Goy Ty Sà, Ponto de Cultura indígena no Saco dos Limões, uma questão de sobrevivência

Por Tali Feld Gleiser, para Desacato.info.

Merong Kamakã, do povo pataxõ da Bahia formado por seis etnias, uma delas o povo ao que Merong pertence, o Kamakã, é um dos membros o Ponto de Cultura Goy Ty Sà.

O Ponto de Cultura, localizado no antigo TISAC, é um espaço de luta do povo kaingang, que teve que se adaptar a novos modos de vida para sobreviver. Antigamente, o artesanato produzido era usado no dia-a-dia das comunidades. Como já não tem mais caça nem como viver da pesca, viver só da natureza, porque as terras Kaingang foram totalmente destruídas pelo agronegócio. A arte virou uma forma de sustentabilidade.

Merong afirmou que parte da sociedade de Florianópolis desvaloriza a cultura indígena, as vidas indígenas, que já habitavam essas terras há muitos séculos. A luta pela prometida Casa de Passagem e o Ponto de Cultura são uma afirmação da presença e da vida do povo Kaingang. Comprar um balaio, uma cuia, é levar pra casa uma parte da história, da resistência Kaingang.

Dona Neusa, há muitos anos na luta pela Casa de Passagem e o Ponto de Cultura, manifestou que a venda do seu artesanato serve para pagar contas, mandar filhos e netos pro colégio, dar roupa, calçados. “Nós não estamos aqui para curtir praia. Nós começamos vendendo artesanato em baixo da ponte, depois na passarela, nos levaram pro terminal Rita Maria e foi ali que negociamos com o prefeito que deu esse lugar (antigo TISAC) pra nós ocupar até eles construir a Casa de Passagem. Agora estamos com uma dificuldade grande porque não estamos podendo sair na rua pra vender. Mas isso não é só pra nós. Faz mais de quinze dias que não podemos sair pra vender. Não está sendo fácil pra nós. A Prefeitura ainda não cumpriu o que foi prometido para nós. O serviço deixaram pela metade. Podem vir para ver. É uma nojeira.”

Sadraque Lopes pediu que as pessoas vão visitá-los no Ponto de Cultura Goy Ty Sà, antigo SAC, que vão ajudá-los comprando o seu artesanato porque as vendas estão muito difíceis.

Sadraque contou que no passado eles viviam da caça e a pesca e hoje, nas aldeias, não tem mais mata. Os indígenas viviam da caça, levavam os filhos junto. Hoje “a nossa caça está aqui na cidade. Hoje nós estamos trabalhando com nosso artesanato.”

Assista à matéria completa a partir do minuto 7.

 

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