Florianópolis: Quando a governabilidade significa submissão política

Por Carlos Damião.

Uma das maiores anomalias do regime democrático brasileiro é a chamada “governabilidade”. Em outras palavras, a submissão quase integral do legislativo ao executivo. Acabamos de testemunhar essa prática em Florianópolis, com o “passeio” do pacote do prefeito Gean Loureiro (PMDB) na Câmara de Vereadores. Todas as medidas foram vitoriosas, sem jamais terem sido discutidas em comissões específicas ou em audiências públicas, ainda que a maior parte das matérias seja de interesse coletivo. Algumas delas preocupam profissionais da engenharia e da arquitetura, porque permitem alterações significativas na estrutura urbana sem a participação de técnicos especializados.

A Câmara apreciou, votou e aprovou o pacote, por ampla maioria, mas com as portas fechadas à população e protegida pela polícia e pela Guarda Municipal. Fato inédito e perigoso, que denuncia a precariedade democrática e, sobretudo, a falta de diálogo com as partes interessadas – não só os servidores, mas a sociedade de modo geral. Algo que nem na ditadura militar encontra paralelo.

“Ah, mas o prefeito foi eleito, está respaldado pelo voto popular”, dirão alguns. Certamente, mas foi eleito – e vídeos na internet demonstram isso – prometendo realizar um governo em parceria com a sociedade e os servidores públicos. Disse inclusive, durante a campanha, que valorizaria os funcionários. Em um mês de gestão demonstrou que isso não era muito verdadeiro.

Imagem: Pxabay.

Fonte: ND Online.

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