França vive novo dia de protestos contra lei trabalhista proposta pelo governo

Manifestantes descontentes com a proposta da nova legislação trabalhista na França voltaram a manifestar nesta terça-feira (05) por todo o país. A segurança foi reforçada para evitar novos episódios de violência. Na cidade de Rennes, manifestantes invadiram os trilhos de trem, obrigando a empresa SNCF a interromper o tráfego ferroviário pela terceira vez em três semanas.

Os protestos geraram confronto e testemunhas afirmam que a polícia utilizou gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Em Rennes, um dos focos da manifestação no país, as autoridades proibiram reuniões no centro da cidade. Mas isso não impediu que mais uma vez o tráfego de trens fosse interrompido.

Para garantir a segurança, a SNCF cortou a geração elétrica no início da tarde, deixando diversos trens bloqueados nas plataformas. De acordo com as autoridades de segurança pública da Bretanha, cerca de mil pessoas, entre estudantes e sindicalistas, protestaram em Rennes nesta terça-feira.

Em Paris, 130 pessoas foram detidas pela polícia para investigação por atirarem projéteis contra policiais e entrarem em confronto contra as forças de ordem.

Deputados avaliam emendas ao projeto de lei

A nova onda de protestos foi organizada no dia em que a Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa francesa começa a analisar as mais de 800 emendas à proposta original da lei. Um debate para tratar da questão está marcado para o dia 3 de maio.

Christophe Sirugue, deputado do Partido Socialista e relator do projeto de reforma da legislação trabalhista, estimou que no estado atual, o texto talvez não seria votado pela maioria dos deputados socialistas. Porém, ele disse que as negociações com o governo “estão avançando no bom sentido”. “Eu aceitei ser o relator com a convicção de que poderia mexer no texto. E eu sou testemunha de que o texto esta passando por modificações”, garantiu.

O relator já apresentou mais de 150 emendas ao projeto e disse que vai continuar a fazê-lo. Sirugue espera conseguir fazer mudanças em um dos pontos mais polêmicos do texto para os trabalhadores: o que permite as empresas em dificuldades financeiras demitirem seus funcionários. Para o relator, é preciso haver critérios para avaliar as dificuldades financeiras, já que é impossível tratar da mesma forma “uma pequena empresa, profissionais autônomos ou uma grande empresa”.

Estudantes passam a noite em claro para protestar

Em um ambiente mais pacífico, centenas de pessoas passaram a noite na Praça da República, no coração da capital francesa, para denunciar a reforma trabalhista como favorável demais aos empregadores. Desde quinta-feira da semana passada, estudantes têm passado a noite em claro no local, em um movimento batizado de “Nuit Début” (Noite em Claro, em tradução livre). Os alunos e estudantes que manifestam nesta terça-feira expressaram apoio ao movimento.

Fonte: RFI Brasil

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