EUA: Racista mata manifestantes antirracistas e polícia não prende em flagrante

A cidade estadunidense de Kenosha, no estado de Wisconsin, viveu mais uma madrugada, a terceira consecutiva, de protestos depois que policiais tentaram matar um homem negro durante uma abordagem policial. Jacob Blake, de 29 anos, levou sete tiros à queima-roupa, mas sobreviveu. Blake foi levado para o hospital em estado grave.

Durante o protesto antirracista desta terça-feira (25) duas pessoas foram assassinadas e uma ficou gravemente ferida.

O vídeo mostra o momento em que o – portando um fuzil AR-15 – é perseguido por manifestantes após ter matado uma pessoa. Ao cair, ele atira novamente contra as pessoas, mata outro manifestante e fere mais um, com tiro no braço. Em seguida, ele levanta e corre em direção à polícia, que não faz absolutamente nada. O assassino simplesmente foi para casa.

O atirador, de 17 anos, identificado como Kyle Rittenhouse, foi preso nesta quarta-feira (26) acusado de homicídio após ter atirado e matado duas pessoas e ferido uma terceira durante a manifestação contra  em Kenosha, Wisconsin, nos Estados Unidos. Rittenhouse é de Antioch, Illinois, e segundo informações ele se entregou após um mandado de prisão. Segundo o documento “o acusado fugiu do estado de Wisconsin com a intenção de evitar um processo pelo crime”. Ele está atualmente sob custódia do sistema judicial de Lake County enquanto uma audiência de extradição para transferir a custódia de Illinois para Wisconsin.

A cidade de Antioch, onde o Rittenhouse vive e se rendeu, fica a apenas 30 minutos de carro de Kenosha.

Vários civis armados estavam nas ruas de Kenosha na terça-feira (25), incluindo um pequeno grupo integrado exclusivamente por homens brancos, que afirmavam estar ali para proteger as propriedades privadas – ao ponto de matar pessoas desarmadas.

No entanto, o grupo não falou nada sobre a tentativa de assassinato por policiais que gerou as manifestações na cidade.

Manifestação antirracismo

A onda de protestos começou no domingo (23) e a violência explodiu quando centenas de manifestantes protestavam pela terceira noite consecutiva em Kenosha, no estado de Wisconsin. A revolta é motivada pelo vídeo que mostra o momento em que Jacob Blake, um homem preto, é atingido por vários tiros à queima-roupa disparados por um policial branco de Kenosha. Os três filhos de Blake presenciaram os tiros.

Blake, 29 anos, tentava entrar em seu veículo, no qual estavam seus três filhos, quando foi baleado no domingo.

A violência policial contra afro-americanos tem gerado fortes protestos  em todas as cidades dos Estados Unidos e em diversas partes do mundo, desde o assassinato de George Floyd, em maio, e também como parte do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam).

Um vídeo mostra Jacob Blake sendo levado até um carro enquanto é seguido por dois policiais armados. Após o homem abrir a porta do veículo, os agentes de segurança começam a atirar. Blake foi levado para o hospital em estado grave. De acordo com o seu pai, Jacob Blake está com o corpo paralisado da cintura para baixo, mas ainda não sabe se as sequelas serão permanentes. Ele permanece internado em estado grave no Hospital Froedtert, em Milwaukee.

O advogado de direitos civis Benjamin Crump, que representa os Blake – e a família de George Floyd, o afro-americano asfixiado até a morte por um policial branco em maio deste ano – afirmou que “será um milagre, se Jacob Blake voltar a andar”.

 

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