“El País” da Espanha, vítima da ambição

A IMPRENSA NA EUROPA (1/5)

(Português/Español).

Era uma história exemplar da transição democrática e a referência do jornalismo espanhol. Hoje, o diário de centro-“esquerda” (aspas da Redação de Desacato) sofre enormes prejuízos e a sua linha editorial ressente-se com isso. Uma crise que os seus administradores acentuaram, sem se importarem com as consequências. Excertos.

Por Ludovic Lamant.

Quando Juan Luis Cebrián, o patrão todo-poderoso de El País, anunciou aos funcionários, em outubro, as grandes linhas do plano social que os aguardava, justificou-se com um argumento de peso: o jornal, o maior diário de Espanha, não podia “continuar a viver como até aí”. Demasiados jornalistas, demasiado bem pagos. O raciocínio recorda o de Mariano Rajoy, o primeiro-ministro (de direita), que, a cada novo plano de austeridade, explica aos espanhóis, com ar contristado, que o país não pode continuar a “viver acima das suas possibilidades”.

El País espelha em si o marasmo espanhol? A crise que atravessa o florão da imprensa de língua espanhola, propriedade do grupo de comunicação Prisa, apresenta muitos traços em comum com o colapso do país. Um endividamento gigantesco, devido a investimentos faraónicos, representantes do mundo financeiro no comando da empresa, indiferentes aos interesses específicos da imprensa, direção paga aos milhões de euros, demissões expeditas, suscetíveis de ser contraproducentes… “É uma metáfora do que está hoje a acontecer em Espanha”, comenta Miguel Mora, correspondente do jornal em Paris.

Violenta agitação interna

Quase 130 jornalistas, de um total de 466 funcionários, acabam de ser dispensados. Cerca de um terço dos efetivos. Entre eles, incluem-se grandes nomes do jornal. Quatro edições locais (incluindo as de Valência e Andaluzia) vão desaparecer, enquanto os jornalistas que sobreviveram ao plano de despedimentos vão ter uma redução de 15% nos ordenados.

O anúncio da ERE (sigla espanhola para Expedientes de Regulação de Emprego – que permite a execução de um despedimento coletivo) causou violenta agitação interna. Durante três dias, em novembro, quase todos os funcionários fizeram greve, e o jornal, que continua a ser o único diário de centro-“esquerda” (aspas da Redação de Desacato) com circulação nacional em Espanha, limitou-se a publicar os despachos das agências noticiosas. O braço de ferro entre Cebrián e oconselho de jornalistas que entretanto se formou ainda não terminou.

Em Espanha, a crise não tem poupado a informação. Quase oito mil jornalistas foram despedidos desde novembro de 2008, segundo dados da FAPE – Federación de Asociaciones de Prensa de España. No mesmo período, encerraram 67 órgãos de comunicação, incluindo revistas. O panorama dos jornais diários é devastador: Público, jornal em papel lançado em 2008, alternativa de esquerda ao El País, entregou os pontos no início de 2012, altura em que três dos quatro títulos gratuitos com tiragem nacional também fecharam. Por sua vez, El País perdeu 60% das receitas de publicidade, desde 2007.

Má gestão

No entanto, há algo errado nesta análise. Olhando com atenção, El País era uma exceção no setor da imprensa. Desde a sua criação, em 1976, o título foi sempre rentável. Chegou a ter doze milhões de euros de lucro em 2011 – mais de 800 milhões em dez anos, até ao ano passado. Mesmo no primeiro semestre de 2012, um dos períodos mais difíceis da história recente de Espanha, o jornal manteve-se no verde – um verdadeiro milagre, tendo em conta o estado de saúde dos seus concorrentes.

A direção considera que o jornal registou as primeiras perdas em agosto de 2012. Mas esse alerta justifica, só por si, que se livrem de um terço dos efetivos do jornal?

