Em Curitiba, independência do país é questionada no 23º Grito dos Excluídos

Por Franciele Petry Schramm.

A data de 7 de setembro é comemorada como Dia da Independência do Brasil, mas é ressignificada pelos movimentos sociais e populares que denunciam violações de direitos que impedem a plena independência do país.

Em Curitiba, a bandeira do Brasil se somou às bandeiras de movimentos sociais e a cartazes de protesto e reivindicações. Cerca de 500 pessoas saíram às ruas do bairro Vila Torres – a mais antiga zona favelizada da cidade – para gritar “por direito e democracia: a vida é todo dia”, tema desta edição da mobilização. Os participantes se concentraram na Paróquia São João Batista, no bairro Rebouças, e seguiram em caminhada até o Jardim Botânico, ponto turístico da capital paranaense.

Uma das organizados da atividade, a secretária das Pastorais Sociais da Arquidiocese de Curitiba, Maria Inês da Costa, aponta que o Grito dos Excluídos uma forma de mostrar que não há real independência no país, com violações de direitos, altos índices de violência, exclusão social e ausência do estado. “A gente precisa se organizar, estar na rua, e dar nosso grito, para dizer que não concordamos com o que está acontecendo, com um sistema que violenta e que não protege”,  fala.

Coordenador do Movimento Nacional da População em Situação de Rua de Curitiba, Mauricio Pereira conta que veio participar da mobilização para denunciar as violações de direitos vivenciadas pelo grupo. “A população em situação de rua sempre passou por momentos difíceis e de exclusão da sociedade, de exclusão de todas as políticas públicas desse país”. E aponta que, no último período, houveram grandes retrocessos  promovidos pelas gestões municipal, estadual e federal. “Tanto na área da saúde, do trabalho e social, e em todas as outras políticas que a gente depende”, indica.

Democracia

Entre os gritos por saúde, moradia e educação, os participantes também gritaram em defesa da soberania nacional e da Amazônia, e contra a privatização de empresas públicas e reformas trabalhista e da previdência. “Fora, Temer” também ecoou entre a mobilização.

 

Coordenador das Comunidades Eclesiais de Base do Paraná, Claudio Paulo Hernandes, também aponta a importância do debate trazido nesta edição, que reivindica também a garantia pela democracia. Ele lembra que as lutas populares garantiram importantes conquistas para a população brasileira – como a Constituição Federal de 1988 -, mas reflete que essas conquistas estão ameaçadas pelas medidas de reforma que tramitam no Congresso Nacional.

E fala da necessidade de garantir direito para todos e tofas. “Hoje nosso congresso que está formando por alguns grupos que pensam em coisas particulares: defendem a bancada da bala, bíblica e do boi”, avalia.

Fonte: Brasil de Fato

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