Greve geral convocada por confederação na Argentina interrompe circulação de trens, ônibus e aviões

A Argentina começou esta quinta-feira (06/04) com uma greve geral convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), para protestar contra as medidas econômicas do governo de Mauricio Macri, com grande impacto no transporte público. Há piquetes por todo o país.

Houve uma grande queda no tráfego de veículos a partir da meia-noite (hora local), na Grande Buenos Aires, com relação aos dias normais de trabalho.

Poucos veículos de transporte público estão funcionando – praticamente, somente os táxis estão circulando pelas ruas da capital argentina. Também diminuiu o trafego de caminhões que circulam à noite pelas avenidas Huergo e Madeiro, que ligam os principais setores portuários de Buenos Aires.

A empresa Aerolíneas Argentinas cancelou seus voos nacionais e internacionais, que sairiam dos aeroportos de Ezeiza e Aeroparque, por conta da greve, da qual participam a Associação do Pessoal Técnico Aeronáutico (APTA) e a Associação do Pessoal Aeronáutico (APA).

Agência Efe

Avenida Madero, em Buenos Aires, completamente vazia nesta manhã por conta da greve geral

O governo de Buenos Aires decretou a gratuidade dos pedágios das estradas e dos estacionamentos públicos durante o dia de greve, a fim de incentivar os trabalhadores a comparecerem em seus postos de trabalho em seus próprios veículos.

O ministro do Sistema Federal de Meios Públicos, Hernán Lombardi, disse, em entrevista à emissora TN, que há uma “dimensão política” no ato patrocinada pela oposição. Para o representante da Casa Rosada, esses grupos teriam passado a vislumbrar uma “melhora na situação econômica” do país. Lombardi denunciou também a existência de “lideranças ocultas” que estariam planejando uma “interrupção abrupta” do governo de Mauricio Macri.

Os índices econômicos, no entanto, não apontam para esta melhora na economia citada por Lombardi. Em fevereiro, a inflação no país, por exemplo, atingiu 2,5%, de acordo com números divulgados pelo Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos). Em janeiro, o aumento havia sido de 1,3% e, em 12 meses, o índice já atingiu 25,4%, com crescimento de 3,5% só no primeiro bimestre do ano.

A meta do Banco Central do país é de 17% para 2017, mas analistas ouvidos pela imprensa do país já consideram difícil que ela seja atingida, tamanho o incremento nos dois primeiros meses. A título de comparação, os mercados esperam para o Brasil, neste ano, uma inflação – no acumulado dos 12 meses – em torno de 4,5%.

A greve coincide com a realização em Buenos Aires do Fórum Econômico Mundial para a América Latina.

Fonte: Opera Mundi

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