Honduras ainda está aqui

Por Larissa Cabral.

Português / Español

Nesta terça-feira (28) faz um ano que saí de Florianópolis para aquilo que viria a ser uma das experiências mais marcantes da minha vida. Aproximadamente 18 horas após embarcar no aeroporto Hercílio Luz, dei meu primeiro passo, ainda inseguro, no aeroporto de Tocontín, um dos mais perigosos do mundo. Estava agora em Tegucigalpa, Honduras, na América Central.

Desci do avião com a lista de contatos em mãos e todas as pautas elaboradas e impressas. Mas tinha me esquecido do fuso horário e informei errado meu horário de chegada, portanto, não encontrei nenhum rosto familiar no portão de desembarque. Assim foi a minha chegada, prenúncio de que essa viagem iria muito além de qualquer plano minuciosamente calculado por quase um ano no Brasil.

Viajei a Honduras para conhecer o país, sua população e, especialmente, os profissionais da área da Comunicação que, desde junho de 2009, posicionaram-se contra o Golpe de Estado instaurado lá e por isso enfrentaram e ainda enfrentam muita censura, terrorismo e violação aos direitos humanos. Meu primeiro contato com esse mundo aconteceu aproximadamente um ano antes, ainda em Florianópolis, quando conheci os jornalistas Rony Martínez, Ronnie Huete e Raúl Fitipaldi, que me apresentaram um novo ponto de vista, diferente daquele repetido pelos principais meios de comunicação sobre um presidente vaqueiro que estava causando um desconforto diplomático na embaixada do Brasil em Honduras. Dessa vez, vi seres humanos, sofrimento, abuso de poder, mas acima de tudo, um belo exemplo de união entre a população e veículos de comunicação corajosos, que tiveram vidas sacrificadas em defesa da informação livre, completa e responsável; e da democracia.

Passei 14 dias em Honduras e entrevistei 26 pessoas, entre eles jornalistas, ministros, defensores dos direitos humanos, entre outros – inclusive membros da recém-nascida, porém muito forte, Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) -, e conheci um pouco mais sobre o país, que atualmente é o segundo com mais mortes de profissionais da imprensa na América Latina. Desde o golpe, 16 jornalistas foram assassinados e nenhum desses crimes foi solucionado.

Mas, além das estatísticas absurdas e da falta de rigor na investigação de assassinatos seletivos, conheci pessoas maravilhosas, que me encheram de vontade, que me deixaram indignada com seus relatos emocionantes e me inspiraram muito. Por tudo isso, irei carregar essa experiência comigo para sempre, percorrendo constantemente a ponte de solidariedade que foi construída depois dessa viagem, algo que me dá muito prazer, satisfação e saudade.

Agradeço do fundo do meu coração, jovem, inseguro, mas apaixonado, aos colegas e à população hondurenha pelo apoio e pela recepção. Sou feliz por ter conhecido a família de Rony Martínez, suas irmãs, seus pais, sua esposa Cinthia e o pequeno Yassir, que abriram a porta de sua casa e me ofereceram cama, comida e muito carinho. Agradeço a Felix Molina e Mario Castro, exemplos de jornalistas, que me levaram por toda a Capital e até o outro lado do país. Agradeço a David Romero Ellner, Alejandro Villatoro, Manuel Alverado, Miguel Ordoñez, Frankie Mejía e todo o povo guerreiro da Radio e TV Globo de Honduras. Também sou grata pela atenção dada por Gloria Oquelí, Bertha Oliva, Ronnie Huete, Ricardo Salgado e Diana Canales, além da linda comunidade garífuna de Triunfo de La Cruz, que mostra toda a força da Radio Comunitária Faluma Bimetu, assim como os jovens das Rádios Comunitárias Progreso e Uno.

Espero voltar a Honduras, mas desejo mais ainda que aquele povo possa experimentar mudanças fortes na sociedade e que não tenham mais que conviver com a impunidade e quem possam mostrar ao mundo sua beleza e sua força.

Aqui você pode ler o resultado dessa viagem em forma de palavra e aqui, por meio de imagens. Seguem alguns textos produzidos durante o período que estive em Honduras: Ampliando Horizontes, Chove em Tegucigalpa, Bom e mau?, Violência e solidariedade, Tegucigalpa é muito mais, A noite de Tegucigalpa, Conhecendo a UNAH – de jornalista para jornalista, A cara de Honduras, Encontrando a primeira-dama de Honduras, Dia de muitas emoções e Parte do segundo dia (acho que teve algum post q não encontrei).

*Preciso agradecer também ao apoio que recebi aqui no Brasil do Raúl Fitipaldi e do pessoal do Desacato, em geral, além da minha família, meu orientador no TCC, Ricardo Barreto e meu namorado, Thiago Buzzi.

Honduras todavía está aquí

Por Larissa Cabral.

