Infiltrados usam acessórios da CUT para tumultuar manifestação – vídeo

Infiltrados exibem armas proibidas
Infiltrados exibem armas proibidas

Imagens com homens portando soco inglês, caras de mau e posturas de luta. Quem acompanha movimentos sindicais no Rio percebe, de imediato, tratar-se de um universo alheio a luta de qualquer categoria profissional. Mas eis que, ao usarem bonés da Central de trabalhadores, tais “manifestantes” foram identificados como militantes da CUT – fato que a entidade fez questão de esclarecer.

Em nota divulgada na sua página do Facebook, a CUT esclareceu que somente na manifestação ocorrida no centro do Rio pelo menos 5 mil bonés foram solicitados. Além disso, afirma a nota, não há contratação de seguranças e muito menos armados com armas de fogo ou mesmo soco inglês – conforme se vê nas imagens e que poderiam facilmente ser identificados pela polícia.

Quem cobre, jornalisticamente, manifestações – especialmente nos últimos anos -, sabe que a P2 (serviço reservado) tem usado, estrategicamente, máscara e violência contra a própria PM e Guarda para desencadear violência. Um jogo de cartas marcadas. O mesmo quando se inicia processos de quebra-quebra, fogo em coletivos e lixeiras.

A estragégia é clara. Ao atacar a Polícia, esta reage com pancadas em militantes legítimos e ordeiros. São policiais infiltrados, mascarados e eleitores de políticos extremistas que se prestam ao serviço.

Trata-se da velha fórmula usada pela extrema direita em manifestações aqui, mas também na França, Espanha, Grécia ou qualquer outro lugar do planeta em que a sociedade se organize para exigir direitos.

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Eis a nota da CUT:

“O esforço de unidade foi a marca de construção do dia nacional de lutas de 15 de março de 2017. Conseguimos no Rio de Janeiro reunir TODAS as centrais sindicais nessa construção da unidade. Esse foi um imenso esforço por parte de todos os dirigentes dessas centrais, mas sobretudo a demonstração de que a luta da classe trabalhadora está acima de nossas diferenças. inf-2

Durante o dia 15 de março, houve dezenas de atos em diversas cidades do estado do Rio de Janeiro organizados por CUTistas. Uma marcha que reuniu mais de 10 mil pessoas em Campos dos Goytacazes, panfletagens e trancaços de escolas, assembleia na porta da REDUC, paralização dos bancários e muitos outros. A marca de todas essas atividades foi de que em nenhum desses atos houve qualquer tipo de violência.

Ao final do ato unificado das centrais sindicais que reuniu 100 mil pessoas na Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, um grupo de pessoas atacou uma bandeira da CUT e tentou atear fogo ao mesmo tempo que outro grupo jogava bombas e fogos para dentro da sede da guarda municipal em frente a Central do Brasil. Esta ação, que muito nos lembra o avanço fascista sobre a unidade popular que existia no começo de junho de 2013, foi o estopim de uma confusão.

A Central Única dos Trabalhadores, desde sua fundação ainda durante a ditadura, não tem como prática a violência. Também não tem como prática a contratação de seguranças, já que conta com milhões de militantes que se identificam com a Central e compõe nossas fileiras.

Somente durante o ato de ontem, mais de 5 mil pessoas pediram espontaneamente bonés da CUT. Estas pessoas vão de trabalhadores filiados até aqueles que se identificam com o protagonismo da CUT na luta pelo trabalhador neste momento tão difícil para o Brasil. O fato pode ser comprovado pelo extenso número de vendedores ambulantes, sempre abraçados e protegidos durante todos os nossos atos e que por livre e espontânea vontade pedem para usar o tradicional boné vermelho com letras brancas, marca da CUT.

Por não contratar militantes para segurar bandeiras, não contratar seguranças e muito menos pagar ninguém para usar nossos símbolos de luta, é impossível para nós distinguir quem está ou não utilizando estes símbolos para ações que não condizem com o histórico de lutas da Central.

Durante toda a confusão, o Presidente da CUT Rio estava no carro de som pedia insistentemente “CALMA” aos militantes e que todas as bandeiras e símbolos CUTistas fossem trazidos de volta ao carro de som para que um ato tão belo, que marcava a unidade da esquerda no Rio não tivesse um fim que não condissesse com todo o resto do ato. Para que nenhum CUTista cedesse a provocação.

Após o encerramento das falas e reunindo todas e todos, antes mesmo da chegada da polícia com suas bombas, a CUT se retirou do ato pela Rua Marechal Floriano.

Infiltrados, que foram ao ato com a única intenção de destruí-lo ganharam palco para suas ações. Queimar bandeiras e símbolos de luta de movimentos sociais é acima de tudo uma atitude fascista. Atacar companheiros de luta, não se afasta deste mesmo tipo de ação, independente de cores, símbolos e bandeiras. Acima de tudo, é inadmissível que ataquem fisicamente militantes de qualquer que seja a organização ou causa. Sindicalistas, militantes da CUT foram agredidos por estes que utilizavam símbolos diversos. Bandeiras vermelhas ou negras, pouco importa para eles.

inf-3Não deixaremos que esses poucos, que parecem organizados em desorganizar, usem a CUT como subterfúgio para suas ações fascistas. Aos nossos olhos, vistos de cima, estavam infiltrados dentro de todos os lados daquele fim de ato unicamente para estragar a pluralidade e a beleza de uma manifestação que juntou, em um momento de união pelo bem maior, guerreiras e guerreiros do progressismo em torno de uma bandeira: A salvação do nosso futuro.

A Central Única dos Trabalhadores no Rio de Janeiro, na figura de seu presidente em vídeo gravado durante as ações de infiltrados de ontem falam por si só: “Todas as bandeiras da CUT, todos os membros da CUT, voltem ao carro de som. Não vamos deixar que alguns destruam essa nossa unidade.”

Não irão nos dividir. Estamos unidos a todos os progressistas que lutam pelo fim da reforma da previdência e ninguém irá nos distanciar do nosso objetivo. O nosso lado é o da classe trabalhadora.

Mais do que o que nos separa, para além do que nos divide, hoje nós miramos na nossa convergência acima das nossas divergências. Ninguém tem o direito de tirar isso de nós.

SOMOS FORTES, SOMOS CUT”.

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