Estudante é agredido durante manifestação contra palestra do propagandista israelense na UFAM

O propagandista de Israel no Brasil, André Lajst, que tem defendido as políticas israelenses na Palestina ocupada em palestras no território brasileiro, se irritou nesta terça-feira (21/08) com universitários amazonenses que se manifestaram em favor dos palestinos durante a sua apresentação, ao ponto de agredir um deles.

Lajst, que se apresenta como “especialista” e se autodenomina “renomado estudioso do conflito Israel x Palestina”, passou a gritar contra estudantes da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), onde se dava sua palestra, porque estes portavam cartaz com a bandeira da Palestina e a inscrição “Não é Guerra, trata-se de genocídio. Palestina Livre”. A arte, que circula o mundo até hoje, faz alusão aos ataques de Israel à Faixa de Gaza, em 2014, quando mais de 2 mil palestinos foram mortos, a maioria mulheres e crianças, e dezenas de milhares de feridos e mutilados.

O estudante de História da Ufam, Christoffer Rocha, 20, era um dos poucos presentes no auditório da UFAM. Integrante do Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino do Amazonas, Christoffer Rocha ergueu o cartaz e acusou o palestrante de fazer a defesa dos crimes de Israel. Irritado, André Lajst se alterou e falando ao microfone aos gritos afirmou que na Palestina não há genocídio.

Em determinado momento, diante da distração de Christoffer Rocha, quando apresentava à reduzida plateia um manifesto do Comitê pró-palestino, André Lajst tomou, com violência, o cartaz de suas mãos e o amassou. Além disso, mandou aos gritos que ele e os demais estudantes pró-palestinos saissem do local. “Somos estudantes da Ufam, que é uma instituição democrática. Estavámos assistindo a palestra, quando não concordamos com a defesa que ele (André Lajst) fazia da ocupação israelense, até mesmo por conhecermos o genocídio que Israel pratica na Palestina. Levantamos os cartazes e ele se alterou. Em um momento de distração, ele arrancou o cartaz da minha mão e foi agressivo. Aos gritos, ele mandou que eu e os demais manifestantes saíssemos do local”, relatou Christoffer Rocha.

Para a ONU, há genocídio

A julgar pela Convenção do ONU para o Genocídio, há por parte de Israel, prática genocida. É que, de acordo com a definição oficial, genocídio é o extermínio deliberado e sistemático, seja ele parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso. Ou seja, exatamente o que Israel faz na Palestina.

Em 70 anos de ocupação, crimes monumentais ocorreram em terras palestinas, vitimando exclusivamente o povo originário desta terra. Os números desses crimes são assustadores: ao menos 774 cidades e povoados palestinos foram ocupados, dos quais 531 totalmente destruídos; 70 massacres foram cometidos, com mais de 15 mil mortos, incontáveis feridos e mutilados e dois terços da população nativa palestina, expulsa pelos estrangeiros recém-chegados.

Foram tomados, pela força, pelo terror, pelas matanças e pela expulsão 78% do território da Palestina histórica e, desta parcela de território, dos seus 900 mil habitantes, perto de 800 mil foram mortos ou expulsos, quase 90%. Isso jamais foi presenciado ou documentado na história humana. É esta a razão de se denominar estes eventos como NAKBA, como CATÁSTROFE. A esta população foi negado o direito ao retorno. Tudo lhes foi tomado e é destes quase 1 milhão de desterrados que derivam os atuais 5,8 milhões de refugiados palestinos, a maior população refugiada do mundo.

Quem é André Lajst?

Ex-militar das forças armadas de Israel, principal elemento na manutenção da ocupação da Palestina, André Lajst tem percorrido o Brasil para defender as políticas israelenses, com ênfase na crítica ao movimento mundial que pede Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) ao regime israelense, nos moldes do mesmo movimento que levou ao fim do regime segregacionista de Apartheid na África do Sul. Embora busque se apresentar como moderado e defensor da paz entre palestinos e israelenses, é fácil vê-lo, tanto em suas palestras como nas redes sociais, criticar violentamente os movimento palestinos, sua resistência à ocupação, bem como aos ativistas pró-Palestina, que acusa de serem da “esquerda radical”, chegando a acusa-los de fascistas.

Não bastasse, ele não faz uma só crítica à colonização ilegal da Palestina por extremistas judeus recém-chegados da Europa e de outros lugares, condenada por resoluções da ONU, inclusive de seu Conselho de Segurança. As políticas de segregação racial e de Apartheid, assim como de limpeza étnica, todas já constantes de documentos oficiais da ONU e de diversos organismos internacionais de direitos humanos, também são negligenciadas pelo ativista israelense.

Nascido em São Paulo, André Lajst mudou para Israel em 2006, onde estudou sobre o conflito árabe Israelense em uma universidade de Israel. Ele serviu ao exército de Israel por 2 anos e atuou como pesquisador na força aérea israelense, um dos principais elementos das tropas de ocupação dos territórios palestinos. Hoje, André Lajst mora em São Paulo, onde é diretor Executivo do StandWithUs Brasil, entidade pela qual viaja para propagar as políticas de Israel e distorcer a realidade sobre a ocupação da Palestina em território brasileiro.

Comitê de Solidaridade ao Povo Palestino do Amazonas

4 COMENTÁRIOS

  1. Esquerdopatas e seus delírios. Vergonha desses estudantes.
    Bando de lunáticos essa é a geração “pseudo esquerdistas”, infelizmente. Zero conhecimento de tudo o que acontece atualmente em Israel e na Faixa de Gaza. Vem com esses argumentozinhos de “genocídio”? Realmente esses aí tem muito a aprender ainda, a começar que eles não tiveram respeito com o André Lajst e se vitimizaram. Geração nojenta e mimizenta. Vai estudar cambada de gente tapada. Não pode contradizer a opinião desses alienados que já falam que foram agredidos. Kkkkk
    Parcialidade a gente vê por aqui. Jornalismo ruim, hein?

  2. Desacato foi esse manifestante interromper a palestra aos berros. Falar em cima e não deixar o Palestrante falar. Deveria sentar ouvir com ou sem bandeira. Ao final pedir a palavra é contra argumentar. Assim demonstrou que é violento, antidemocrático, e acima de tudo esse tipo de atitude só demonstra sua ignorância sobre o assunto, que fica claro pois apenas grita palavras de ordem

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