Jaraguá do Sul: Grito amordaçado dos servidores em greve

Servidores protestam em silêncio, amordaçados durante sessão legislativa (Foto: Reprodução)
Servidores protestam em silêncio, amordaçados durante sessão legislativa (Foto: Reprodução)

Os servidores em greve mais uma vez mostraram que estão dispostos a lutar até o fim pelos seus direitos roubados. Ontem (23) pela manhã, foram para a frente da Prefeitura, como fazem desde o dia 6 de março, e, simultaneamente, acamparam em frente à Câmara de Vereadores, para acompanharem a sessão legislativa. Não houve votação de projetos incluídos no pacote de maldades do prefeito Antídio Lunelli, mas os servidores lotaram o plenário da Câmara e, em silêncio, amordaçados, realizaram um protesto, ao mesmo tempo, como grito de desespero.

Para entrar nas dependências da Câmara, os servidores tiveram que se identificar e muitos deles, cujos nomes constavam na lista negra do vereador-presidente Pedro Garcia (PMDB), foram barrados pelos seguranças particulares. A sessão durou menos de 30 minutos. Pedro Garcia encerrou os trabalhos e os vereadores que votaram a favor dos projetos de lei do prefeito, na sessão de terça-feira, foram vaiados ardorosamente ao deixarem o prédio. A Polícia Militar, novamente, acompanhou as manifestações dos servidores. O comando de greve registrou os nomes dos servidores que foram impedidos de entrar na Câmara, para tomar as medidas judiciais cabíveis diante de tamanha humilhação.

Exemplo de resistência

Como tem acontecido diariamente, dirigentes de outros Sindicatos de Trabalhadores estão prestando apoio ao movimento grevista de Jaraguá do Sul. Ontem, o diretor do Sindicato dos Servidores de Blumenau, Sérgio Bernardo, falou aos servidores no caminhão de som cedido pelo Sindicato dos Metalúrgicos. Relatou a experiência de 41 dias de greve da categoria, em Blumenau, em 2014: “Não tivemos o ponto cortado, mesmo com a greve considerada ilegal, não pagamos multa, e ainda tivemos outra conquista, o plano de carreira, que deu uma média de até 28% de aumento salarial para a categoria”. Na avaliação de Sérgio Bernardo, o movimento de Jaraguá do Sul fortalece os outros municípios que estão entrando em data-base, alerta os trabalhadores quanto à tentativa de retirar direitos. “Os ataques aos direitos acontece em nível nacional e, agora, os prefeitos entraram nessa onda. Não vamos subestimar a importância da classe trabalhadora e do movimento sindical”, finalizou.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.