Jorges, a agenda mudou

Por Julio Rudman.

(Português/Español).

Conheci um deles pessoalmente em Resistência, Chaco, em agosto passado. A generosidade de Mempo Giardinelli nos fez coincidir nessa maravilhosa iniciativa que se denomina Forum para o Fomento da Leitura e que realiza com suas colaboradoras e colaboradores desde faz dezesseis anos.

Hospedamo-nos no mesmo hotel e tivemos longas e frutíferas conversas. Eu já tinha lido vários de seus livros, começando por “Mamá”, essa extraordinária narração sobre a sua mãe, as lembranças da Guerra Civil espanhola e suas derivações ao interior de uma mulher sensível.

Caminhando pelas ruas chaquenhas, sentados em volta daqueles almoços, começamos a tarefa de destrinchar a atualidade. E, como é lógico, surgiu a polêmica corporativa. Os dois somos jornalistas e, se sabe, o kirchnerismo trouxe novos ventos, também neste canto do firmamento. Ele, Secretário de Redação de La Nación; eu, milito comunicação desde Rádio Nacional Mendoza.

Houve acordos vários e desacordos profundos. A meu argumento de que todos, o quase, fazemos jornalismo militante (por direita ou por esquerda) e que o proclamado jornalismo independente é una falácia, Jorge Fernández Díaz (sim, com ele aconteceu o debate peripatético), opunha uma terceira categoria, supostamente equidistante das outras: o jornalismo profissional. Chocolate pela notícia. Se por profissional quer dizer que recebemos um salário, concordo, mas para todos, militantes e falsamente independentes. Se se refere à busca da excelência no desempenho de nosso trabalho, chocolate. Do que se discute é o que fazemos com essa pretensa profissionalidade, para quem trabalhamos e produzimos ideias.

Na sua coluna do último domingo em La Nación, Fernández Díaz acusa os jornalistas que ele chama progressistas de amparar ou dissimular a corrupção governamental em pós da defesa das conquistas econômicas, sociais e culturais (os genocidas julgados e presos, entre os principais). Os tenta, nos tenta, de trair princípios éticos e morais que são tradição na cosmovisão da esquerda.

Tentaram impor agenda e, em boa medida, tinham conseguido até que Cristina sentiu que lhe estavam molhando a orelha com o assunto energético. E, mais uma vez, quando os capitais e seus capitães a provocam ela dobra a aposta. Com fatos concretos, como a expropriação de 51% das ações de YPF. Mas voltemos para o asusnto.

Jorge, este (para o outro me espere um pouquinho, Cacho), parte de um suposto: que o Vice-presidente é culpado, quando nem o juiz nem o promotor nem nenhuma prova documental, testemunhal nem indiciária dizem isso. Um verdadeiro caso de sofisma comunicacional. Para dizê-lo com seus próprios termos, pouco profissional. Com a agravante de insultar, não gratuitamente, a destacados pensadores de nossa mátria e, de passagem, também a mim.

Não tenho conhecimento de que Horacio González, José Pablo Feinmann ou Ricardo Forster, por exemplo, tenham defendido Jaime ou outros sujeitos submetidos a processo, mas também não li que Fernández Díaz tenha se desculpado pelas matérias de seu jornal que culpavam Julio De Vido pelo caso Skanska, do qual foi absolvido por falta de mérito. Onde está a intimação para comparecer ante o juiz, o processo, as provas que implicam o Vice? Também é verdade que La Nación e seus meninos não se auto-traem, nem à trajetória do jornal de permanente apoio à oligarquia, às ditaduras e ao encobrimento de Mauricio Macri, ele sim processado pelo crime de escutas ilegais.

Do outro Jorge, aquele que fuma, fuma e fuma sua desvalorizada dignidade, pouco para dize. De mercenários o espectro comunicacional está cheio. Só lembro daquele gráfico que exibiu na televisão para mostrar os tentáculos peçonhentos do Grupo Clarín, faz muito poucos anos, para chegar a dizer, agora, que a gente não lhe pergunta por onde volta senão quando. Pelo Grupo Clarín, o mesmo domingo em que Fernández Díaz me acusou de trair minhas ideias.

Evidentemente, não é o mesmo trabalhar em, que trabalhar para.

Mudou a agenda, meninos. Agora tem combustível.

Versão em português: Projeto América Latina Palavra Viva.

