Em meio a seca e violência, fome aumenta na Somália e no Sudão do Sul

Segundo a ONU, a situação na Somália está mudando muito rapidamente, com 6,2 milhões de pessoas em necessidade de comida e água e em risco de contrair o cólera e sarampo. A escala das necessidades no Sudão do Sul é ainda maior, com 7,5 milhões de pessoas precisando de assistência humanitária, cerca de metade delas deslocadas dentro do país ou como refugiados em nações vizinhas.

Milhões de pessoas estão enfrentando o perigo da fome na Somália e no Sudão do Sul, e a situação deve piorar à medida que a seca e a violência aumentam as crises.

O alerta é de representantes de organismos da ONU, que fizeram uma visita de emergência aos dois países para avaliar a situação e mobilizar todo o apoio possível às regiões mais afetadas.

De acordo com o diretor de operações do Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), John Ging, a situação na Somália está mudando muito rapidamente, com 6,2 milhões de pessoas em necessidade de comida e água e em risco de contrair o cólera e sarampo.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) destacou que mais de 200 mil crianças somalis já enfrentam uma grave desnutrição, que deverá piorar à medida que as chuvas cessarem nos próximos meses.

Mulher com seus filhos em um estabelecimento para pessoas internamente deslocadas em Baidoa, na Somália. Foto: ONU / Runa A

Mulher com seus filhos em um estabelecimento para pessoas internamente deslocadas em Baidoa, na Somália. Foto: ONU / Runa A

A agência da ONU também expressou preocupação com o cólera, observando um aumento de 700% nos casos da doença em relação ao mesmo período do ano passado na nação do Chifre da África.

“Minha impressão geral da resposta na Somália é que as necessidades estão aumentando muito rapidamente, mas a resposta está atualmente acompanhando essas necessidades. Isso não significa que devemos ser complacentes, mas, sim, que temos a equipe certa no terreno fazendo um trabalho extraordinário”, disse John Ging, que liderou um time que contou com representantes do UNICEF, do Fundo de População da ONU (UNFPA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Ele afirmou que os doadores financiaram 70% do apelo humanitário de 825 milhões de dólares para a Somália. O pedido foi classificando por Ging como “sem precedentes”.

No entanto, o financiamento bem-sucedido da Somália contrasta com o do Sudão do Sul. Somente 27% do apelo de 1,6 bilhão para o país foi atingido até o momento.

Grupo de crianças no local de proteção de civis da Missão da ONU em Bentiu, no estado de Unity, Sudão do Sul. Foto: ONU/JC McIlwaine

Grupo de crianças no local de proteção de civis da Missão da ONU em Bentiu, no estado de Unity, Sudão do Sul. Foto: ONU/JC McIlwaine

Segundo os representantes das agências da ONU, a escala das necessidades no Sudão do Sul é ainda maior, com 7,5 milhões de pessoas precisando de assistência humanitária – cerca de metade delas deslocadas dentro do país ou como refugiados em nações vizinhas.

Além disso, o país é agora considerado um dos locais mais perigosos para trabalhadores humanitários. Desde o último surto de violência na região, 82 trabalhadores humanitários foram mortos – nove apenas no mês passado.

Conforme observou o chefe de resposta humanitária do UNFPA, Ugochi Daniels, a violência sexual contra meninas e mulheres no Sudão do Sul também é especialmente grave, com crianças muito mais jovens e mulheres idosas sendo atacadas.

Fonte: Nações Unidas.

Legenda Foto de Capa: Angelina Nyanin, 25, segura sua sobrinha, Nyalel Gatcauk, 2, que sofre de malnutrição; ao seu lado, uma nutricionista do UNICEF alimenta o bebê com uma pasta à base de amendoim para o tratamento da desnutrição aguda grave. Foto: UNICEF/Modola.

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