Investigado por ‘rachadinha’, Queiroz segue influente no gabinete de Flávio

Foto: reprodução

De todos os escândalos que envolvem a família Jair Bolsonaro (PSL) neste ano, o primeiro a chamar a atenção foi o do filho mais velho, Flávio. O envolvimento do “01” com o ex-assessor Fabrício Queiroz reforçou a farra do dinheiro público que o clã se aproveita há 30 anos. Investigado por um esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que envolve R$ 1,2 milhão, Queiroz mantém influência no gabinete de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), agora na Câmara dos Deputados.

Em áudio obtido pelo jornal O Globo, o ex-assessor dá instruções de como funciona o processo para indicações: “O gabinete do Flávio faz fila de deputados e senadores, pessoal para conversar com ele, faz fila. Só chegar lá e, pô meu irmão, nomeia fulano aí para trabalhar contigo aí”. Ao jornal, ele admitiu que mantém a participação influente por ter “contribuído de forma significativa na campanha de diversos políticos no Estado do Rio de Janeiro”.

“Pode indicar sem vincular a eles em nada”

Durante o diálogo, inclusive, Queiroz indica existir um balcão de cargos e parece querer blindar o envolvimento do filho 01 e de todo o clã: “Tem mais de 500 cargos lá, cara, na Câmara e no Senado. Pode indicar para qualquer comissão ou, alguma coisa, sem vincular a eles (família Bolsonaro) em nada, em nada”.

No final da mensagem de voz, o ex-assessor ainda sugere valores: “20 continho aí para gente caía bem para c***, meu irmão, entendeu?”. Queiroz trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro entre 2007 e 2018 e é acusado de praticar a chamada “rachadinha”, quando servidores comissionados são obrigados a devolver parte do salário. Nesse período, ele também empregou sete parentes na Alerj.

MP investiga Flávio por lavagem de dinheiro

Por outro lado, Flávio é investigado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, segundo reportagem do O Globo. Para o Ministério Público, há fortes indícios desses crimes durante 2007 e 2018, justamente o mesmo período em que Queiroz estava no gabinete. Ele é suspeito de arquitetar a parte financeira do esquema. O ex-policial já admitiu que recebia parte dos salários dos colegas, e supostamente remunerava assessores informais de Flávio. O ex-assessor alega que o “01” não sabia do esquema.

Fato é que Flávio teve uma evolução patrimonial atípica diante do salário que recebia como deputado estadual. Na Alerj, o filho de Bolsonaro recebia R$ 25,3 mil brutos. Nesse período, o hoje senador comprou dois apartamentos em bairros nobres do Rio de Janeiro no valor total de R$ 4,2 milhões. Como, então, Flávio teria conseguido movimentar quantias muito maiores durante o período em que exercia seus mandatos? Segundo o próprio, o dinheiro vem de atividade empresarial que não sabe explicar exatamente qual é.

O que se sabe é que ele tinha um Gol 1.0 como único patrimônio em 2002 e depois virou espécie de corretor ao realizar operações envolvendo R$ 9 milhões na compra de 19 imóveis na zona sul do Rio de Janeiro e Barra.

 

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