As Forças Armadas, depois que entraram com os dois coturnos no governo Bolsonaro, com seis mil milicos em postos estratégicos, se desvincularam de vez do compromisso de servir à Pátria.
Ou o governo Bolsonaro apenas veio escancarar essa sensação de que os militares são uma casta diferente de nós, os brasileiros civis.
Hospitais das Forças Armadas no Amazonas estão com mais da metade dos leitos para a covid-19 vagos, à espera de eventuais adoecimentos de militares ou familiares.
Nesta quarta, segundo boletim da Secretaria da Saúde do Amazonas, 84 dos 116 leitos (ou 72,4% do total) destinados para pacientes de covid-19 estavam livres nos hospitais militares. Enquanto isso, 278 pacientes aguardavam na fila oficial: 217 em Manaus e 61 no interior.
O Ministério da Defesa afirmou ao UOL que os leitos estão vazios para internar militares caso adoeçam e não sinalizou com a possibilidade de ceder vagas ao SUS (Sistema Único de Saúde).
“Estes [leitos] constituem reserva técnica para garantir a saúde do pessoal militar e, assim, assegurar a possibilidade de seu restabelecimento para o pleno e pronto emprego das Forças Armadas”, disse.
A desculpa é esfarrapada e chega a ser cínica. Quer dizer que enquanto brasileiros “de segunda classe”, os civis, morrem nos corredores dos hospitais ou mesmo em suas casas por falta de leitos, a “casta superior”, o militares, mantêm leitos ociosos, desocupados, à espera de que 86 militares adoeçam ao mesmo tempo de COVID-19?
Não poderiam os brasileiros de “segunda classe” ocuparem as vagas, que seriam desocupadas, assim que um cidadão da “casta superior” adoecesse?
Ou o problema é que não pode haver a mistura das “castas”?
Vestem-se dos pés à cabeça, armam-se, alimentam-se, garantem pensões vitalícias para mulheres e filhas solteiras (algumas nem tão solteiras), empanturram-se com toneladas de leite condensado, chiclete, tudo isso com dinheiro público, vindo dos impostos de todos os brasileiros, e na hora agá deixam morrer sem tratamento e sem leito brasileiros que lhes pagam os soldos.
Ainda de acordo com o ministério, os hospitais têm um “rol delimitado de beneficiários” e “o sistema de saúde das Forças Armadas é parcialmente custeado com recursos privados dos militares e de seus dependentes”.
Até essa desculpa é furada, porque militares pagam parte ínfima desse sistema de saúde (grifo) com o salário que recebem dos impostos dos cidadão que eles não estão atendendo. Ou seja, dinheiro público.
Mas, ainda há os que comemoram porque “pelo menos tiramos o PT”…
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