Eleição em Israel: Netanyahu falha em alcançar maioria e impasse no Parlamento continua

Netanyahu está na função de chefe de governo desde 2009, mas uma série de escândalos foi minando a confiança da população. Foto: Reprodução

Com todos os votos apurados nesta quinta-feira (25/03), resultados da quarta eleição legislativa de Israel em dois anos indicam que impasse político no país continua. Apesar de liderar em números de cadeiras, total de 30, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu falhou em alcançar maioria no Knesset, Parlamento israelense.

Cerca de 6,5 milhões de cidadãos foram convocados a votar, apenas 67% compareceu às urnas, cerca de 4% a menos em comparação ao último processo. A divulgação dos resultados se tornarão oficiais somente na próxima quarta-feira (31/04), quando o Comitê Central de Eleições israelense irá apresentar a apuração ao presidente Reuven Rivlin.

No entanto, segundo o jornal Haaretz, a ala governista angariou 52 assentos de 120, número distante dos 61 necessários para obter a maioria da casa, obrigando Netanyahu a buscar apoio de outras legendas.

A ala da oposição, por sua vez, contabilizou 57 cadeiras. Ambos os setores necessitam do apoio dos partidos Yamina (Para a Direita), liderado por Naftali Bennett, e da United Arab List (Lista Árabe Unida), de Mansour Abbas, que reúne os maiores partidos árabes.

No entanto, até o momento, os líderes não declararam apoio a nenhuma das alas. Abbas chegou a afirmar que seus correligionários “não estão obrigados com nenhum bloco ou candidato”. Enquanto que, Bennett, assinou um compromisso de não se juntar ao opositor de Netanyhu, Yair Lapid, líder do Yesh Atid (Há Futuro), caso ele venha a ser primeiro-ministro.

Projeções dos jornais Haaretz e Times of Israel apontam que junto de Lapid estão partidos como os Trabalhistas, o Meretz e o New Hope (Nova Esperança), de Gideon Sa’ar. Além desses, antigos aliados do premiê, como o Israel Nossa Casa e o Azul e Branco, também aderem ao outro bloco. Ao Lado do Likud, estão as legendas do Shas, United Torah Judaism (Judaísmo Unido da Torá) e o Religious Zionism (Sionismo Religioso).

Apesar de não conquistar maioria, Bibi, como é conhecido o atual premiê, fez um pronunciamento na quarta-feira (24/03) dizendo que as urnas “deram uma vitória gigantesca para a direita e para o Likud”. “Está claro que a grande maioria dos cidadãos de Israel é de direita e quer um governo de direita. E isso nós vamos fazer”, acrescentou.

Netanyahu está na função de chefe de governo desde 2009, mas, nos últimos anos, uma série de escândalos foi minando a confiança da população em seu líder. O premiê está sendo julgado por três crimes: fraude, corrupção e abuso de poder em três denúncias diferentes, que fora unificadas em um único processo.

Histórico

Israel vive um impasse político desde os últimos pleitos (abril e setembro de 2019 e março de 2020), já que nem Netanyahu, nem seu opositor e ex-ministro de Defesa, Benny Gantz, da coalizão Azul e Branco, tiveram apoio suficiente para formar maioria no Parlamento israelense.

Para dar fim à crise, ambos chegaram a um acordo de governo conjunto, no qual Netanyahu governaria até outubro de 2021 e depois seria substituído por Gantz. Porém, em dezembro do ano passado, os líderes do Likud e do Azul e Branco não chegaram a um acordo sobre o orçamento, o que levou à dissolução do Parlamento e à convocação de novas eleições.

(*) Com Brasil de Fato.

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