Florianópolis: Moradores reclamam de desmatamento em área de preservação

campeche

O local, em meio às dunas que levam à praia, é um dos mais preservados da capital catarinense

Texto e fotos:  Fabricio Escandiuzzi. Especial para Terra.

O desmatamento causado pelo desassoreamento de um rio em uma área de preservação permanente (APP) na praia do Campeche, bairro localizado na região sul de Florianópolis, gerou revolta da comunidade. O local, em meio às dunas que levam à praia, é um dos mais preservados da capital catarinense. Neste final de semana, moradores flagraram uma retroescavadeira trabalhando ao lado de um rio, em meio à APP.

Cerca de 1,5 km de mata na margem direita de um rio foi derrubada pela máquina, que trabalhou na retirada de lama e esgoto das águas. No local, ainda é possível encontrar animais mortos, ninhos de pássaros e muitas plantas nativas destruídas. “Moro no bairro há 60 anos e sei que esta área é repleta de animais. Mexeram no rio porque os prédios do loteamento Novo Campeche não contam com escoamento do esgoto”, reclamou o morador Luís Manoel Chagas Neto, 63 anos. “Entraram nas dunas e na mata para evitar que as construtoras tivessem problemas com esgoto”.

É a retirada de lixo, areia ou o que mais esteja atrapalhando o fluxo da água de determinado rio, lagoa…

A Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram) confirmou que uma máquina atuou na APP para efetuar o desassoreamento do rio. Segundo informações da assessoria de imprensa do órgão, a obra seria uma medida “preventiva” para evitar o transbordo do canal. “Com as chuvas dos últimos dias o local não iria suportar o volume de água”, afirmou.

Já a Fatma, órgão estadual de fiscalização do meio ambiente, informou que enviaria uma equipe para avaliar a situação ainda nesta semana. Procurado, o Ibama de Santa Catarina não se manifestou.

Para os moradores locais, o fato de o desassoreamento estar sendo realizado em uma APP mostra o “crescimento desordenado” da cidade. “Não temos Plano Diretor e as construtoras fazem o que querem. Tudo ao inverso: destruir uma área de preservação para liberar o esgoto de empreendimentos imobiliários é ridículo”, criticou o servidor público Allan Domingos Silvério, 43 anos.

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Fonte: Terra

1 COMENTÁRIO

  1. Tenho casa no Loteamento Novo Campeche e sei o quanto aquela área esta sendo degradada na construção dos prédios.O loteamento não possui um sistema de esgoto, é comum e já foi denunciado pela associação Novo Campeche, o esgoto jogado na rede fluvial. Estas chuvas formam lagoas na região conhecida como “campinas”, natural em toda esta região. Abrem estas valas enormes para escoar a agua evitando a formação destas lagoas. Quando chove muito a agua da Lagoa pequena escorre por este espaço. Estas lagoas são visitadas por várias aves, patos, gaviões, etc. A formação destas lagoas é vida que brota da terra.
    Parem de destruir o Campeche!!

    Rinaldo

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