“A queda de El País não é um desastre natural, mas um exemplo acabado de má gestão, capaz de arruinar até mesmo a mais sólida instituição jornalística que alguma vez existiu em Espanha. A Internet e a chamada mudança de paradigma são apenas atores muito secundários neste drama”, escreve Pere Rusiñol, ex-grande repórter principal do jornal, saído em 2008 [para ir dirigir o Público].

Delírios de grandeza

Os problemas começaram para a Prisa em 2007. Numa altura em que a crise estava prestes a estalar, o grupo foi atacado por delírios de grandeza. Lançou uma OPA sobre um canal de televisão por cabo, a Sogecable (de que já possuía uma parte). A dívida da empresa aumentou no pior momento, pouco antes do estouro da bolha em Espanha. A partir de 2008, com a Espanha a derrapar, a Prisa fixa-se numa ideia, um fio condutor no mínimo rudimentar: livrar-se dessa enorme dívida de €4,6 mil milhões.

Uma das atitudes decisivas para a atual crise foi concretizada em novembro de 2010. Nome de código: “Operação Liberty”. Nesse outono, a Prisa decidiu abrir o capital a novos acionistas, para compensar parte da dívida. Entrou-lhe então pela porta principal a financeira norte-americana Liberty Acquisition Holdings, propriedade de um punhado de investidores, incluindo um duo bem conhecido dos agentes financeiros de Wall Street: Martin Franklin e, sobretudo, Nicolas Berggruen. Entraram com 650 milhões de dinheiro fresco.

A família Polanco, historicamente proprietária de El País, detinha então 70% do capital da Prisa. Perdeu metade contra uma oferta muito vantajosa para a Liberty, que valorizou a Prisa, pelos seus mais baixos níveis históricos. “Nesse dia, a Prisa mudou para sempre: até aí, era a empresada família Polanco; depois, começou a ser devorada pelos tubarões”, escreve o jornalista Pere Rusiñol, que acaba de publicar um fantástico estudo sobre o grupo Prisa na revista [satírica] Mongólia.

Dois anos após a operação Liberty, o que aconteceu? O saldo da Prisa deteriorou-se, em parte devido à crise. O peso do grupo baixou 89%. A influência da família Polanco diluiu-se ainda mais. Quanto à dívida, continua gigantesca – cerca de €3,5 mil milhões. Em janeiro de 2011, a Prisa anunciou a eliminação de 18% dos efetivos nas atividades em Espanha, Portugal e América Latina.

Mas Nicolas Berggruen e Martin Franklin fizeram uma excelente operação. Nos seus contratos, garantiram um retorno de 7,5% sobre a sua participação no grupo, durante os primeiros três anos após a entrada no capital, independentemente dos resultados obtidos pela Prisa…

Remunerações mirabolantes

O outro grande vencedor dessa recapitalização foi o próprio Juan Luis Cebrián, o emblemático “conselheiro adjunto” do Grupo Prisa. O catedrático de 68 anos atribuiu-se remunerações mirabolantes no auge da crise. Em 2011, a Prisa acusava uma perda de €450 milhões e o seu administrador, recebia ao mesmo tempo um cheque num valor situado entre 11 e 13 milhões de euros.

A extravagante remuneração de Cebrián tornou-se o símbolo do duplo padrão no seio do jornal mais respeitado de Espanha. Os sindicatos de jornalistas rapidamente se aperceberam do absurdo da situação: a soma embolsada pelo patrão em 2011 corresponde, grosso modo, à poupança na massa salarial que El País planeia fazer num ano inteiro com o despedimento de 129 jornalistas… Comparação fulminante!

Mas a saga de El País não fica por aqui. No verão passado, sempre para reduzir uma dívida pesadíssima, a direção da Prisa lançou-se numa nova manobra. Propôs a alguns dos seus credores, não dinheiro, porque não tinha, mas a conversão de títulos da dívida em participação no capital. Concretamente, os pesos pesados da banca espanhola, Santander e CaixaBank (bem como o HSBC), entraram bruscamente no capital da Prisa.

De repente, o conselho de administração do grande jornal espanhol progressista transformou-se numa assembleia de antigos e atuais conselheiros de bancos famosos.

