Julian Assange, meu amor! Por Urda Alice Klueger.

Por David G Silvers. – flickr.com/dgcomsoc

Por Urda Alice Klueger.

(Português/Español)

 (Para Eduardo Venera dos Santos Filho)

Ele poderia ter sido meu filho. Em 1971, quando ele nasceu, eu tinha 19 anos, começara a trabalhar num primeiro emprego e estava a me apaixonar irremediavelmente por aquele que seria o tão grande amor da minha vida que nunca acabaria de passar. Tudo era apropriado para eu ter tido um filho nessa altura: era jovem, saudável, tinha células perfeitas para dar continuidade à vida, um companheiro perfeito para dar origem a um filho perfeito – só que Julian Assange não nasceu de mim, embora hoje, olhando para trás, bem queria que tivesse sido eu a lhe dar à luz.

Ele não nasceria no Brasil, no entanto, e o nome da sua mãe seria Christine, ao invés de Urda. Como se fosse também um pouco meu filho, nasceria por cá pelo mesmo Hemisfério Sul, embora a Austrália, o país dele, até hoje ainda me faça pensar, em primeiro lugar, em cangurus, coalas e no grande crocodilo que quase comeu a perna do Crocodilo Dundee, além de uma fila de governantes que nunca me parecem simpáticos, todos usando uniformes certinhos, de terno, gravata e barrigão, os quais passaram a me chamar a atenção a partir das atrocidades acontecidas em Timor Leste.  Eta gente fria, aquela dos governos australianos!

E o menino genial não nasceu de mim nem do Brasil, mas nasceu tão genial que pôs todo o mundo em polvorosa. Tenho prestado atenção nele desde o primeiro dia em que Willian Bonner, aquele mesmo que disse que seleciona as notícias para o ignorante público brasileiro ver no Jornal Nacional pensando se agradariam ou não a Homer Simpson falou a respeito do sítio daquele menino genial errando na pronúncia, dizendo que era o “uaikeliks”, para no dia seguinte se retratar e dizer “uikeliks”, tão grande era o impacto da notícia no mundo.

O fato é que um menino que era puro gênio nascera no mundo, brincara um pouco de hacker para aprender a como fazer para descobrir os grandes segredos que se escondiam nos novos aparelhos das novas tecnologias, e ontem à noite, ainda, ouvi como ele contou como estava tentando entender o mundo que o rodeava e onde vivia – e da sua estupefação ao entender, ainda tão menino, que o que pensara bonito como uma ave canora não passava da mais sórdida cova de leões que já se viu sobre este planeta, com seus milhões de malefícios, assassinatos , guerras sujas, economia podre e a vileza das mais diversificadas traições. Quando entendeu o que verdadeiramente passava, sua genialidade diante da tecnologia moderna fê-lo criar a mais sofisticada das páginas da Internet, onde sua sede de justiça e ânsia da verdade passou a publicar as mais ignóbeis verdades sobre o que acontece, de verdade, no mundo, deixando de calças curtas os maiores assassinos da humanidade a babujar desculpas esfarrapadas nas quais ninguém mais acredita e a alertar ao povo inocente sobre verdades que a gente simples nem imaginava.

É claro que aquela máfia do horror, aquela que ficou de calças curtas, tratou logo de botar a mão nele e na sua equipe: encurralaram-no em Londres com um bobo pedido de extradição para uma Suécia grande alimentadora de guerras com a venda das armas que produz – e estava implícito que da Suécia haveria uma nova extradição para um outro país chamado Estados Unidos onde a mais amenas das esperanças era a de uma cadeira elétrica.

Não compreenderam Assange, claro! O lindo menino que poderia ter sido meu filho enganou um pouco de cá, um pouco de lá – e acabou por ir proteger-se dentro da embaixada do Equador, aquele país de gente tão querida que já pude conhecer um dia. Claro que o Equador lhe deu asilo político – e claro que os parentes dos crocodilos da Austrália não estão nem aí para o filho de quem deveriam se orgulhar. O problema, agora, é tirar Julian Assange de dentro da embaixada do Equador, levá-lo até ao aeroporto de Londres para que ele possa, afinal, lépido e faceiro, tomar o rumo desta nossa América dita Latina que comunga dos seus ideais e já o ama por antecipação.  Por enquanto a coisa ainda não se deu, pois está cheinho de polícia inglês ao redor da embaixada equatoriana, esperando o menor pretexto para ir lá acorrentar esse menino como se fazia no tempo da Idade Média!

Tenho fé na minha América, no entanto! De um jeito ou de outro, Julian Assange vai acabar sendo trazido para cá e vai ser o nosso orgulho. Pudesse eu, ia lá contrabandeá-lo para as delícias de Quito.

Julian Assange,, meu querido, quisera ter sido a tua mãe, e então te chamaria de Julian Assange, meu amor! Tua mãe foi outra, o que não quer dizer que não possa te chamar de meu amor! Venha logo, nuestra América está te esperando!

Blumenau, 02 de Setembro de 2012-09-03

Urda Alice Klueger é escritora, historiadora e doutoranda em Geografia pela UFPR.

Foto: http://impactocna.com

Julian Assange, mi amor

Por Urda Alice Klueger.

(Para Eduardo Venera dos Santos Filho)

Él podría haber sido mi hijo. En 1971, cuando nació, yo tenía 19 años, comenzaba a trabajar en mi primer empleo y estaba enamorada irremediablemente por aquel que sería el más grande amor de mi vida, el que nunca acabaría de pasar. Todo era apropiado para haber tenido un hijo a esa altura: era joven, saludable, tenía células perfectas para dar continuidad a una vida, un compañero perfecto para dar origen a un perfecto hijo – solo que Julián Assange no nació de mí. Sin embargo, hoy mirando para atrás, bien hubiera querido, ser yo , quien lo diera a luz .

