Ignorando estudos, Moro só fará teste para COVID-19 caso apresente sintomas

Estudo publicado na revista Science indica que o motor da transmissão da COVID-19 no mundo são as pessoas doentes que ainda estão assintomáticas

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Jornal GGN – O ministro da Justiça Sergio Moro afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo desta sexta (20) que só fará teste para coronavírus caso venha a apresentar os sintomas da doença.

A decisão ignora estudo publicado na revista Science e outro em andamento, feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que indicam que o motor da transmissão da COVID-19 no mundo são as pessoas doentes que ainda estão assintomáticas.

Moro tem feito aparições com ministros e o próprio presidente Jair Bolsonaro, quando dois membros do primeiro escalão já testaram positivo para coronavírus. O número total de assessores do Planalto que confirmaram a infecção já passou das duas dezenas. O próprio Bolsonaro deve fazer uma terceira rodada de exames, mesmo testando negativo nos dois primeiros.

Já o ministro da Justiça decidiu que só fará o teste quando “sentir que é o momento apropriado”.

“Se houver alguma situação —por exemplo, eu começar a sentir alguma espécie de sintoma relacionado ao coronavírus—, aí tem de se entrar em quarentena de imediato, fazer os exames necessários. Tudo isso depende.”

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A OMS já está investigando a transmissão de COVID-19 por assintomáticos, segundo publicação da Sputnik Brasil desta sexta (20). “Foram coletados dados detalhados sobre os históricos de infecção para entender melhor a fase pré-sintomática da infecção e como o vírus foi transmitido nesses vários casos”, disse um representante da organização.

O portal PedMed, especializado em conteúdo para médicos, repercutiu nesta semana um estudo publicado na revista Science, mostrando que pessoas assintomáticas com COVID-19 são responsáveis por dois terços das infecções.

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“O estudo mostra que, apesar dos pacientes que desenvolvem a doença serem duas vezes mais contagiosos, os assintomáticos chegam a ser seis vezes mais numerosos mesmo com propensão menor a infectar outros, tornando-se o motor dessa epidemia.”

A pesquisa foi desenvolvida por um grupo de cientistas coordenado pelo médico Jeffrey Shaman, da Escola de Saúde Pública da Universidade Columbia, de Nova York.

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