Governo colombiano e FARC fecham novo acordo de paz

Ivan Márquez das FARC
Ivan Márquez das FARC

Após quatro anos de negociações, o governo da Colômbia e as Farc fecharam neste sábado (12/11) um novo acordo de paz que contém as contribuições dos setores contrários ao pacto inicial que foi assinado em setembro e depois rejeitado pelos colombianos em referendo no dia 2 de outubro.

“Atendendo o clamor dos colombianos (…) e seu anelo de paz e reconciliação, fechamos um novo acordo final”, afirmou um comunicado das partes lido em Havana, que foi sede dos diálogos de paz durante os últimos quatro anos.

O novo documento foi assinado pelos chefes negociadores do governo, Humberto de la Calle, que afirmou que o novo acordo é melhor que o anterior, e a guerrilha, Ivan Márquez (conhecido como Luciano Arango), que lideraram nove dias de intensas reuniões na capital cubana para fechar um novo consenso a fim de “conseguir uma paz estável e duradoura”.

“Disse que o acordo de 26 de setembro era o melhor acordo possível. No entanto, hoje, com humildade, reconheço que este acordo é melhor, já que resolve muitas críticas”, declarou de la Calle.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, destacou que  “este acordo, renovado, ajustado, acuerdo, definido e esclarecido deve nos unir, não dividir”.

O ex-presidente Álvaro Uribe, que defendeu a rejeição do pacto no referendo de outubro, pediu a Santos que o novo texto ainda não seja definitivo e que seja divulgado a todas as vítimas e contrários ao acordo, com o intuito de que qualquer observação ou pedido de modificação seja levada a uma nova reunião.

Governo de Juan Manunel Santos fecha novo acordo com FARC. Agência EFE
Governo de Juan Manunel Santos fecha novo acordo com FARC. Agência EFE

“O texto do acordo integra mudanças, definições e contribuições dos mais diversos setores da sociedade, e que revisamos um por um”, afirmou o comunicado que foi lido pelos embaixadores representantes em Havana dos países fiadores do processo, Cuba e Noruega.

Uma das principais modificações em relação ao acordo anterior de setembro será garantir que a propriedade privada não correrá risco, uma das exigências dos partidários do “não”, além de uma nova redação do conteúdo relacionado à discussão sobre gênero. O voto evangélico foi definitivo para a vitória do “não” no dia 2 de outubro, e o líder das igrejas protestantes estima que pelo menos 2 milhões de fieis votaram contra os acordos.

“A construção de uma paz estável e duradoura, objetivo ao qual responde este novo Acordo, deve ser o compromisso comum de todos os colombianos que contribua para superar a polarização e que recolha todas as expressões políticas e sociais”, prosseguiu.

Além disso, os negociadores convidam “toda a Colômbia e a comunidade internacional, sempre solidária na busca da reconciliação, para acompanhar e apoiar o novo pacto e sua pronta implementação para deixar no passado a tragédia da guerra, pois a paz não pode esperar mais”.

As remodelações e novos elementos que contém o novo documento poderão ser consultados no site www.mesadeconversaciones.com.co, embora o acordo completo ainda deva demorar alguns dias para estar disponível.

Horas antes de se anunciar o novo acordo, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, convocou uma reunião “urgente” com o ex-presidente Álvaro Uribe, líder do opositor Centro Democrático, que liderou a campanha do “não” no referendo ao acordo de paz inicial.

O acordo acabará com um conflito de mais de 50 anos, pouco mais de um mês depois de que os colombianos votassem em plebiscito contra o pacto entre Santos e Rodrigo Lodoño, líder das FARC também conhecido como Timochenko.

(*) Com agências.

Fonte: Opera Mundi.

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