Jorges, cambió la agenda

Por Julio Rudman.

A uno lo conocí personalmente en Resistencia, Chaco, en agosto pasado. La generosidad de Mempo Giardinelli nos hizo coincidir en esa maravillosa iniciativa que se denomina Foro para el Fomento de la Lectura y que lleva adelante junto con sus colaboradoras y colaboradores desde hace dieciseis años.

Nos hospedamos en el mismo hotel y tuvimos largas y fructíferas charlas. Yo ya había leído varios de sus libros, empezando por “Mamá”, ese extraordinario relato acerca de su madre, los recuerdos de la Guerra Civil española y sus derivaciones al interior de una mujer sensible.

Caminando por las calles chaqueñas, sentados alrededor de aquellos almuerzos, nos dimos a la tarea de desmenuzar la actualidad. Y, como es lógico, surgió la polémica corporativa. Los dos somos periodistas y, se sabe, el kirchnerismo ha traído nuevos vientos, también en este rincón del firmamento. Él, Secretario de Redacción de La Nación; yo, milito comunicación desde Radio Nacional Mendoza.

Hubo acuerdos varios y desacuerdos profundos. A mi argumento de que todos, o casi, hacemos periodismo militante (por derecha o por izquierda) y que el proclamado periodismo independiente es una falacia, Jorge Fernández Díaz (sí, con él fue el debate peripatético), oponía una tercera categoría, presuntamente equidistante de las otras: el periodismo profesional. Chocolate por la noticia. Si por profesional quiere decir que recibimos un salario, de acuerdo, pero para todos, militantes y falsamente independientes. Si se refiere a la búsqueda de la excelencia en el desempeño de nuestro trabajo, chocolate. De lo que se discute es qué hacemos con esa pretendida profesionalidad, para quién trabajamos y producimos ideas.

En su columna del domingo pasado en La Nación, Fernández Díaz acusa a los periodistas que él llama progresistas de amparar o disimular la corrupción gubernamental en pos de la defensa de los logros económicos, sociales y culturales (los genocidas juzgados y presos, entre los principales). Los trata, nos trata, de traicionar principios éticos y morales que han sido tradición en la cosmovisión de la izquierda.

Han tratado de imponer agenda y, en buena medida, lo habían conseguido hasta que Cristina sintió que le estaban mojando la oreja con el asunto energético. Y, una vez más, cuando los capitales y sus capitanes la provocan ella redobla la apuesta. Con hechos concretos, como la expropiación del 51% de las acciones de YPF. Pero volvamos al asunto.

Jorge, éste (para el otro esperame un cachito, Cacho), parte de un supuesto: que el Vicepresidente es culpable, cuando ni el juez ni el fiscal ni ninguna prueba documental, testimonial ni indicial dicen eso. Un verdadero caso de sofisma comunicacional. Para decirlo con sus propios términos, poco profesional. Con el agravante de insultar, no gratuitamente, a destacados pensadores de nuestra matria y, de paso, a mí también.

No conozco que Horacio González, José Pablo Feinmann o Ricardo Forster, por ejemplo, hayan defendido a Jaime o a otros sujetos sometidos a proceso, pero tampoco leí que Fernández Díaz se haya disculpado por las notas de su diario que daban por culpable a Julio De Vido por el caso Skanska, del que fue absuelto o se le dictó falta de mérito. ¿Dónde está la citación a indagatoria, el procesamiento, las pruebas que implican al Vice? También es cierto que La Nación y sus muchachos no se traicionan a sí mismos, ni la trayectoria del diario de permanente apoyo a la oligarquía, las dictaduras y la cobertura de Mauricio Macri, él sí procesado por el delito de escuchas ilegales.

Del otro Jorge, el que fuma, fuma y fuma su devaluada dignidad, poco para decir. De mercenarios está lleno el espectro comunicacional. Sólo recuerdo aquel gráfico que desplegó en televisión para mostrar los tentáculos ponzoñosos del Grupo Clarín, hace muy pocos años, para llegar a decir, ahora, que la gente no le pregunta por dónde vuelve sino cuándo. Por el Grupo Clarín, el mismo domingo en que Fernández Díaz me acusó de traicionar mis ideas.

Evidentemente, no es lo mismo trabajar en, que trabajar para.

Cambió la agenda, muchachos. Ahora tiene combustible.

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