El no nascería en Brasil, en tanto, el nombre de la madre sería Christine, al revés de Urda. Como si fuese también un poco mi hijo, nascería por acá por el mismo Hemisferio Sur, igual que Australia. El país de él, hasta hoy solo me hacía pensar, en primer lugar, en canguros, coalas y en el gran cocodrilo que casi comió la pierna de Cocodrilo Dundee, además de una fila de gobernantes que nunca me parecen simpáticos. Todos usan uniformes vistosos, de trajes y corbatas, barrigudos, los cuales pasaran a llamar mi atención a partir de las atrocidades acontecidas en Timor Leste. ¡Es gente fría, aquella de los gobiernos australianos!

Pero el niño genial no nació de mí ni en Brasil, mas nació tan genial que puso a todo el mundo en polvorosa. Tengo prestado atención en el desde el primer día en que Willian Bonner, aquel mismo que dice que selecciona las noticias para que el ignorante público brasileño vea en el Jornal Nacional, pensando si agradarían o no a Homero Simpson hablo respecto al sitio de aquel joven genial equivocando la pronunciación, diciendo que era “uaikeliks”, para al día siguiente retratarse y decir “uikeliks”, tan grande era el impacto de la noticia en el mundo.

Quién creería que un niño, que era puro genio nacería en el mundo, jugaría un poco de hacker para aprender cómo hacer para descubrir los grandes secretos que se escondían en los nuevos aparejos de las nuevas tecnologías, y entonces ayer a la noche, cuando oí cómo él contó la forma en que estaba tratando de entender el mundo que lo rodeaba y donde vivía – y de su estupefacción a entender, siendo tan pequeño, que lo que pensara bonito como un ave cantora no pasaba de la más sórdida cueva de leones que jamás se vio sobre este planeta, con sus millones de maleficios, asesinatos , guerras sucias, economía podrida, traiciones y vilezas de las más diversificadas. Cuando entendió lo que verdaderamente pasaba, su genialidad al frente de las tecnologías modernas lo impulsó a crear la más sofisticada de las páginas de Internet, donde su sed de justicia y ansias de verdades lo impulsó a publicar las más novedosas verdades sobre lo que acontece, verdaderamente, en el mundo, dejando en calzones a los mayores asesinos de la umanidad, obligándolos a balbucear disculpas desarrapadas las cuales ninguno más cree y a alertar al pueblo inocente sobre verdades que la gente simples ni imaginaba.

Claro que aquella mafia del horror, aquella que quedo en calzoncillos, trató luego de echar mano sobre él y su equipo: lo acorralaron en Londres con un bobo pedido de extradición para una Suecia gran alimentadora de guerras con la venta de las armas que produce – y estaba implícito que desde Suecia habría una nueva extradición para un otro país llamado Estados Unidos donde la más amena de las esperanzas sería la de una silla eléctrica.

No comprendieron a Assange, ¡claro! El lindo muchacho que podría haber sido mi hijo los engañó un poco por acá, un poco por allá – y acabó por ir a protegerse dentro de la embajada del Ecuador, aquel país de gente tan querida que ya pude conocer un día. Claro que el Ecuador le dio asilo político – por supuesto que los parientes de los cocodrilos de Australia no están ni ahí para su hijo de quien debieran enorgullecerse. El problema, ahora, es sacar a Julián Assange de dentro de la embajada del Ecuador, llevarlo hasta el aeropuerto de Londres para que pueda, finalmente, rápido y fácil tomar el rumbo de esta nuestra América Latina, que comulga con sus ideales y ya lo ama por anticipado. Por ahora la cosa aún no se dio, pues está lleno de policías ingleses alrededor de la embajada ecuatoriana, esperando el menor pretexto para ir a engrillar a ese joven, como lo hacían en los tiempos de la Edad Media!

Mientras tanto, ¡tengo fe en mi América! De un modo o de otro, Julián Assange va a acabar siendo traído para acá y va a ser ese nuestro orgullo. Ojalá pudiese ir yo allá y contrabandearlo a las delicias de Quito.

Julián Assange, mi querido, quisiera haber sido tu madre, y entonces te llamaría, Julián Assange, ¡mi amor! Tu madre fue otra, lo que no quiere decir que no pueda llamarte ¡mi amor! Ven pronto, ¡nuestra América te está esperando!

Blumenau, 2 de septiembre de 2012.

Urda Alice Klueger es escritora, historiadora e doctoranda em Geografia pela UFPR, Brasil.

Traducción: Luis Ramírez (Argentina)

1 COMENTÁRIO

  1. Torço pelo menino bonito que não é filho legítimo nem da Urda, nem meu, mas que está no coração dela, meu e de muita gente, pelos seus feitos. Mas tenho cá minhas dúvidas:
    1) se ele conseguir chegar ao Equador, nada impede de assassinarem ele – sinto por ele, mas acho q sua vida agora vai ser um esconde-esconde;
    2)temo que o asilo conquistado o silencie (e a sua equipe) diante de coisas que, por ventura, possam descoberta em relação ao estado equatorino – e todo estado tem seus podres, aliás, todo estado é podre.
    3) vi uma parte da entrevista dele postada aqui no desacato, a equipe dele também é alvo… o que será dessa gente?

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