Jungmann é recebido aos gritos de “golpista” em Santa Catarina

O ministro interino da Defesa, Raul Jungmann, foi recebido aos gritos da “golpistas” no 9º do Encontro Nacional de Estudos em Defesa (Enabed), na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis. A plateia, com cerca de 500 pessoas, também gritou palavras de ordem como ”Fora Temer”.

“A gente está num estado de exceção, em um governo onde você tem uma série de desmandos […]. Aqui fica evidente que as Forças [Armadas] parecem estar coniventes e talvez consolidando este tipo de farsa que vivemos”, avalia um dos participantes da manifestação, Danillo Bragança, doutorado em Ciência Política na Universidade Federal Fluminense, referindo-se à posição das Forças Armadas no golpe. O relato foi pulicado no Brasil de Fato.

O evento é organizado pela Associação Brasileira em Estudos de Defesa (ABED) e ocorre de 6 a 8 de julho. Pesquisadores, militares, políticos e funcionários da administração pública participam do encontro.

Antes da palestra do ministro, Alexandre Fuccille, presidente da ABED, e Luis Carlos Cancellier de Olivo, Reitor da UFSC, saudaram a presença do ministro. “Tentam dar um tom de normalidade, como se isso [o golpe] fosse algo absolutamente natural, e não é”, afirma Bragança. “É muito ruim ver uma associação que é importante para a sociedade civil, que nasce da necessidade de discutir os temas militares, temas importantes para a sociedade civil, receber um ministro interino e golpista”.

Jungmann foi investigado por fraude em licitação, peculato e corrupção em contratos de publicidade do Incra quando foi ministro do Desenvolvimento Agrário, entre 1998 e 2001, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Os contratos somavam cerca de R$ 33 milhões. A Justiça Federal arquivou o inquérito, em 2011, alegando que qualquer decisão não implicaria em cumprimento da pena, pois um dos crimes havia prescrito e o mesmo ocorreria com os demais.

Em maio, ele disse que Estadão que “faz quase dez anos que está no Supremo, já passou por cinco relatores, sem uma decisão. A pior injustiça é não ter um julgamento da Justiça”. “Fiquei refém dessa morosidade. Aguardo a decisão – e espero que tenha o mesmo fim da ação penal: o arquivamento, por ausência de qualquer irregularidade ou prejuízo ao erário. Mas cabe à justiça decidir”, complementou.


Fonte: 247.

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