Impasse na negociação coletiva pelo reajuste do piso salarial em SC

Por Sérgio Homrich.

Não houve acordo entre trabalhadores e patrões na segunda rodada de negociação para definição do reajuste do Piso Salarial Estadual em 2019. Representantes das Centrais Sindicais e Federações de Trabalhadores de Santa Catarina e das federações patronais estiveram reunidos durante mais de duas horas, na tarde do dia 15 de janeiro, na federação patronal. A primeira proposta feita pelos patrões foi de apenas a reposição integral da inflação/INPC registrada nos últimos 12 meses, de 3,43%, para as quatro faixas salariais do Piso Estadual. O percentual oferecido é menor do que o reajuste do Salário Mínimo anunciado pelo governo Bolsonaro, de 4,61%, o que elevou o seu valor para R$ 998,00. A próxima rodada de negociação ficou agendada para as 13h30min do dia 12 de fevereiro, no mesmo local.

A proposta inicial dos trabalhadores era de equiparação do Piso catarinense ao praticado no estado do Paraná, o que significaria um reajuste médio de 12,5%. Diante do impasse, os representantes dos trabalhadores apresentaram uma contraproposta na mesa de negociação, de um reajuste de 8% iguais para as quatro faixas. Assim, a primeira faixa passaria dos atuais R$ 1.110,00 para R$ 1.199,00, a segunda seria elevada de R$ 1.152,00 para R$ 1.245,00, a terceira, de R$ 1.214,00 para R$ 1.312,00, enquanto a quarta faixa do Piso Salarial Estadual passaria dos atuais R$ 1.271,00 para R$ 1.373,00. “A reunião foi positiva do ponto de vista da negociação coletiva, mas não temos como nos basear somente na variação do INPC”, avaliou o diretor sindical do Dieese/SC, Ivo Castanheira.

Os economistas do Dieese também foram na mesma linha de raciocínio. O supervisor técnico do Departamento, economista José Álvaro Cardoso acredita que, “apesar de toda a crise que vivemos há pelo menos cinco anos,  vamos atingir o objetivo, que é a conquista de ganho real para o Piso Salarial”. Já o economista da subseção do Dieese, na Fecesc, Maurício Mulinari critica que as entidades patronais fazem uma “política suicida” contra os pequenos e médios empresários: “Ao comprimirem os salários dos trabalhadores, estão prejudicando o próprio mercado consumidor brasileiro e quem se beneficia com isso são as multinacionais, que ganham valores estratosféricos no mercado financeiro. O problema dos empresários não é o pagamento de salário, mas a taxa de juros, que é elevadíssima, e para mudar isso é preciso enfrentar os grandes banqueiros e investidores do país”, avalia Mulinari.

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