Este martes (28) hace un año que salí de Florianópolis para aquello que sería una de las experiencias más determinantes de mi vida. Aproximadamente 18 horas después de haber embarcado en el aeropuerto Hercílio Luz, di mi primer paso, aún inseguro, en el aeropuerto de Toncontín, uno de los más peligrosos del mundo. Estaba ahora en Tegucigalpa, Honduras, en América Central.

Bajé del avión con la lista de contactos en la mano y todas las pautas elaboradas e impresas. Pero me había olvidado del cambio de horario y avisé el horario de mi llegada de forma equivocada, por lo tanto, no encontré ningún rostro familiar en el portón de desembarque. Así fue mi llegada, predicción de que ese viaje iría mucho más allá de cualquier plan minuciosamente calculado durante casi un año en Brasil.

Viajé a Honduras para conocer el país, su población y, especialmente a los profesionales del área de Comunicación que, desde junio de 2009, se colocaron contra el Golpe de Estado instaurado allá y por eso enfrentaron y aún enfrentan mucha censura, terrorismo y violación de los derechos humanos. Mi primer contacto con ese mundo sucedió aproximadamente un año antes de mi viaje, cuando en Florianópolis conocí a los periodistas Rony Martínez, Ronnie Huete y Raúl Fitipaldi, que me presentaron un nuevo punto de vista, diferente de aquel repetido por los principales medios de comunicación sobre un presidente vaquero que estaba causando un problema diplomático en la embajada de Brasil en Honduras. Esta vez, vi seres humanos, sufrimiento, abuso de poder, pero más que nada, un bello ejemplo de unión entre la población y los vehículos de comunicación corajudos, que tuvieron vidas sacrificadas en defensa de la información libre, completa y responsable: y de la democracia.

Pasé 14 días en Honduras y entrevisté a 26 personas, entre ellos periodistas, ministros, defensores de los derechos humanos – inclusive a miembros del recién nacido, pero muy fuerte, Frente Nacional de Resistencia Popular (FNRP) -, y conocí un poco más sobre el país, que actualmente es el segundo con más muertes de profesionales de prensa en América Latina. Desde el Golpe, 16 periodistas fueron asesinados y ninguno de esos crímenes fue solucionado.

Pero, además de las estadísticas absurdas y de la falta de rigor en la investigación de asesinatos selectivos, conocí personas maravillosas, que me llenaron de ganas, que me dejaron indignada con sus relatos emocionantes y me inspiraron mucho. Por todo eso, cargaré esa experiencia conmigo para siempre, recorriendo constantemente el puente de solidaridad que fue construido después de ese viaje, algo que me da mucho placer, satisfacción y nostalgia.

Agradezco desde el fondo de mi corazón, joven, inseguro, pero apasionado, a los colegas y a la población hondureña por el apoyo y por la recepción. Estoy feliz por haber conocido a la familia de Rony Martínez, sus hermanas, sus padres, su esposa Cinthia y al pequeño Yassir, que abrieron la puerta de su casa y me ofrecieron cama, comida, y mucho cariño. Agradezco a Félix Molina y a Mario Castro, ejemplos de periodistas, que llevaron por toda la Capital y hasta el otro lado del país. Agradezco a David Romero Ellner, Alejandro Villatoro, Manuel Alvarado, Miguel Ordoñez, Frankie Mejía y todo el guerrero pueblo de la Radio y la TV Globo de Honduras. También les agradezco por la atención dada a Gloria Oquelí, Bertha Oliva, Ronnie Huete, Ricardo Salgado y Diana Canales, además de a la linda comunidad garífuna de Triunfo de la Cruz, que muestra toda la fuerza de la Radio Comunitaria Faluma Bimetu, así como a los jóvenes de Radios Comunitarias Progreso y Uno.

Espero volver a Honduras, pero deseo más aún que aquel pueblo pueda probar cambios fuertes en la sociedad y que no tengan que convivir más con la impunidad y que puedan mostrarle al mundo su belleza y su fuerza.

Aquí usted puede leer el resultado de ese viaje con forma de palabra y aquí, por medio de imágenes. Siguen algunos textos producidos duarnte el período que estuve en Honduras Ampliando Horizontes, Chove em Tegucigalpa, Bom e mau?, Violência e solidariedade, Tegucigalpa é muito mais, A noite de Tegucigalpa, Conhecendo a UNAH – de jornalista para jornalista, A cara de Honduras, Encontrando a primeira-dama de Honduras, Dia de muitas emoções y Parte do segundo dia.

*Preciso agradecer también el apoyo que recibí aquí en Brasil de Raúl Fitipaldi y de los colegas de Desacato, en general, además de a mi familia, a mi orientador en el trabajo de fin de curso, Ricardo Barreto y a mi novio, Thiago Buzzi.

**versão em espanhol de Raúl Fitipaldi


2 COMENTÁRIOS

  1. Nada como sentir de perto o coração das pessoas, tão bem reproduzidos nesse importante trabalho desenvolvido pela Larissa. Vale conhecer a fundo.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.