Governador Raimundo Colombo confirma organização social para o Hospital Regional de Joinville

18-06-2013-21-54-59-img-1672Por Sergio Sestrem.

Declaração foi concedida em entrevista ao ND. Ele também prometeu apoiar outras obras de infraestrutura do município. Confira a entrevista:

Garantia de que Joinville em breve terá mais um hospital administrado por uma OS (Organização Social) foi confirmada ontem pelo governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo. Em entrevista exclusiva ao jornal Notícias do Dia, ele defendeu o modelo de administração por meio de OS, garantiu mais uma vez repasses para construção de ponte em Joinville e comentou os que estão ocorrendo no Brasil.

O governador garantiu apoio à administração Udo Döhler, reconhecendo a situação atual da Prefeitura. “Todo mundo sabe que o prefeito Udo pegou a Prefeitura com muitas dificuldades financeiras. Estamos aqui para ajudar. A gente quer apoiar a gestão”, avalia Colombo.

A burocratização no poder público também foi criticada por Colombo. Segundo ele, o povo paga pela lentidão dos processos. “Houve uma época em que era mais difícil fazer obras, era difícil conseguir os recursos financeiros. Agora, os processos licitatórios, a burocracia ainda atrasa muito. As pessoas perderam a paciência, temos de investir, fazer infraestrutura. O setor público precisa investir para manter o nível de emprego e a economia”, destacou Colombo.

As declarações de Colombo foram feitas entre as agendas políticas desta terça-feira na região Norte de Santa Catarina. Logo pela manhã, o governador foi a São João do Itaperiú e Balneário Barra do Sul. Entre os assuntos nas cidades vizinhas estava o asfaltamento da estrada do Itapocu, que faz ligação de Barra do Sul com a BR-101. O governador ficou de avaliar e existe uma possibilidade de ser contemplada no Pacto por Santa Catarina 3.

Na visita de Colombo ao prefeito de Joinville, Udo Döhler, o assunto principal foi a construção da ponte que ligará os bairros Adhemar Garcia e Boa Vista. Ainda sem orçamento definido, Udo pediu apoio financeiro para viabilizar a obra, que deverá ser chamada de “Ponte Joinville”. O governador garantiu que irá ajudar, mas ainda aguarda o projeto. Colombo ainda falou da possibilidade de novos empreendimentos no Estado, como a vinda de montadoras e multinacionais, mas ainda prefere cautela ao falar sobre o assunto. Leia abaixo os principais tópicos da entrevista.

Organização social no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt

Vai sair. Eu contratei uma consultoria externa. É um processo muito complexo. A gestão não é difícil, o problema é que eu tenho que estar com médico motivado, é remédio. Enfim, é uma cadeia. Na equipe da consultoria tem gente do Canadá, da Suíça, o melhor modelo é da Alemanha. Eles estão há três meses no Estado, passando em todos os hospitais e fizeram um diagnóstico completo. A gente não pode errar, falta isso, falta aquilo, chega no final e nada melhora. Para o povo não adianta. Eu enjoei desse negócio. Fizemos um diagnóstico completo. O que eu vou fazer: hoje pago R$ 400 dia/leito na UTI, vou passar para R$ 800, mas vai ter que ter gente deitada, ou não pago. Vamos dobrar o valor da urgência e emergência. Mas se não tiver atendimento, não vão receber. Nós identificamos um grave problema, que o pessoal não preenche os formulários e a gente não cobra o serviço que presta. Com isso já aumentou no mês passado 600% a receita do serviço público da saúde.

Mas por que uma OS?

Nosso conceito de OS: hoje, se um médico anestesista sai de férias ou licença-prêmio, para tudo. Eu tenho que fazer um concurso para chamar outro. Com uma OS, amanhã de manhã contrata. Para a compra de um equipamento, eu tenho que fazer uma licitação, leva 30 dias. Com uma OS, eu compro amanhã. Nós burocratizamos demais e ainda tem o Ministério Público. É um problema ideológico do MP. Eles ainda acham que não é correto passar para entidades filantrópicas.

Possibilidade de OS para a Maternidade Darcy Vargas?

Não tenho conhecimento. Aqui é só o (Hospital) Regional.

Segurança para Joinville

Estamos investindo muito em tecnologia, trazendo as 100 câmeras. Fizemos um concurso para mais 1.000 policiais, uma parte vem para cá. Estamos comprando mais de 11 mil kits militares, armas, coletes, todos os policiais vão ter. Fizemos licitação para mais 1.600 carros que serão distribuídos para Militar, Civil, IGP. Já estão chegando, parte vem para Joinville. O critério dessa distribuição não é por população, mas onde tem mais ocorrências. Aqui é um problema. O maior problema hoje é Itajaí, depois Florianópolis e depois Joinville.

Investimentos no Presídio Regional de Joinville

Haverá um pregão eletrônico para compra de material para reforma do Presídio, no dia 10 de julho, no valor R$ 470 mil. A obra será feita com a mão de obra carcerária.

Manifestações contra aumento do transporte coletivo no Brasil

É um movimento forte, impressionante como agregou pessoas. Expressa angústias da população. É um movimento espontâneo, que não tem liderança partidária. Eu tenho simpatia pelo movimento, desde que seja respeitada a ordem. Acredito que vai provocar mudanças no Brasil. Essa união mostra um desconforto, uma rejeição a um modelo. Ninguém sabe onde isso vai dar, mas provoca um sentimento de reavaliação. Por isso, é uma grande oportunidade de avançar.

Obras da Santos Dumont e outras obras de infraestrutura

É uma obra estratégica. O dinheiro está disponível, vai desafogar o trânsito. As desapropriações são de responsabilidade do município. Mas liberamos mais um recurso para desapropriações. Todo mundo sabe que o prefeito Udo pegou uma Prefeitura com muitas dificuldades financeiras, e estamos aqui para ajudar o prefeito. Ele é uma pessoa do melhor nível. A gente quer apoiar a gestão. A gente vai conseguir, vamos ajudar a realizar as desapropriações para entregar esta e outras obras, também da Tuiuti (Aventureiro) o quanto antes.

Ponte do Adhemar Garcia

Vamos ajudar significativamente nesta obra. Faremos um financiamento do Estado, a fundo perdido, para o município. Até lá, a Prefeitura já vai estar mais estruturada. O prefeito me disse que o valor da obra é mais ou menos R$ 70 milhões, mas nem ele sabe. Depende do projeto ainda, tem apenas um estudo preliminar.

Escolas interditadas

Tudo é muito lento, tem burocracia. Para começar e terminar uma obra, leva muito tempo, isso não é justo com a população. Fizemos todas as licitações, mas uma delas teve problema. Será feita nova licitação. Mas tem recursos e os projetos estão prontos.

Fonte: Notícias do Dia.

Foto: Fabrício Porto/ND.

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