Espanha faz segunda eleição geral em seis meses para tentar eleger presidente

Por Camila Alvarenga.

A Espanha vai às urnas pela segunda vez em seis meses neste domingo (26/06) para tentar eleger um novo presidente de governo, após nenhum dos partidos ter conseguido formar governo com os resultados do pleito de dezembro de 2015. O cargo de premiê é ocupado interinamente por Mariano Rajoy (PP).

Esta é a primeira vez que a Espanha não consegue eleger um primeiro-ministro e terá de passar por novas eleições gerais desde que a democracia foi reestabelecida, em 1977.

PP (Partido Popular), PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), Podemos e Ciudadanos, os cinco partidos mais votados nas eleições gerais de 20 de dezembro, voltam a disputar os 350 assentos do Parlamento espanhol. Com novas coalizões, as legendas tentarão obter maioria para conseguir eleger um presidente de governo de sua escolha.

Agência Efe

Ato de campanha do Podemos, em Madrid, um dos favoritos nestas eleições gerais

 Pesquisas iniciais mostraram um cenário favorável à esquerda, encabeçada pela coalizão Unidos Podemos (Podemos com Esquerda Unida), mas o conservador PP segue liderando as intenções de voto.

Segundo um levantamento realizado pela Metroscopia e divulgado no sábado passado (18/06), 29% do eleitorado pretende votar pelo PP; 26%, na Unidos Podemos; 20,5%, no centro-esquerdista PSOE; e 14,5%, no Ciudadanos, de direita. Outra pesquisa, do dia 23/06, feita pelo próprio Podemos, mostra, no entanto, um empate técnico entre a coalizão de esquerda e o PP.

Eleições de dezembro

No pleito de dezembro, o partido mais votado foi o PP, que obteve 123 assentos; seguido pelo PSOE, com 90; pelo Podemos, com 69; e, por fim, o Ciudadanos, com 40.

Com essa disposição, nenhum partido possuía maioria para governar sozinho. Assim, seria necessário fazer coalizões com partidos menores para tentar formar governo.

Após as eleições gerais, os líderes dos principais partidos eleitos passam por uma série de reuniões com o rei Felipe VI, que, segundo a lei espanhola, indica alguém para tentar a “investidura” à presidência de governo. A partir desse momento, o indicado deve reunir aliados e convocar uma votação no Congresso, que irá aceitar ou rejeitar aquele candidato para o cargo.

Na ocasião, o rei indicou inicialmente Mariano Rajoy, então presidente de governo, para tentar a reeleição. Reconhecendo não ter apoio suficiente, Rajoy rejeitou a indicação.

Agência Efe

Mariano Rajoy, premiê interino, rejeitou indicação do rei de tentar reeleição ao cargo

Dessa forma, Pedro Sánchez, líder do PSOE, tentou a candidatura. Para se eleger, ele precisava do apoio do PP ou de uma aliança simultânea com o Podemos e o Ciudadanos. Entretanto, devido a diferenças programáticas, Sánchez rejeitou desde o início um acordo com o PP e oscilou entre se juntar ao Podemos ou ao Ciudadanos, optando, por fim, pela legenda de direita. A decisão o fez perder o apoio do Podemos, comandado por Pablo Iglesias.

Por não possuir respaldo suficiente no Parlamento, o socialista perdeu a primeira votação, no dia 2 de março, obtendo apenas 130 dos 176 votos de que precisava. Em segunda votação, que ocorreu 48 horas depois e exigia que Sánchez conseguisse apenas maioria simples, houve nova derrota.

Agência Efe

Pedro Sánchez durante campanha para estas eleições gerais

A legislação espanhola determina um prazo de dois meses para que outro político tente a “investidura” antes de o rei dissolver o Parlamento e convocar novas eleições gerais caso um candidato à presidência de governo seja rejeitado pela Câmara. No caso atual, Felipe VI, não enxergando em nenhum dos outros líderes alguém forte o suficiente para formar governo, não indicou ninguém e optou por dissolver o Congresso.

Fonte: Opera Mundi.

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