Golpe após golpe, governo Temer vai surrupiando a democracia na entrega da Eletrobras

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por Tiago Bitencourt Vergara, para Desacato.info

Depois da previdência, o governo golpista aponta seu canhão neoliberalizante para a Eletrobras. A narrativa utilizada é de saneamento das contas, por incompetência própria. Para isso, vai usar todo seu esforço, cooptando órgãos de fiscalização como o TCU.

Parece absurdo, mas o Tribunal de Contas da União (TCU) irá realizar o evento “Diálogos Públicos – Privatização da Eletrobras:  Repercussões setoriais para a modicidade tarifária e modelagem societária”, previsto para o dia 27 de março, com início às 8h30 da manhã e término às 18h.

Ver convite aqui:

http://portal.tcu.gov.br/dialogo-publico/eventos-passados/dialogo-publico-privatizacao-da-eletrobras-repercussoes-setoriais-para-a-modicidade-tarifaria-e-modelagem-societaria.htm

Basta verificar a lista de painelistas e debatedores para entender que o tal diálogo se dará entre privatistas, que ao contrariar os propósitos dos cargos que ocupam, de forma ilegítima, cometem uma das maiores bizarrices ao utilizar o próprio estado para desmontá-lo.

Só estão fazendo desta forma, por que não tem voto. Para chegar a estas posições, deram um golpe de estado em 2016, onde toda agenda posterior foi amplamente denunciada por nós.

A promoção de uma discussão pública é algo positivo, mas com equidade de opiniões, proporcionando contraponto e debate aberto acerca desta questão tão importante para o povo brasileiro.

Mas como percebemos, este evento é absurdamente parcial, assim como em um estado de exceção. A programação somente contempla privatistas na mesa em um caso de uso da máquina pública para atender aos intentos privados. O órgão que deveria ser isento, passa a ser ferramenta privatista do governo neoliberalizante Temer.

Certamente a sociedade teria muito a contribuir em um debate como este. A participação das diversas entidades representativas, em respeito a democracia, poderia contribuir muito com a construção de uma solução justa atendendo aos anseios de todos e todas.

O cerceamento democrático pelo qual passa o Brasil, sendo realizados eventos por órgãos de fiscalização, tendo a participação restrita e parcial é inaceitável.

O evento citado tem um viés privatista. Sem a representatividade dos trabalhaores e sociedade civil organizada, não terá legitimidade para tratar da questão. Com a aproximação das eleições, os deputados e deputadas deveriam observar este tipo de ação por parte do governo para que não tenham surpresas eleitorais desagradáveis a seus mandatos e partidos.

Lembra que o projeto de 2014, eleito por mais de 54 milhões de votos (hoje deve ser mais) não tinha como agenda a privatização da Eletrobras, Petrobras, entrega do pré-sal, água, terras e nosso trabalho aos interesses internacionais. Ou seja, ao trair Dilma, o vice Michel Temer, assumiu uma agenda que não possui adesão social.

Imagem: Carta Capital

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