Israel desafia turistas a “matarem” palestinos em treino militar antiterrorismo

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Foto: Caliber 3

Por Joana Almeida.

Uma atração turística lançada em vários campos de férias em Israel desafia os visitantes a “matarem” árabes palestinos num curso de treino militar que tem sido muito procurado nos últimos anos por cidadãos estrangeiros. A longa lista de atividades proporcionadas aos participantes incluem a oportunidade de sentirem na pele o que é fazer parte das Forças de Defesa de Israel, visando estimular “o gosto pela experiência militar israelense”.

Fugir a uma explosão num mercado em Jerusalém, lutar corpo a corpo com o inimigo, participar num tiroteio ou assistir a uma demonstração de um ataque de cães ao vivo. Por 115 dólares (cerca de 100 euros), os turistas têm a oportunidade de desenvolver as técnicas de ataque e defesa das forças militares, consideradas “desumanas e brutais”, tendo geralmente como alvos imagens de árabes palestinos.

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Foto: caliber 3

Os “campos de treinamento antiterrorismo”, como são designados, estão espalhados por todo o território israelense. Entre os mais conhecidos está o Caliber 3, em Gush Etzion, na Cisjordânia. O coronel Sharon Gat, responsável pelo curso neste estabelecimento, dá conta de que todos os anos entre 15.000 a 25.000 turistas visitam o campo, partilhando consigo o sentimento anti-palestiniano.

“Um dia fiquei sentado a pensar que um judeu no campo de extermínio de Auschwitz poderia ter sonhado que um curso de treino, como esses que agora existem em Israel, para combater membros do exército alemão”, explica o coronel Sharon Gat. “E então eu disse a mim mesmo que iria abrir esse lugar ao público para mostrar o longo caminho que o povo judeu fez em 75 anos”.

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Um instrutor ensina turistas de Hong Kong em Caliber, academia de treinamento antiterrorista, julho 2017. Foto: Hagar Shezaf

O treino tem uma duração prevista de três meses e, além do treino militar, inclui aulas sobre o sionismo e as habilidades de sobrevivência em ambientes adversos. A maioria dos participantes vêm dos Estados Unidos, Brasil, Argentina, França, Itália, Rússia e China.

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Fonte: Jornal Econômico.

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