Alguns jornalistas denunciaram o aparecimento, cada vez mais frequente [e suspeito], a seu ver, de artigos expondo os pontos de vista dos dois banqueiros emblemáticos de Espanha, Emilio Botin (um dos mais odiados do movimento dos Indignados, administrador do Santander) e Isidro Fainé (um ultraconservador que comanda o CaixaBank), desde que ambos se tornaram acionistas da Prisa. Por exemplo, o primeiro teve direito a uma página inteira, no dia 14 de novembro [dia de greve geral em Espanha] para apresentar um enésimo discurso sobre a gestão da crise na zona euro…

Águas turvas

Apenas uma história espanhola, sem mais? Não é bem assim. Nas águas turvas da Prisa navegam vários franceses, aparentemente com grande descontração. É o caso de Emmanuel Roman, homem forte do “hedge fund” britânico Man Group. Ou Alain Minc, versátil conselheiro e íntimo colaborador de Nicolas Sarkozy.

Como outros assessores da Prisa, Alain Minc recebeu, em 22 de outubro passado, poucos dias após o anúncio das demissões em El País, um belo bónus: um pacote de ações da Prisa (19 392 títulos) por serviços prestados. Azar o dele, o preço das ações baixou muito – para cerca de 0,4 nos dias de hoje – o que deixa esse “extra” em apenas 7 700 euros. Uma bagatela.

Traduzido do francês por Ana Cardoso Pires.

ESPANHA

A crise atinge duramente o setor da imprensa

Desde 2008, cerca de 200 órgãos de Comunicação Social escrita e multimédia fecharam portas em Espanha, revela El País. O diário madrileno, ele próprio fragilizado pela crise, fez eco de umrelatório publicado em 13 de dezembro pela Associação de Imprensa de Madrid (APM).

Os números deixam clara a dimensão da tragédia: 6400 postos de trabalho suprimidos; 132 revistas, 22 jornais pagos, dez jornais gratuitos e inúmeros outros de difusão local encerrados. Um diário nacional, o Público, deixou de aparecer nas bancas em fevereiro de 2012, mas mantém a edição digital. Os motivos relacionam-se com a quebra do mercado publicitário, que sofreu uma queda de 39% no volume de negócios entre 2007 e 2011.

Outra consequência é um aumento de 22,8% no desemprego de jornalistas. Apesar disso, a profissão continua a atrair estudantes: as inscrições em cursos de jornalismo nas universidades aumentaram 2,5% este ano.

 

El País, víctima de la ambición

"El País: 129 despidos (también) aquí".

“El País: 129 despidos (también) aquí”. Nicolas Vadot

Constituía la historia de éxito de la transición democrática y la referencia del periodismo español. El diario de centro-izquierda actualmente sufre pérdidas colosales que afectan a su línea editorial. Se trata de una crisis que sus dirigentes han acentuado y cuyas consecuencias no han asumido. Extractos.

Cuando Juan Luis Cebrián, el todopoderoso director de El País, anunció en octubre a sus empleados las grandes líneas del ERE que les esperaba, se justificó con un argumento contundente: el periódico, primer diario de España, ya no puede “seguir viviendo tan bien”. Demasiados periodistas con sueldos demasiado altos. El razonamiento recuerda al de Mariano Rajoy, el presidente de derecha que, con cada nuevo plan de austeridad, explica a los españoles, con gesto apenado, que el país ya no puede seguir “viviendo por encima de sus posibilidades”.

¿Es El País un reflejo de toda la parálisis española? La crisis que sufre el diario insignia de la prensa hispanohablante, propiedad del grupo de medios de comunicación Prisa, presenta rasgos comunes con el hundimiento del país. Un endeudamiento récord, debido a inversiones faraónicas, figuras destacadas del mundo financiero que llevan las riendas, a los que no les preocupan mucho los intereses propios de la prensa, directores remunerados a base de millones de euros, despidos exprés que corren el riesgo de resultar contraproducentes… “Es una metáfora de lo que vive España actualmente”, comenta Miguel Mora, corresponsal del diario en París.

