Jornalista diz que “obscurantismo” impede estreia do filme ‘Marighella’ no Brasil

Mário Magalhães, autor da biografia que inspira o filme de Wagner Moura sobre o guerrilheiro brasileiro, cobra explicações da distribuidora sobre a demora para o filme estrear no Brasil e fala em “censura”; equipe do longa chegou a sofrer ameaças durante a gravação, em 2018

Wagner Moura e Seu Jorge, em set de filmagens de Marighella (Divulgação)

O jornalista Mário Magalhães, autor da biografia do guerrilheiro brasileiro Carlos Marighella que inspirou o filme ‘Marighella’, de Wagner Moura, sugeriu nesta sexta-feira (10), através de postagens feitas em sua conta no Twitter, que o “obscurantismo” que assola o Brasil estaria impedindo a estreia do longa no país.

Aclamado pela crítica e pelo público, ‘Marighella’ estreou em fevereiro deste ano no Festival de Berlim e agora começará a rodar na Austrália.

“‘Marighella’, o filme do Wagner Moura, chega à Austrália. Estrear no Brasil, que é bom, nada. E aí, Paris Filmes? Vai se submeter ao obscurantismo dos novos censores? Censura nunca mais!”, tuitou Magalhães que, na sequência, fez outra postagem citando uma reportagem da Piauí que, segundo ele, aponta que o filme se transformou “em assunto de governo e de Estado”.

“Para quem tem dúvida de que o filme ‘Marighella’ se transformou em assunto de governo e de Estado, o depoimento do insuspeito deputado Alexandre Frota é esclarecedor. Está tudo na reportagem de Thais Bilenky”, escreveu o jornalista.

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Em nota enviada à Veja, a Paris Filmes, distribuidora do longa, negou que esteja sofrendo pressão, sem revelar, contudo, quando o filme estreará no Brasil.

Ameaças durante a gravação 

No início de 2018, quando o filme ainda estava em fase de produção e gravação, o diretor Wagner Moura relatou que a equipe chegou a ser alvo de ameaças de direitistas nas redes sociais, que prometiam invadir o set de gravações – o que não ocorreu, de acordo com o ator, graças ao apoio de 15 jovens de uma frente antifascista, que garantiram a segurança da equipe.

“O que aconteceu foi bonito. Vieram 15 jovens da frente antifascista para proteger a gente. Esse é o pior e o melhor momento para fazer um filme sobre Marighella”, disse Moura em entrevista à Folha de S. Paulo.

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