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Guia Olímpico dos novos líderes brasileiros

Por Glenn Greenwald e Erick Dau.

Com a abertura oficial dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, todas as atenções se voltarão para o nosso país. Desde o afastamento da presidente legítima e democraticamente eleita, Dilma Rousseff, que aguarda seu julgamento no fim do mês, há um novo grupo de figuras políticas no poder que vêm dos mesmos partidos de direita e de centro – além de serem os mesmos indivíduos – que foram rejeitados nas urnas quando tentaram tomar o poder político que agora, mesmo sem vencer uma eleição, têm a felicidade de deter.

Além dos meios antidemocráticos utilizados para chegar ao poder, os novos governantes do país – em sua maioria articuladores de destaque no afastamento de Dilma – agora são alvos das investigações de corrupção nas quais se encontram acusados até o pescoço. Considerando que a principal justificativa do impeachment foi o combate à corrupção, isso é extremamente irônico (apesar do grande número de políticos de seu partido envolvidos em escândalos pessoais de corrupção, incluindo seu antecessor Lula da Silva, isso não aconteceu com Dilma). As autoridades brasileiras de alto escalão se presentearam com tantos privilégios – o Supremo é o único tribunal que pode julgá-los e dado o alto número de processos acumulados, isso levará anos e anos – que a maioria desses escândalos de corrupção deve demorar a receber uma sentença, e na maioria dos casos eles negaram sua própria culpa, ainda que sejam baseados em acusações legítimas.

Os escândalos de corrupção assombrando os novos líderes do país são tão generalizados que fica difícil acompanhá-los. Para seu conforto, foi publicado um guia para identificá-los à medida que venham à tona durante as Olimpíadas:

  • É acusado de receber R$ 5 milhões da construtora OAS
  • Foi citado 12 vezes em lista secreta da construtora Camargo Correia, ao lado de quantias que somam US$ 345 mil
  • Ficha Suja e inelegível por 8 anos por quebra de lei eleitoral
  • Três de seus ministros renunciaram em 5 semanas de governo
  • Formalmente acusado de pedir R$ 1,5 milhão para caixa dois de campanha do seu partido
  • Foi citado por executivos da construtora OAS em acordo de delação premiada
  • Apesar das tentativas de encobrir o fato, teve seu nome revelado nos relatórios da polícia sobre o telefone de Marcelo Odebrecht
  • É alvo de oito inquéritos na Lava Jato para investigar seu envolvimento nos esquemas de corrupção da Petrobras
  • É investigado na Operação Zelotes por suspeita de venda de Medidas Provisórias e Emendas Parlamentares
  • Foi citado pelo dono da construtora UTC por receber R$ 1,5 milhão em propina
  • Foi acusado pelo Ministério Público de ter as despesas de uma amante pagas com dinheiro de propina da construtora Mendes Junior
  • O Procurador Geral da República pediu sua prisão imediata em junho por obstruir a Lava Jato, mas o STF negou

 

  • Foi flagrado, em gravação, conspirando para obstruir a justiça e impedir a presidente Dilma
  • Como Renan, foi citado pelo dono da  UTC por também receber propina de R$ 1,5 milhão
  • Também é investigado na Zelotes por ter, supostamente, recebido R$ 15 milhões para aprovar emendas para o setor automotivo
  • O Procurador Geral da República pediu sua prisão imediata em junho por obstruir a Lava Jato, mas o STF negou
  • Foi denunciado e será julgado por suposta prática de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas
  • Foi acusado de ter recebido ao menos R$ 5 milhões de propina de empresa relacionada à Petrobras
  • Segundo delação de executivo da construção, receberia R$ 52 milhões em propina de construtoras do Porto Maravilha, no Rio
  • Depois de dizer ao congresso que não tinha contas em bancos estrangeiros, milhões de reais em seu nome foram encontrados em bancos suíços
  • Citado pelo dono da UTC por supostamente ter recebido R$ 500 mil de propina para sua campanha ao Senado em troca de contratos com a Petrobras
  • É alvo de inquérito para investigar sua participação em esquema de desvio de recursos da estatal Furnas
  • Recebeu, segundo o ex-executivo da Transpetro Sergio Machado, R$ 1 milhão em propina
  • Quando governador de MG, construiu um aeroporto no interior da fazenda de um parente, no valor de R$ 14 milhões

Fonte: The Intercept Brasil

Foto montagem por The Intercept. Fotos: Temer: (Sentinela Lacerdista); Serra (Twitter); Renan (Facebook); Jucá (Twitter); Cunha (Creative Commons); Nunes (GGN); Neves (Twitter)

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