Grupo de atingidos por barragens realizam Audiências Públicas sobre hidrelétrica no sul do país

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A ideia “vendida” aos municípios atingidos de águas de Chapecó (SC) e Alpestres (RS) antes da construção da Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó era a de progresso.  Reuniões realizadas em Pratas e São Carlos (SC) no dia 05 e em Alpestre (RS) no dia 06 de novembro, porém, mostraram uma série de problemas herdados pelos atingidos. 

O grupo de trabalho “Atingidos por barragens”, formado por representantes da Secretaria de Direitos Humanos, Ministério Público Federal, Ministério de Minas e Energia, Ministério do Meio Ambiente, Defensoria Pública Federal e Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), esteve nas cidades para ouvir os atingidos da situação em que se encontram após a construção da obra.

Durante as manifestações do público, formado por ribeirinhos, indenizados por cartas de crédito, pescadores, moradores na jusante, agentes públicos municipais, vereadores e militantes do MAB, apareceram várias reclamações. Um dos problemas é o caso do município de São Carlos que não teve área alagada pela obra, portanto não é considerado diretamente atingido. Porém, como uma parte do rio secou, ocorreram perdas na questão do Turismo.

“Não temos mais o rio, nem a pesca”, disse um pescador da região. Ele mostrou fotos de peixes mortos e lamentou: “Esses peixes poderiam estar pagando nossa luz, girando no comércio. Mas eles mataram os peixes, tiraram a água, o bem mais precioso que tínhamos. Eles nos tiraram o chão”, desabafou.

Outros problemas foram apresentados pelos moradores, como promessas não cumpridas e uma enchente ocorrida em junho, que inundou a cidade de Águas de Chapecó e a própria comunidade de Pratas.

De acordo com Pedro Melchiors do MAB, foi apresentado um documento ao grupo de trabalho solicitando providencias quanto a direitos negados, além da reparação dos impactos dos municípios. Rudinei Censi, também do movimento, sugeriu como encaminhamento que não seja renovada a licença de operação da UH enquanto não forem resolvidos os problemas apresentados na reunião pública.

Foto: Reprodução/Brasil de Fato

Fonte: Brasil de Fato

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