Jornalismo: desafio meu de cada dia

Por Ana Luiza Lucena.

Depois de muito digitar e apagar, resolvi começar o texto dessa forma. Assim mesmo. Também pensei em escrever de uma forma mais dominante e confiante sobre a minha forma de ser jornalista, mas nunca quis ser uma jornalista. Porém aqui estou cursando e não me pergunte o porque e já descobri, não há paixão, as teorias foram assassinadas,  não há escola literária e nem grupo de escritor num café ou no balcão do bar. Bajulados e bajuladores são tantos. Pergunto-me ainda o que faço aqui? Também não sei, só sei que a rigidez desse método todo me sufoca. E sempre achei a academia, em certo aspecto, um ninho de cobras… inofensivo, é bem verdade, pois que só devoram umas às outras.

Todos parecem estar desacreditados de desprezar esse jornalismo vagabundo da classe dominante e me parecem que estudam para mentir e continuar ler, escutar, e assistir, tudo sempre no mesmo modelo, forma, jeito, formato.

No ano de 2005, quando já me preparava para o exame do vestibular, recebi um e mail de uma suposta jornalista chamada ‘’Veruska’’, uma crítica feroz e bem-feita da atual imprensa (aquela que serve a classe dominante). Não só dominante, burra, que cerrou fileiras junto à politicalha de peessedebistas, peefelistas e coadjuvantes da esquerda ressentida para derrubar o governo Lula. O Brasil tem hoje a pior imprensa que já teve desde que vendidos e golpistas como Carlos Lacerda e David Nasser bateram as botas. A começar pelas ‘’estrelas’’ dos noticiários e programas de entrevista. E o que temos na mídia impressa? A revista Veja. A revista Veja merece um capítulo à parte, pois já deixou de ser uma publicação jornalística, para embarcar no gênero ficcional com narrativa de literatura fantástica. Imaginar que Fidel Castro mandou ao Brasil dinheiro para financiar a campanha de Lula e ainda por cima escondido em caixas de uísque. Só levou o público a pensar se Fidel mandou matar Che Guevara. Entre outras publicações sensacionalistas e ignorantes. Mas, é essa imprensa sem preparo e totalmente comprometida com as forças conservadoras que forma a opinião da classe média brasileira. Essa classe brasileira tonta e que tem péssima formação educacional. Mesmo assim essa turma acha que é bem informada às custas de Vejas, Épocas, Folhas, Globos  e se sente elite, adotando as idéias e comportamentos da gentalha da mídia, que forma sua opinião. Já a elite de verdade é hipócrita, canalha, egoísta e cruel. Tem ódio de Lula, por ser mestiço, nordestino e pobre. Acha um insulto ser governado por ele e se pudesse já o teria tirado do poder, como fez com João Goulart, que nem pobre, nem nordestino era, apenas um moderado socialista.

 

Com isso tudo não estou desacreditada. A decadência da mídia é brasileira. Ainda tem no mundo órgãos de imprensa muito bem-feitos. Afirmo isto, sim. Porque cansei de ver gente comentar em bares, ônibus, o que saiu na Veja da semana. As pessoas só tem esse olhar, não procuram outros meios. Acreditam em tudo.  Não me canso de dizer que há uma manipulação e muito bem determinada, feitas por jornalistas, o que não é aceitável para mim. Como escrevi lá em cima, nunca quis ser jornalista. Porque estou na 6º fase de jornalismo? Não sei, não sei e não sei. De repente agi como esses jornalistas que obedecem o que seu patrão manda fazer. De repente meu erro foi ter obedecido meus pais. E muita água rolou nesses três anos. Cresci, chorei, desisti,ri, enfrentei, senti medo,aprendi, senti angústia, aceitei e não aceitei. E ainda rola muita água. De tudo isso, quero apenas viver do meu jeito e arregalar os olhos dessa humanidade. Se não der certo em teatro, aí, penso em ser jornalista.

 

Imagem: Bessinha

 

 

2 COMENTÁRIOS

  1. Bem-vinda, companheira! Nunca largue as rédeas com que vem dirigindo esse carroção – chegaremos todos juntos lá!
    Urda Alice Klueger

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