Entenda a investigação sobre Queiroz e parentes da ex-mulher de Bolsonaro sobre corrupção na Alerj

Mandados de busca e apreensão desta quarta-feira (18) têm como alvo nove parentes de Ana Cristina Siqueira Valle que foram utilizados como funcionários fantasmas no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj

Foto: reprodução

Por Luisa Fragão.

Na manhã desta quarta-feira (18), o Ministério Público do Rio de Janeiro cumpre uma série de mandados de busca e apreensão em endereços de ex-assessores do ex-deputado estadual e atual senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o que inclui Fabrício Queiroz e parentes da ex-esposa de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle. As medidas miram acusações de lavagem de dinheiro e desvio de dinheiro público.

Reportagem da revista Época em maio deste ano revelou que Ana Cristina, segunda esposa de Jair Bolsonaro e mãe de Jair Renan, teve ao menos 12 parentes de sua família empregados como funcionários fantasmas no gabinete de Flávio, assim como no do ex-marido na época em que era deputado federal. Segundo a reportagem, os parentes devolviam até 90% dos salários recebidos em funções públicas, prática conhecida como “rachadinha”.

A revista também revelou, após conversa com uma pessoa próxima da família, que os parentes nunca fizeram o trabalho de assessoria parlamentar nos gabinetes. Entre os nomeados, estavam irmãos, pais, tios e primos de Ana Cristina, como os primos Francisco Diniz e Daniela Gomes e os tios Guilherme Hudson, Ana Maria Siqueira Hudson, Maria José de Siqueira e Silva e Marina Siqueira Diniz. Na Alerj, todos os integrantes da família tinham salários superiores a R$ 4 mil.

As buscas desta quarta-feira têm como alvo nove dos parentes da ex-esposa que foram utilizados no gabinete de Flávio durante 2003 e 2018, tempo dos quatro mandatos do filho. A investigação havia sido instaurada em 31 julho do ano passado, meses depois que o antigo Coaf enviou um relatório ao Ministério Público relatando a movimentação financeira atípica de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro.

O caso estava parado desde julho, aguardando decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a legalidade do compartilhamento de informações por órgãos como a Unidade de Inteligência Financeira (UIF, antigo Coaf) e a Receita Federal. O STF, no entanto, aprovou no mês passado a tese para o compartilhamento.

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