Embora favorável à revisão do tema, Toffoli não deve pautar segunda instância

Foto: STF.

O ministro Antonio Dias Toffoli já deixou claro em seus votos que defende a revisão do entendimento sobre a prisão em segunda instância, mas tem dado a entender que não pretende pautar o assunto este ano, quando assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal em setembro. Em abril, durante julgamento sobre o habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o plenário manteve, por seis votos a cinco, a possibilidade do início do cumprimento da pena antes de esgotados os recursos.

“A atual presidente do STF, Carmen Lúcia, integra a ala que vota pela prisão em segunda instância. Durante os últimos meses, a ministra tem resistido a pautar as ações sobre o tema, mesmo em meio à insistência de integrantes do tribunal, partidos e advogados. Ministros favoráveis a mudança da jurisprudência atual da Corte, firmada em 2016, têm expectativa de que Toffoli paute as ações, relatadas pelo ministro Marco Aurélio Mello, ao menos a partir do ano que vem, ou após as eleições em outubro. Em abril, Toffoli defendeu a possibilidade de que réus possam aguardar em liberdade até serem julgados Superior Tribunal de Justiça (STJ). A posição, acompanhada pelo ministro Gilmar Mendes, é vista como uma terceira via entre esperar a palavra final do STF e executar a pena logo após condenação em segundo grau.

O julgamento das ações que tratam na execução antecipada da pena voltou a ser especulado no STF após a confusão jurídica instaurada no TRF-4 no último dia 8, quando um habeas corpus concedido a Lula pelo desembargador Rogério Favreto foi cassado pelo relator da Lava Jato no tribunal, João Pedro Gebran Neto, e depois pelo presidente do TRF-4, Thompson Flores. A revisão do entendimento que permite a prisão em segunda instância é uma das esperanças da defesa do petista, que pretende se candidatar à presidência da República.”

 

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