Encontro reúne mais de 20 mestres populares em Lagoa Santa (MG)

Lapinha Museu Vivo reúne cultura de matriz africana e indígena, de 14 a 16 de junho

Rafaella Dotta

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG)

O Lapinha deste ano vai fazer uma homenagem a mestre Pastinha / Foto: Matheus Sá

Com a recepção de quase 20 mestres e mestras populares, acontece nos dias 14, 15 e 16 de junho o Lapinha Museu Vivo no Mês de Santo Antônio 2019, em Lagoa Santa (MG). O evento é organizado anualmente e proporciona vivências com a capoeira, a medicina popular, dança, tambor de crioula, candombe, samba e mais uma enorme gama da cultura indígena e negra brasileira.

Quem organiza o evento é a Associação Cultural Eu Sou Angoleiro (Acesa) e a Irmandade dos Atores de Pândega. O Lapinha, que começou para reunir os capoeiristas da associação, já é construído há 16 anos e agora adquire o objetivo de estimular as trocas de saberes, sempre com a valorização e a presença dos mestres populares.

O anfitrião é o Mestre João Angoleiro, que recebe Mestre Dunga, Mestre Bigo (Bahia), Mestra Cristina (Maré, RJ), Mestre Zequinha (Goiás), Mestre Índio, Mestre Jurandir, Mestre Leo, Mestre Gercino, o brincante Mestre Faria, Mestre Chico Broca e Mestre Paulo (Maranhão) do tambor de crioula, o compositor e dançarino Mestre Mamour Ba, o sambista Mestre Conga e Dona Elisa e outros. Também estarão presentes o Candombe do Mato do Tição, o Candombe da Várzea, o Reinado de Nossa Senhora do Rosário e os índios xacriabás, pataxós e maxacalis.

“O Lapinha deste ano vai fazer uma homenagem a mestre Pastinha, com 130 anos de capoeira angola, que é o ancestral maior da nossa linhagem, e a Luzia, que é o fóssil de 12.500 anos encontrado na gruta da Lapinha, que inclusive estava no Museu Nacional [no Rio de Janeiro] e sobreviveu ao incêndio”, afirma Mestre João.

Floresce a militância cultural

O encontro deste ano é feito sem nenhum recurso financeiro governamental, explica a contramestra da Acesa, Flavia Soares, organizadora da alimentação do evento. “Estamos fazendo tudo na base da cooperação, inclusive pra fortalecer a cozinha, que é o coração do evento”, afirma. Ela defende que o evento não seria cancelado devido a dificuldades que “o sistema impõe”, e que o Lapinha será fruto da militância cultural.

Mestre João destaca ainda que o evento foi feito por meio de bioconstrução, usada para levantar os banheiros secos, a cozinha, os móveis e toda a estrutura do evento. “Nós acreditamos que a revolução vai vir daí, dos novos valores de cooperação e de entendimento. Assim é que vamos trilhar as mudanças e salvaguardar o Brasil de um colapso”, defende.

Agende-se:

Lapinha Museu Vivo no Mês de Santo Antônio 2019

Dias: 14 a 16 de junho

Local: Praça Dr. Lundi, Lagoa Santa (sexta) e Gruta da Lapinha, Sítio do Luís (sábado e domingo)

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