Violentas sacudidas

Acaban de despedir a 129 periodistas de un total de 466 empleados. Cerca de un tercio de la plantilla. Entre ellos se encuentran grandes nombres del diario. Cuatro ediciones locales del diario (entre ellas las de Valencia y Andalucía) tendrán que cerrar, mientras que los periodistas que han escapado al plan de despidos verán cómo se reduce su sueldo un 15%.

El anuncio del ERE provocó violentas sacudidas internas. Durante tres días en noviembre, la casi totalidad de los empleados se declaró en huelga y el diario, que sigue siendo el único de centro izquierda de tirada nacional en España, se tuvo que conformar con publicar noticias de agencias. El pulso que enfrenta por un lado a Cebrián y por otro al comité de los periodistas que se formó no ha terminado.

En España, el sector de la información no escapa a la crisis. Cerca de 8.000 periodistas han sido despedidos desde noviembre de 2008, según las cifras de un sindicato profesional (FAPE). En el mismo periodo, 67 medios de comunicación, incluidas revistas, han echado el cierre. El panorama de la prensa diaria es siniestro: Publico, un periódico lanzado en 2008, alternativa de izquierda de El País, tiró la toalla a comienzos de 2012, mientras que tres de los cuatro periódicos gratuitos de tirada nacional también abandonaron. Por su parte, El País registra unas pérdidas de hasta el 60% de sus ingresos obtenidos de la publicidad desde 2007.

Mala gestión

Sin embargo, en esta historia hay algo que no cuadra. Al analizarlo de cerca, El País constituía más bien una excepción en el sector de la prensa. Desde su creación en 1976, el diario siempre ha registrado beneficios. Obtuvo 12 millones de euros de beneficios en 2011, más de 800 millones en diez años, hasta el año pasado. Incluso en el primer semestre de 2012, si bien fue uno de los periodos más duros de la historia reciente de España, el diario siguió registrando un saldo positivo, un pequeño milagro en comparación con el estado de sus competidores.

La dirección da a entender que El País habría sufrido sus primeras pérdidas en agosto de 2012. Pero ¿esta alerta justifica por sí sola deshacerse de un tercio de la plantilla del diario?

“La caída de El País no es una catástrofe natural, sino el ejemplo de libro de cómo una mala gestión puede arruinar a hasta la institución periodística más sólida que ha tenido nunca España. Internet y el supuesto cambio de paradigma son sólo actores muy secundarios del drama”, escribe Pere Rusiñol, exinvestigador estrella de El País, que dejó el diario en 2008.

Delirios de grandeza

Los problemas de Prisa comienzan en 2007. Cuando la crisis está a punto de estallar, el grupo es presa de sus delirios de grandeza. Lanza una OPA sobre una cadena de televisión de pago, Sogecable (que ya poseía en parte). La deuda de la empresa alcanza niveles muy altos, en el peor momento, justo antes del estallido de la burbuja española. A partir de 2008, mientras España se queda atascada, Prisa solo tiene una idea en mente, hilo conductor de una estrategia cuanto menos rudimentaria: deshacerse de esa deuda colosal de 4.600 millones de euros.

Uno de los hechos clave de la crisis actual tiene lugar en noviembre de 2010. Su nombre en clave: “operación Liberty”. Ese otoño, Prisa decide abrir su capital a nuevos accionistas, para saldar parte de sus deudas. Entonces se abalanza por la puerta principal el fondo estadounidense Liberty Acquisition Holdings, propiedad de un puñado de inversores, entre ellos una pareja muy conocida de financieros de Wall Street: Martin Franklin y sobre todo, Nicolas Berggruen. Aportan 650 millones de euros de dinero fresco.

