Eleições na Venezuela: Observadores ou sabotadores de aluguel?

Por Guido González, da Plataforma de Periodistas y Comunicadores de Venezuela, para Desacato.info.

Radiografia da campanha

A raiz do triunfo do neoliberal de direita, Maurício Macri, na Argentina, tem se produzido uma crescente euforia nas diferentes agrupações que compõem a oposição venezuelana. Dançaram, excitaram-se e celebraram como se tivessem vencido as eleições parlamentares na Venezuela.

O resultado das eleições presidenciais na Argentina e as diferentes interpretações, demonstra o porquê da campanha eleitoral de 6 de dezembro estar se livrando em toda a Pátria Grande, particularmente onde se desenvolvem lutas de caráter popular.

Destacamos isto, porque os grupos pertencentes à direita nativa, leia-se MUD (Mesa de Unidade Democrática), não faz literalmente uma campanha, e segundo suas próprias declarações não vão reconhecer os resultados. Vão desconhecer os resultados nos circuitos eleitorais onde resultarem ganhadores? Ainda assim, promovem em sua propaganda eleitoral a mudança a partir de uma suposta maioria, que conseguirão com o apoio dos seus partidários.

Esse discurso todo é amparado e também promovido pela direita internacional. O Plano é denunciar fraude com a ajuda de uns supostos observadores internacionais, que virão para apoiá-los em todas “suas” denúncias. Ou seja, a contenda eleitoral se desenvolve no âmbito internacional. Em outras palavras, a Venezuela contra a conspiração internacional.

O empenho de levar a disputa eleitoral a cenários internacionais, fala da escassa ou pouca imaginação dos opositores venezuelanos para livrar uma campanha eleitoral. Costumaram-se tanto ao financiamento e a “ajuda externa”, que não podem pensar, nem atuar com critério próprio. As linhas grossas da propaganda eleitoral têm sua origem no estrangeiro, particularmente no Norte, com a ajuda de um clube de amigos que alguma vez foram presidentes cinzas e corruptos com uma longa história de repressão e fraude eleitoral.

Esta conduta explica o porquê desse empenho em solicitar a presença em território venezuelano de observadores ou acompanhantes estranhos ao nosso processo.

A intromissão disfarçada de observação

O cenário está se montando escandalosamente no exterior a solicitação dos apátridas nativos. Personagens cinzas, investigados por corrupção e fraude contra os cidadãos e as reservas dos seus países de origem, constituem-se em grupos de opinião alugados da maneira mais descarada. Estes intrusos nunca praticaram a democracia, só a representativa, onde a dedo se autonomearam candidatos, elegiam-se e reelegiam-se tantas quantas quiseram. Inclusive construíram ditaduras disfarçadas de democracias. É suficiente com ler a história desses “observadores” para comprovar o que falamos.

Mas, o pior da intromissão veem de alguns partidos que alguma vez foram de esquerda em alguns países vizinhos e que como “Judas” se prestam para escorar a tropa de choque das direitas nacionais e internacionais, contra os revolucionários do mundo.

Chegam ao país a declarar publicamente, a queixar-se da democracia venezuelana, a denunciar a suposta ditadura de Nicolás Maduro. O plano inclui a participação em programas de opinião e a provocação ao governo, ignorando as leis venezuelanas para o paladar programado dos resultados eleitorais, para declarar a seus meios internacionais e gritar ao mundo que se lhe estão violando seus direitos à livre expressão.

São sabotadores, não observadores

Pensam que estão por cima das leis, da constituição, dos procedimentos. Não respeitam nada, nem as instituições nem os poderes públicos. Ofendem o povo venezuelano e se burlam de seu comportamento cidadão. Acreditam que estão por cima do bem e do mal. Ainda assim, a democracia venezuelana lhes dá lições de como praticar um exercício revolucionário de participação e de protagonismo popular.

Os “observadores” internacionais não são outra coisa que alugados pelo capitalismo depredador quem os financia para que venham ao país a supervisionar, instruir, dar lições de democracia que, de passagem, jamais tem praticado com seus povos. Seu rol real é criar as condições mediante suas declarações infundadas ou baseadas em meias verdades, para estimular a reação internacional.

Procuram, a todo vapor, promover “as provas” de que a revolução bolivariana é uma ditadura, violenta, praticante da fraude contínua, que o governo promove a existência de um regime de permanente violação dos direitos humanos.

Pouco interessa que publicamente se prove a natureza dos seus delitos, à luz da reação internacional, a imagem projetada por esses observadores será da existência de um Estado foragido, ao qual há que derrocar, tal como fizeram no Panamá, Honduras, Iraque, Líbia e o querem fazer com a Síria.

A figura dos observadores não existe na Venezuela

Nas leis venezuelanas não existe a figura do observador. São os partido da oposição que ignoram a norma de forma interesseira para provocar a reação internacional. Aqui só existe a figura do acompanhamento e é estritamente administrado pelo organismo eleitoral, com base em convites pontuais. Por exemplo, para o exercício eleitoral, o CNE convidou expressamente a três ex-presidentes, com a missão de acompanhar o processo eleitoral parlamentar. Este são: José Luis Rodríguez Zapatero, da Espanha: Martín Torrijos, do Panamá e Horácio Serpa, da Colômbia, ademais de outras personalidades e técnicos eleitorais, acadêmicos de vários países. Destacando particularmente a presença da UNASUL, que está na Venezuela com esta finalidade e a de propiciar um diálogo e acordo para o respeito dos resultados, questão esta à qual se nega a oposição venezuelana. A pergunta obrigada é: Que procura com essa atitude? Você tem a resposta.

 

Versão em português, Raul Fitipaldi, de América Latina Palavra Viva, para Desacato.info

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.