Holanda: Direita ganha eleições, Verdes sobem

O Partido de direita liberal do primeiro-ministro, Mark Rutte, é o mais votado nas eleições legislativas da Holanda. Foto de Bas Czerrwinski-EPA/Lusa
O Partido de direita liberal do primeiro-ministro, Mark Rutte, é o mais votado nas eleições legislativas da Holanda. Foto de Bas Czerrwinski-EPA/Lusa

Partidos do governo perdem quase metade dos deputados. O partido de direita liberal de Mark Rutte é o mais votado, mas perde oito a dez deputados. Partido Trabalhista de Dijsselbloem cai de 38 para 9 deputados. Extrema-direita sobe, mas não irá além do segundo lugar. Verdes sobem significativamente. 

Depois da campanha mais à direita de sempre, o Partido Popular para a Liberdade e Democracia (VVD), liberal de direita, do primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, que adotou em parte o discurso da extrema-direita de Geert Wilders, é o mais votado, mas perde oito a dez deputados. A sua bancada parlamentar passa de 41 para 31/33 parlamentares eleitos.

O Partido da Liberdade (PVV), de extrema-direita, de Geert Wilders deve subir para segundo lugar, mas elegerá poucos mais deputados. O Apelo Democrático Cristão (CDA) e a Democracia D66 (liberal de centro) também sobem.

Apesar de ter saído derrotado do escrutínio eleitoral, o partido racista e islamofóbico de Wilders considerou os resultados “um sucesso” e na rede social Twitter escreveu: “Eleitores do PVV, obrigado! Nós conquistámos os lugares! O primeiro sucesso está garantido!”

Por seu turno, a Esquerda Verde (GL) sobe significativamente podendo eleger 13 a 16 deputados. O Partido Socialista (SP), de esquerda, que está integrado no GUE/NGL, no Parlamento Europeu, como o Bloco de Esquerda, pode perder dois deputados.

A pasokização do PvdA

O grande derrotado da noite eleitoral foi o Partido do Trabalho (PvdA), de Jeroen Dijsselbloem – o famigerado presidente do Eurogrupo. O PvdA que estava coligado no governo com o VVD de Mark Rutte e foi um feroz adepto das políticas de austeridade, passa de 38 para 9 deputados.

Para os trabalhistas, o resultado da sua política de austeridade e do ataque aos países da Europa do Sul, nomeadamente contra a Grécia, é a pasokização dos trabalhistas holandeses.

A participação eleitoral foi de 82 por cento.

No discurso de vitória, Mark Rutte disse que os resultados eleitorais significam uma rejeição de um “tipo errado de populismo”.

No entanto, é preciso sublinhar que entre o discurso de Rutte e Wilders não há grandes diferenças bastando para isso recordar o conflito diplomático dos últimos dias entre o governo holandês e as autoridades turcas, devido à proibição de um comício com membros do executivo de Ancara em solo holandês e à proibição da entrada no país da ministra dos Assuntos Famíliares do Governo da Turquia.

Refira-se que a Holanda tem a maior comunidade de cidadãos turcos imigrados do mundo, com 3,5 milhões de naturalizados dos quais metade com direito de voto no referendo de abril na Turquia que tem como objetivo concentrar poder na presidência, anulando assim capacidade de supervisão do parlamento e submetendo os tribunais e os militares ao seu controlo direto.

Deputados conquistados pelas diversas forças políticas que se apresentaram a escrutínio:

-VVD – 33 deputados (41 nas eleições de 2012)

-PVV –  20 deputados (15 em 2012)

-CDA – 19 deputados (13 em 2012)

– D66 – 19 deputados (12 em 2012)

– GL –   14 deputados (4 em 2012)

– PvDA – 9 deputados  (38 em 2012)

– SP-    14 deputados ( 15 em 2012)

– PvdD – 5 deputados  ( 2 em 2012)

Fonte: Esquerda.net

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