Haiti: polícia dispersa com violência protesto em Porto Príncipe contra processo eleitoral

Por Wálmaro Paz. 

Dois candidatos foram atingidos por disparos; manifestantes pedem que comissão independente reveja atas da eleição de 25 de setembro.

A Polícia Nacional do Haiti usou balas de borracha para dispersar uma grande manifestação da oposição em Porto Príncipe no feriado de comemoração da independência, na última quarta-feira (18/11). Moïse Jean Charles e Steven Benoit, dois candidatos a presidente que haviam convocado a manifestação, foram atingidos pelos disparos: Moïse, no rosto, e Benoit, no braço. Além deles, cerca de 50 manifestantes foram feridos.

Depois de medicados num hospital da capital, os dois deram entrevistas na rádio Kyskeya, uma das de maior audiência no pais, convocando a população a se rebelar e incendiar pneus a partir desta quinta-feira (19/11). 

A manifestação percorreu uma das principais ruas da capital, a Route Delmas, e ocorreu após a rejeição pelo Conselho Eleitoral Provisório das exigências de oito candidatos feitas numa reunião na última segunda-feira (16/11). Eles pediam a criação de uma comissão independente formada por entidades da sociedade civil que revisasse as atas de votação. Na semana anterior, haviam denunciado cerca de 400 fraudes. 

O primeiro turno das eleições no Haiti aconteceu no dia 25 de setembro em um clima de calma. Apenas 25% dos eleitores compareceram às urnas, cerca de 1,5 milhão, dos 5,8 milhões aptos para votar. No primeiro turno das eleições parlamentares, em 9 de agosto, quando apenas 18% do eleitorado votou.

Na primeira semana de novembro o CEP, anunciou os dois candidatos que passariam ao segundo turno: Jovenel Moise (PHTK), do governo, e Jude Celestin (Lapeh) de centro-direita. No dia seguinte, quatro candidatos deram entrevistas dizendo que haviam sido vencedores, Marise Narcyse (Fanmi Lavalas), Moïse Jean Charles (Petit Dessalines), Erick Jean Baptiste (MAS) e Jean Henri Ceant (Remmen Haiti). Ao mesmo tempo, convocaram manifestações de protestos.

Na semana seguinte, a OEA referendava o processo eleitoral numa nota oficial dizendo que fazia isso baseado nas avaliações de 125 observadores espalhados pelos centros de votação em todo o país.

Foto: Reprodução/missaonspaz.org

Fonte: Brasil de Fato

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