“Irmãzinha volta para casa”

Por Julio Rudman.

(Português/Español).

Têm todo o direito. Cada um escolhe como cuspir para cima, com que estilo, se com formato poético, de ficção o ensaio, se só ou mal acompanhado, tomando uma pinga, um vinho tinto ou um uísque. Cada um tem a liberdade de exercer a sua liberdade como pior lhe pareça.

Te conto isso, baixinha, porque um grupo de intelectuais e jornalistas, apresentados assim (te encarrego a dicotomia), acaba de manifestar um Manifesto a respeito da política argentina e a reclamação de soberania sobre as Malvinas. Não consigo acreditar que pessoas da altura cultural de Beatriz Sarlo, Santiago Kovadloff, Fernando Iglesias (na Inglaterra já deveriam chamá-lo Ferdinand Churches), Luis Alberto Romero, Vicente Palermo (o otimista do não), Marcos Novaro, Juan José Sebreli e os neojornalistas Jorge Lanata e Pepe Eliaschev (a contribuição da DAIA ao estrago), entre outros, não saiba o não consiga discernir a diferença conceitual que existe entre soberania e autodeterminação.

Desde 23 de fevereiro de 1903 e com a assinatura do presidente Estrada Palma, Cuba cedeu Guantânamo em arrendamento a Estados Unidos, essa porção de seu território. Não conheço nem imagino nenhum intelectual ou jornalista da ilha que pretenda justificar a ocupação colonial do império em decomposição, com o argumento de a autodeterminação dos ocupantes da base militar ianque. Nem sequer com o antecedente desse pacto de aluguel perverso e vergonhoso.

Produto do Tratado de Utrecht, de 1713, a Inglaterra ficou com Gibraltar. Faz 299 anos, mais de oito gerações passaram, que os mestres em pirataria dominam o Rochedo. Me fala, baixinha, amor, se você sabe de algum espanhol que escreva, cante, pinte, dance ou, simplesmente, se levante  a cada manhã para ir trabalhar ou, ultimamente, para ir procurar emprego, que pense e se anime a falar em público que os anglos são os legítimos soberanos sobre essa terra irredenta e ibérica.

Tenho uma proposta para fazer a estes iluminados do escuro. Desafio Sarlo a ficar numa esquina de La Matanza o qualquer canto da grande Buenos Aires para ler a sua proposta alternativa da política oficial em relação a Malvinas. A Sebreli igual, mas na grande Rosário. Lanata, que viaje a Córdoba e, com seu sarcasmo na mochila, fale pro Negrazón cordobês que os kelpers têm razão. Que Sylvina Walger procure convencer a dona de casa de Formosa de que não insistamos mais na questão e que deixemos os ocupantes tranquilos. Eliaschev lerá a proposta em idisch em Villaguay, Entre Rios. Em todos e cada um dos casos lhes recomendo, carinhosamente, que tenham em dia as mensalidades do seu seguro de saúde, por via das dúvidas, viu?

Tento me explicar e te explicar, amor, por que lhes ocorreu essa proposta fora de lugar fantasiada de alternativa. Quando procurei as assinaturas firmas de Sigourney Weaver e Michael Apted, coprotagonista e diretor, respetivamente, do filme “Gorilas na Neblina” (1988), e não as achei, comecei a entender. São eles e elas os que estão na neblina.

Versão em português: Tali Feld Gleiser.

 

“Hermanita vuelve a casa”

Atahualpa Yupanqui

Por Julio Rudman.

Tienen todo el derecho. Cada uno elige cómo escupir para arriba, con qué estilo, si con formato poético, ficcional o ensayístico, si solo o mal acompañado, tomando una grapa, un tinto o un scotch. Cada uno tiene la libertad de ejercer su libertad como peor le parezca.

Te lo cuento, petisa, porque un grupo de intelectuales y periodistas, presentados así (te encargo la dicotomía), acaba de manifestar un Manifiesto respecto de la política argentina y el reclamo de soberanía sobre Malvinas. Me cuesta creer que gente de la talla cultural de Beatriz Sarlo, Santiago Kovadloff, Fernando Iglesias (en Inglaterra ya deberían llamarlo Ferdinand Churches), Luis Alberto Romero, Vicente Palermo (el optimista del no), Marcos Novaro, Juan José Sebreli y los neoperiodistas Jorge Lanata y Pepe Eliaschev (el aporte de la DAIA al estropicio), entre otros, no sepa o no pueda discernir la diferencia conceptual que hay entre soberanía y autodeterminación.

Desde el 23 de febrero de 1903 y con la firma del presidente Estrada Palma, Cuba le cedió en arriendo Guantánamo a Estados Unidos, esa porción de su territorio. No conozco ni imagino a ningún intelectual o periodista de la isla que pretenda justificar la ocupación colonial del imperio en descomposición, con el argumento de la autodeterminación de los ocupantes de la base militar yanqui. Ni siquiera con el antecedente de ese pacto de alquiler perverso y vergonzoso.

Producto del Tratado de Utrecht, de 1713, Inglaterra se quedó con Gibraltar. Hace 299 años, han pasado más de ocho generaciones, que los master en piratería dominan el Peñón. Decime petisa, amor, si sabés de algún español que escriba, cante, pinte, dance o, simplemente, se levante cada mañana para ir a laburar o, últimamente, para ir a buscar laburo, que piense y se anime a decir en público que los anglos son los legítimos soberanos sobre esa tierra irredenta e ibérica.

Tengo una propuesta para hacerle a estos iluminados de lo oscuro. Desafío a Sarlo a pararse en una esquina de La Matanza o cualquier rincón del conurbano bonaerense a leer su propuesta alternativa de la política oficial respecto de Malvinas. A Sebreli igual, pero en el gran Rosario. Lanata, que viaje a Córdoba y, con su sarcasmo en la mochila, le diga al Negrazón cordobés que los kelpers tienen razón. Que Sylvina Walger trate de convencer a la ama de casa de Formosa de que no insistamos más en la cuestión y que dejemos tranquilos a los ocupantes. Eliaschev leerá la propuesta en idisch en Villaguay, Entre Ríos. En todos y cada uno de los casos les recomiendo, cariñosamente, que tengan al día el pago de las cuotas de su prepaga de salud u obra social respectiva. Por las dudas, ¿vio?

Trato de explicarme y explicarte, amor, por qué se les ocurrió semejante exabrupto disfrazado de propuesta alternativa. Cuando busqué las firmas de Sigourney Weaver y Michael Apted, co-protagonista y director, respectivamente, de la película “Gorilas en la niebla” (1988), y no las encontré, empecé a entender. Son ellos y ellas las que están en la niebla.

 

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.