Em ato simbólico, MST entrega alimentos e “terra” na Superintendência do Incra/SC

Foto: Por Secretaria de Comunicação MST.

Por Secretaria de Comunicação MST.

Em um ato simbólico que reuniu famílias assentadas e acampadas nesta semana, o MST/SC entregou aos funcionários do Incra/SC uma cesta de produtos da reforma agrária e uma obra da Editora do Movimento, a Expressão Popular. Protestando contra a paralisia e o desmonte no processo de reforma agrária no Brasil, o grupo ainda enviou para a Superintendência do Incra uma cesta de terra, uma lona preta e uma bandeira do Brasil, numa referência às áreas que, mesmo próprias para o assentamento de milhares de famílias, seguem sem produzir ou nas mãos de latifundiários.

Por Secretaria de Comunicação MST.

“Enquanto isso, nossas famílias lutam e trabalham morando embaixo de lonas. A bandeira do Brasil serve para mostrar que amamos esse País e seguimos lutando por nossos direitos”, afirmou Vilson Santin, que integra a coordenação estadual do MST. Conforme Santin, a maioria dos produtos da cesta destinada aos funcionários do Incra veio de acampamentos onde famílias aguardam assentamento há anos. “Mesmo sem apoio e vivendo a angústia de não ter um chão para plantar, essas pessoas já estão trabalhando e produzindo. Viemos entregar estes produtos aos funcionários do Incra num ato de solidariedade, já que eles também são afetados pelo desmonte e pelo golpe que está em curso contra o Brasil”, disse Santin, que defendeu a valorização dos servidores do Órgão e a retomada dos processos de desapropriação e destinação de áreas para a reforma agrária.
Além de hortaliças, frutas, verduras e legumes produzidos em assentamentos e acampamentos, as cestas continham conservas e derivados de laticínios oriundos de agroindústrias e cooperativas do MST em Santa Catarina.

O Movimento é responsável por 10 cooperativas no Estado e, entre outros produtos, industrializa mais de 90 milhões de litros de leite por ano, envolvendo mais de 2,5 mil famílias de agricultores familiares e assentados da reforma agrária somente na Cooperoeste.

Numa reunião com os funcionários do Incra, no final do ato, os acampados falaram da ansiedade e da angústia de aguardar o assentamento. Além disso, defenderam o investimento e o apoio ao Incra como uma medida fundamental para a produção agrícola e a justiça social no Brasil.

Por Secretaria de Comunicação MST.

As famílias levaram ao ato uma imagem de Dom José Gomes, bispo de Chapecó falecido em 2002 que dá nome ao prédio onde fica a Superintendência do Incra. A história de Dom José foi marcada pelo forte compromisso com os movimentos sociais do campo e da cidade e pela firme defesa da reforma agrária em uma época conturbada do cenário político brasileiro. “Essa imagem de Dom José está aqui para lembrar qual a função do Incra e o quanto é injusto que, neste momento, agricultores e agricultoras sem terra não sejam ouvidos pelo órgão responsável pela reforma agrária no Brasil”, complementou Vilson Santin.

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