La familia histórica de El País, los Polanco, poseía hasta entonces el 70% del capital de Prisa. Ahora ha perdido la mitad, tras concluir una oferta muy ventajosa para Liberty, que valora Prisa en los niveles más bajos de su historia. “Ese día, Prisa cambió para siempre: hasta entonces había sido la empresa de la familia Polanco y en ese momento empezaron a devorarla los tiburones”, escribe el periodista Pere Rusiñol, que acaba de publicar una alarmante investigación sobre el grupo Prisa en la revista satírica Mongolia.

¿Qué ocurrió dos años después de la operación Liberty? El balance de Prisa empeoró, en parte por la crisis. Las acciones del grupo se desplomaron un 89%. El peso de la familia Polanco se diluyó aún más. En cuanto a la deuda, sigue siendo gigantesca, de alrededor de 3.500 millones de euros. En enero de 2011, Prisa anunció la supresión del 18% de sus efectivos en las actividades en España, Portugal y Latinoamérica.

Pero Nicolas Berggruen y Martin Franklin llevaron a cabo una operación perfecta. En su contrato, se aseguraron unos beneficios del 7,5% sobre su participación en el grupo, durante los tres primeros años tras su entrada en el capital, independientemente de los resultados de Prisa…

Extravagantes remuneraciones

El otro gran vencedor de esta recapitalización no es otro que Juan Luis Cebrián, el emblemático “consejero delegado” del grupo Prisa. El académico, de 68 años, se ha asegurado remuneraciones estratosféricas en el momento más duro de la crisis. En 2011, Prisa acusaba una pérdida de 450 millones de euros y su director general se embolsaba en ese mismo momento un sueldo de entre 11 y 13 millones de euros.

La extravagante remuneración de Cebrián se ha convertido en el símbolo del “doble rasero” dentro del periódico más respetado de España. Los sindicatos de periodistas se dieron cuenta rápidamente de lo absurdo de la situación: la suma que se embolsó su jefe en 2011 corresponde más o menos a los ahorros de masa salarial que prevé realizar El País en un ejercicio, despidiendo a 129 periodistas… Una comparación desastrosa.

Pero la saga de El País no acaba aquí. El verano pasado, y siempre con el fin de reducir su fuerte endeudamiento, la dirección de Prisa pone en marcha una nueva maniobra. Propone a algunos de sus acreedores, no dinero en efectivo, porque no lo tiene, sino la conversión de títulos de deuda en parte del capital. Concretamente, los pesos pesados de la banca española, el Santander y Caixabank (aunque también HSBC), se abalanzan sobre el capital de Prisa.

De repente, el consejo de administración del gran periódico progresista español, se transformó en una asamblea de antiguos o actuales consejeros de afamados bancos.

Algunos periodistas denuncian la aparición cada vez más frecuente de artículos que revelan los puntos de vista de dos banqueros emblemáticos de España, Emilio Botín (una de las bestias negras del movimiento indignado, a la cabeza del Santander) e Isidro Fainé (un ultra-conservador al mando de Caixabank), desde que los dos se convirtieran en accionistas de Prisa. El primero de ellos, por ejemplo, ocupó una página completa, el pasado 14 de noviembre, para dar cuentas de un enésimo discurso sobre la gestión de la crisis de la eurozona…

Aguas revueltas

¿Se trata sencillamente de una historia española? En absoluto. En las aguas revueltas de Prisa navegan varios franceses, al parecer sin dificultades. Es el caso de Emmanuel Roman, hombre fuerte del hedge fund británico Man Group. O incluso Alain Minc, consejero de varias empresas y próximo a Nicolas Sarkozy.

Al igual que otros consejeros de Prisa, Alain Minc recibió el pasado 22 de octubre, unos días después del anuncio del plan de despidos en El País, un bonito bonus: un paquete de acciones de Prisa (19.392 títulos) por los servicios prestados. Es una pena que la cotización de las acciones siga siendo muy baja, últimamente de alrededor de 0,4 euros, por lo que este “extra” tiene un valor aproximado de apenas 7.700 euros. Una nimiedad.

 

 

Fonte: http://www.presseurop.eu/pt/content/article/3178981-el-pais-vitima-da-ambicao

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