Fascistas invadem restaurante e quem vai preso? A vítima

SP 247 – O empresário palestino Hasan Zarif, dono do restaurante Al Janiah, localizado na Bela Cintra, região da Avenida Paulista, foi detido na noite dessa terça-feira, 2, junto com outras cinco pessoas, após uma confusão com integrantes do grupo chamado Direita São Paulo, que percorria a Avenida Paulista gritando palavras de ordem contra a nova Lei de Migração.

Segundo o advogado de Hasan Zarif, Hugo Albuquerque, afirmou que seu cliente relatou que o grupo de manifestantes foram em seu encontro e iniciaram provocações, que terminaram em agressões mútuas. “Houve troca de ofensas e vias de fato”, afirmou.

Cerca de 50 pessoas foram ao 78.º Distrito Policial (Jardins) aguardar a soltura do imigrante e de seus colegas. Quatro equipes do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) foram chamadas para também permanecer na porta do distrito, mas até 2 horas não havia registro de novos tumultos.

No Facebook, o grupo Direita São Paulo postou textos e fotos afirmando que haviam sido atacados por “terroristas”. Nos relatos, a página afirma que uma bomba caseira foi lançada. Os manifestantes gritavam palavras para exaltar a PM e dizendo “comunista tem que morrer”.

A prisão foi repercutida pelo cientista político Luís Felipe Miguel, professor da UnB. Em sua página no Facebook, Miguel disse que o Estado atua protegendo “milícias” em vez de suas vítimas. “Ontem à noite, um grupo de bolsonarianos foi agredir os funcionários e frequentadores do restaurante e centro cultural Al Janiah, de São Paulo, conhecido por abrigar refugiados palestinos. A polícia foi acionada. Chegando ao local, prendeu o dono do restaurante e alguns dos fregueses. Até a madrugada, Hasan Zarif e os outros eram mantidos incomunicáveis. O Estado protegendo milícias em vez de suas vítimas – esse é um dos traços do fascismo”, escreveu Luis Miguel.

Assista a depoimento sobre a confusão envolvendo o dono ao Al Janiah:

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