Executivo da Siemens diz ter recebido ordens para destruir documentos

DESACATO metro

São Paulo – O gerente-geral da área de projetos corporativos da Siemens, Sergio de Bona, teria afirmado em depoimento à Polícia Federal que recebeu ordens para destruir todos os documentos relativos a uma conta bancária no grão-ducado de Luxemburgo, conhecido paraíso fiscal, segundo a edição da última sexta-feira (3) de O Estado de S.Paulo. O dinheiro, de acordo com relatórios de auditoria interna da própria Siemens, teria sido utilizado para pagar propina a agentes públicos do Estado de São Paulo ligados ao PSDB com o objetivo de garantir contratos com a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e o Metrô.

A reportagem da Rede Brasil Atual (RBA) procurou a Polícia Federal para confirmar se documentos relativos ao caso foram destruídos dessa maneira, mas não teve resposta até a publicação desta matéria.

A conta secreta em Luxemburgo era mantida por diretores brasileiros da Siemens e foi descoberta em 2011, quando a empresa, envolvida em escândalos de corrupção nos Estados Unidos e na Alemanha, realizou auditoria interna das contas. O então presidente da Siemens no Brasil, Adilson Primo, foi demitido por desviar recursos da companhia e acusado de ter usado o dinheiro para pagamentos ilegais a políticos. Primo nega conhecimento sobre a conta bancária e a destinação do dinheiro.

O caso Siemens

De acordo com denúncia da própria Siemens, realizada sob regime de delação premiada ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica, órgão antitruste do governo federal), agentes públicos recebiam uma parcela do dinheiro desviado em contratos superfaturados para compra e manutenção de trens para a CPTM e o Metrô. Siemens e outras multinacionais, como a Alstom, combinavam valores para direcionar os vencedores das concorrência públicas e, fechados os contratos –que poderiam passar ainda por aditamentos para aumentar ainda mais o valor final–, repartiam os excedentes.

O Ministério Público e a Polícia Federal investigam indícios de que o esquema funcionava desde a gestão de Mario Covas (PSDB, governador de 1995 a 2001, quando faleceu vítima de câncer), e durante os governos de José Serra (2007-2010) e Geraldo Alckmin (2001-2006, 2011-2014).

Foto:  Reprodução/SINDMetal

Fonte: Rede Brasil Atual

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