vez que convocamos al pueblo colombiano a marchar con nosotros y nosotras por un nuevo modelo de sociedad, llamamos a los intelectuales demócratas y a las y los artistas, a que contribuyan con su voz, su pensamiento y sus obras a lograr este empeño.

Hagamos de la Marcha Patriótica un gran acontecimiento social, político y cultural.

El Movimiento Político Marcha Patriótica Y SU Consejo Patriótico Nacional, HACIA LA CONSTRUCCIÓN DE UNA ALTERNATIVA POLÍTICA PARA LA SEGUNDA Y DEFINITIVA INDEPENDENCIA.

Es precisamente en este contexto que la Marcha Patriótica en perspectiva de convertirse en alternativa política para la segunda y definitiva independencia, convoca a la constitución y lanzamiento de su Consejo Patriótico Nacional, como espacio amplio, incluyente deliberativo y estratégico que deberá dotar a este nuevo instrumento político, de una plataforma que recoja las reivindicaciones centrales que requiere nuestro país, la perspectivas de acción para lograrlas, así como su necesaria estructura interna.

La configuración de la Marcha Patriótica como movimiento político, no significa la disolución de las organizaciones políticas, sociales y populares que la componen, ni mucho menos que estas se alejen de su acciones, reivindicaciones sectoriales; por el contrario, significa la constitución de un movimiento de movimientos, que potencie mucho más la actual reactivación de la movilización y articule las luchas de cada sector y las proyecte a la disputa estratégica por un modelo de país y de sociedad. Para dicha tarea resulta indispensable y determinante, disputar el poder político del gobierno y del Estado a las actuales clases dominantes, que han llevado al país a ocupar el vergonzoso segundo lugar entre los países más desiguales de América y el tercero en el mundo.

Nuestro movimiento político debe concitar la acción de todos los colombianos y colombianas que se encuentren inconformes, indignados y hastiados de este presente lleno de pobreza, ignominia y muerte y deseen construir una Colombia verdaderamente democrática, con un modelo económico y político donde los derechos a la salud, educación, cultura, vivienda, recreación sean una realidad para el conjunto de la población; un país donde se impida el robo de nuestros montes, paramos y riquezas; una Colombia donde la diferencia política sea un elemento esencial para el debate democrático; una nación soberana, un país en paz, con justicia social, en síntesis, una Colombia que alcance la segunda y definitiva independencia.

Esto lo hacemos bajo la profunda convicción que la transformación de nuestro país necesita urgentemente un movimiento político compuesto en su carne, hueso y razón, por las luchas y organizaciones sociales, populares, intelectuales y sectores democráticos, que tenga como principios transversales, el trabajo de base, la movilización, la organización y la unidad del pueblo colombiano, y el profundo compromiso de defender los intereses populares y de las mayorías nacionales, para que puede lograr la sinergia emancipadora entre las luchas sociales, las reivindicaciones y la disputa del poder político para ponerlo al servicio de todos los colombianos y no de una élite oligárquica.

METODOLOGÍA Y AGENDA:

Sábado 21 de Abril de 2012

Acto de Instalación

*9 am – 10 am lectura de convocatoria, explicación de la metodología y lectura de saludos.

*10 – 12 30 pm Panel inaugural “La construcción de alternativas políticas y la movilización social y popular contra la crisis”

*12 30 PM – 2 PM Almuerzo

*2 PM – 6 PM (Trabajo en mesas)

Caracterización del Régimen Político Colombiano.

Caracterización interna de la Marcha patriótica y del Consejo patriótico Nacional.

Plataforma Política de la Marcha Patriótica

Plan de trabajo 2012 – 2014

Política Organizativa de la Marcha Patriótica

Política Internacional de la Marcha Patriótica.

*6 PM Acto Cultural

Domingo 22 de Abril

*8 AM – 10 AM – Plenaria por comisiones

*10 AM 12 30 PM Reunión por sectores sociales.

Campesinos.

Estudiantes.

Trabajadores

Indígenas

Afrocolombianos

Mujeres

Organizaciones Barriales.

Jóvenes

Artistas

Personalidades democráticas.

Derechos Humanos.

*12 30 PM – 2 PM Almuerzo.

*2 PM – 6 PM plenaria general y designaciones de personas para las diferentes instancias colegiadas.

*6 PM Acto cultural.

 Lunes 23 de Abril

Acto de lanzamiento del Movimiento Político Marcha Patriótica y Constitución de su Consejo Patriótico Nacional

Este día las diferentes organizaciones y procesos de todos de los departamentos enviaran un buen número de delegaciones para participar en el acto de movilización cultural y político en el que se lanzara el consejo patriótico nacional y se darán a conocer públicamente sus principales definiciones y propuestas del cara al país.

*8 am – 10 am Recepción de las delegaciones.

*10 – 1 pm Movilización por la segunda y definitiva independencia.

*2 pm – 7 pm Acto político cultural.

Info: http://www.marchapatriotica.org

        http://agendacolombiabrasil.blogspot.com.br

 

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